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domingo, 28 de agosto de 2011

A Graça Salva da Auto-Suficiência

Você também já viveu a experiência de ler um desses livros de auto-ajuda e ficar empolgado durante a leitura? É como se tudo ficasse mais claro e você finalmente soubesse como agir de agora em diante. Mas, de repente, o livro termina e por algum tempo você até muda algumas atitudes. E, quando menos espera, está novamente frustrado, deprimido, sentindo-se incapaz para uma série de coisas. Tudo até parece pior do que antes! O que aconteceu? Suspeito que a resposta esteja no fato de que tudo aponta somente de volta para nós mesmos. Sentimo-nos fragilizados e incapazes diante da vida e do mundo. Procuramos resposta, buscamos por alguma ajuda, e tudo o que obtemos é um sonoro "se vira você mesmo". E, enquanto as pessoas buscarem soluções nas prateleiras, a roda do consumo continuará a girar. É natural que busquemos por bem-estar. E, é certo também que temos responsabilidades perante a vida. Devemos agir em todas as coisas que pudermos para melhorar a nossa situação por pior que ela seja. Existe uma carência, no entanto, que não pode ser suprida por nossos próprios esforços. Agostinho de Hipona já dizia que o nosso coração vive inquieto enquanto não encontrar descanso em Deus. A Bíblia revela que Deus "pôs no coração do homem o anseio pela eternidade" (Eclesiastes 3. 11). Sabemos que existe um algo mais. Na tentativa de encontrar, acabamos mergulhando em ilusões. Muitos querem nos fazer acreditar que a resposta está em nós mesmos. Jesus faz um convite interessante: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus 11. 28-30). O convite é para que tiremos os olhos de nós mesmos. É um convite gracioso. A graça é compreendida quando eu admito que não posso sozinho. A graça não combina com auto-ajuda. A graça é um gesto que vem na minha direção. Não é algo que eu posso produzir por ou para mim mesmo. Ninguém é auto-suficiente. Simplesmente não fomos criados dessa forma. Dependemos uns dos outros. Todos dependemos de Deus. Ao reconhecer isso, começo a experimentar o que é descansar na graça. Deixar que Deus me conduza, me liberte, me fortaleça, me salve. Somos salvos pela graça. E, isso tem início por um processo que me faz tirar o foco de mim mesmo. Somente quando eu saio do centro da minha vida é que eu deixo lugar para Aquele que me criou. Encontro paz e descanso. Compreendo-me como alguém que faz parte de um todo, algo maior. No fim, descubro que eu não fiz nada. Ele já fez tudo. Está consumado.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Graça Anula o Orgulho Espiritual

O fato de alguém estar numa igreja não faz dela alguém mais querida e amada diante de Deus. Deus ama a todos as pessoas, independentemente de credo, raça, cultura, classe social, etnia, etc. O fato de que muitos de nós nos ressentimos porque aparentemente algumas pessoas parecem ter mais sorte ou melhores condições do que outras, é reflexo de nós mesmos. Deus criou todas as coisas e deu ao ser humano para que este administrasse a boa criação. A nossa rebeldia e incapacidade de viver numa inter-relação com Deus e com o próximo é que resultaram no desequilíbrio da criação de Deus. Assim, passamos a viver neste mundo como se estivéssemos numa competição. Logo, na busca por Deus, produzimos uma religião onde alguns se destacam e são mais abençoados que outros. Criamos um sistema religioso que reflete a corrupção do nosso próprio coração. O resultado disso é que muitas pessoas acabam não mais discernindo entre aquilo quem é Deus no meio disso tudo, daquilo que não passa de projeção humana. Culpamos a Deus pelas desgraças e injustiças no mundo, quando na verdade, miramos apenas o resultado da ação de seres humanos caídos. Conhecer a Deus e compreender a graça nos ajuda a redirecionar o foco. Nas palavras bíblicas, "vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2. 8-9). Vivendo num mundo de desordem e injustiças, podemos facilmente nos orgulhar por agirmos diferente aqui e ali. A nossa saudade de Deus - resquícios da sua imagem e semelhança - faz com que continuemos a desejar um mundo melhor. O problema é imaginarmos que somos melhores do que os outros pelos critérios que nós mesmos estabelecemos para definir quem é mais e melhor. O orgulho espiritual é cruel. Orar mais, cantar melhor, ser mais assíduo num programa religioso, ser mais generoso nas ofertas, sacrifícios mais exigentes e etc., no entanto, não representam nenhum pontinho a mais diante de Deus. Há dois mil anos atrás o apóstolo Paulo já ensinava: "Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele. É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: "Quem se gloriar, glorie-se no Senhor" (1 Coríntios 1. 26-31). Se não há mérito nenhum em nós mesmos; se a graça não é uma conquista; se ela não é um prêmio por merecimento; então, como eu poderia me vangloriar dela? Se a graça está à disposição do mundo, quem sou eu para querer me apropriar dela com soberba?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Graça Me Liberta de Ser Juiz

A graça é mais do que uma palavra singela. É um gesto na direção do ser humano. Mas, não é um gesto que escolhe alguns. A triste realidade da religião arquitetada pelos homens é a sua distinção baseada em méritos, qualidades, esforços, exercícios e etc... Tudo depende de você. Portanto, 'se' você 'isso', então, poderá conseguir 'aquilo'. O apóstolo Paulo escreve que "Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos" (Efésios 2. 4, 5). A Bíblia utiliza o plural: "pela graça vocês são salvos". Quem sou eu para excluir alguém? Não é isso também o que Jesus ensina na sua parábola do joio e do trigo (Mateus 13. 24-30)? Se existe alguma separação, nenhum ser humano está autorizado a traçar a linha divisória. Existe uma diferença entre julgar, exortar e condenar. A maneira como a Bíblia considera julgar é diferente de condenar. Não se trata de julgar como se estivéssemos num tribunal onde vamos, ao final, condenar alguém. Julgar significa examinar uma causa, avaliar uma idéia ou analisar uma questão. E, mediante isto, sim, tomar uma posição. É dessa maneira, por exemplo, que Paulo se expressa ao dizer: "Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo"(1 Coríntios 10. 15). Pessoas sensatas estão em condições de analisar as coisas e chegar, assim, às suas próprias conclusões. Pensar diferente de alguém, no entanto, não faz de mim um inimigo dessa pessoa. Já a palavra condenar significa impor uma pena. E, isso nenhum de nós tem o direito de fazer contra o outro. Esta é a lição da parábola do Joio e do Trigo. Exortar, por sua vez, significa incitar ou aconselhar à prática do que é bom ou conveniente. Jesus mesmo declarou, em João 3. 17 que "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". Ora, nem mesmo a intenção de Deus é de condenar. É por isso que "todos falavam bem dele (Jesus), e estavam admirados com as palavras de graça que saíam de seus lábios" (Lucas 4. 22). Se houver algum tipo de condenação, ela será imposta por quem tem a autoridade para tal. E, no devido tempo. A única certeza de que disponho hoje é que a graça de Deus é superabundante e está à disposição de todos. Não tenho, portanto, o direito de estabelecer critérios que determinem quem está dentro e quem está fora em se tratando de salvação. Sim, alguém pode argumentar pela Bíblia que isso é possível. No entanto, um olhar mais criterioso a partir do contexto revelará que não é bem assim. Portanto, a graça deveria nos tornar mais humildes, uma vez que não depende de nós. E, a graça é estendida a todos, inclusive àqueles que eu tenho dificuldades para aceitar ou lidar. Somente alguém que compreende-se agraciado será capaz de deixar essa graça transbordar para outros. Então compreenderemos também que podemos julgar e exortar, porém, jamais condenar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A Graça Ignora os Méritos

A graça de Deus é o que existe de mais peculiar no cristianismo. Só compreende a diferença do cristianismo, quando comparado às demais religiões, quem compreendeu a graça. A graça nos permite abrir mão de todo e qualquer esforço religioso. A religião do fardo, dos sacrifícios, das exigências e da lei é totalmente incompatível com a graça. Por isso, para compreender a graça é necessário render-se. Literalmente, desistir dos caminhos da religião. Reconhecer que esta é uma luta vã, cansativa e frustrante. A maior benção da graça é descobrir que devemos definitivamente desistir de tentar agradar a Deus para obter salvação.
É sempre mais fácil falar a respeito da graça do que compreender e viver de fato as suas implicações. Quais seriam as consequências na vida de alguém que finalmente compreendeu a graça? Nas próximas semanas vamos refletir um pouco sobre as implicações da graça. Primeiramente, sabemos que a graça elimina qualquer necessidade de méritos. Isso significa que Deus nos ama não devido às nossas obras, ou por alguma aptidão especial que apresentamos e, sequer, por todo trabalho que pudéssemos exercer. O Apóstolo Paulo lembra que nada há que possamos reivindicar "com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus" (2 Coríntios 3. 5). Sim, a graça não espera enxergar os méritos para dizer eu te amo. Afinal, "se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça" (Romanos 11. 6).
Vivemos numa sociedade que recompensa por méritos. Em si, isso não é um problema. Pode ser interessante que empresas, por exemplo, procurem estruturar-se desse modo quando elaboram o seu plano de gestão. Mas, nesse caso, estamos falando de outra coisa. Um relacionamento entre patrões e colaboradores numa empresa não é exemplo para o tipo de relacionamento que Deus deseja com os seus filhos. Da mesma maneira, também numa família os pais devem amar os filhos de igual modo apesar das diferenças entre estes. Essas diferenças, no entanto, levarão os pais a agir de modo unico com cada filho. E, quando um filho se dá conta de quem ele é, já terá apenas o que agradecer.
A graça é Deus nos encontrando de mãos vazias. Nada temos a oferecer. Ela é anterior a qualquer possibilidade de podermos oferecer algo de bom em nós mesmos para nos tornarmos merecedores. A graça nos surpreende como se nós nos apresentássemos com uma considerável quantia em dinheiro para comprar algo que já é nosso. Pode ser frustrante olhar pra trás e ver que tanto esforço, tantos "pontos" conquistados e todo o dinheiro poupado, não fazem a mínima diferença. Pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho... (João 3. 16)

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