A preocupação com as coisas erradas pode gerar amargura, ressentimento, moralismo e insensibilidade. A pessoa religiosa é aquela que se preocupa com as coisas menores e deixa de alegrar-se na liberdade que o Espírito de Deus concede. O religiosos dá demasiada atenção às leis, às regras, ao jeito certo de fazer isso e aquilo. Vive aprisionado, tenso, amedrontado. Vive como se estivesse o tempo todo sendo vigiado. Logo, torna-se ele mesmo um detetive da vida alheia. Sempre a observar e investigar na ânsia de encontrar no outro algum erro de que o acusar. Na sua incapacidade de alegrar-se e desfrutar da verdadeira liberdade, não é capaz de tolerar que ninguém mais o seja. Fariseus e mestres da lei são incapazes de ver as coisas maravilhosas que Jesus está fazendo. Tudo o que conseguem é indignar-se atrás das capas religiosas (veja Mateus 21. 12-16).
Certa mulher compartilhou o seguinte testemunho: Outro dia levei meus filhos a um restaurante. Meu filho de seis anos de idade perguntou, se ele poderia fazer a oração. Ele curvou a cabeça e disse, “Deus é bom, Deus é grande. Obrigado pela comida, e gostaria de agradecer-lhe ainda mais, se mamãe nos desse sorvete de sobremesa. Dê liberdade e justiça para todos! Amém!”
Em meio às risadas discretas dos clientes próximos, deu para ouvir a observação de uma mulher: “Isso é o que está errado neste país. As crianças de hoje nem sequer aprendem a orar. Pedir a Deus para tomar sorvete! Eu jamais o faria!”
Ouvindo isso, meu filho desatou a chorar e me perguntou: “Será que eu fiz algo errado? Será que Deus está zangado comigo?”
Enquanto eu o abraçava e lhe garantia que ele tinha feito algo muito bonito e que Deus certamente não estava zangado com ele, um senhor idoso se aproximou da nossa mesa. Ele piscou para o meu filho e disse: “Ora, eu sei que Deus pensou que foi uma grande oração”.
“Realmente?” meu filho perguntou.
“Com certeza”, respondeu o homem. Então, num sussurro, ele acrescentou (apontando para a mulher cujo comentário havia provocado seu choro), "Pena que ela nunca pede a Deus para tomar sorvete. Um pouco de sorvete, às vezes, é bom para a alma".
Naturalmente, eu comprei sorvete para as crianças no final da refeição. Meu filho olhou fixamente para o seu sundae por um momento. E, então fez algo que vou lembrar o resto da minha vida: Ele pegou seu sorvete e, sem uma palavra, se aproximou da mulher e o colocou diante dela. Com um grande sorriso lhe disse: “Este aqui é para você. Sorvete, às vezes, é bom para a alma e minha alma já está bem”.
Um comentário:
Interessante! Mas tenho um receio de julgar a palavra "religião", pois ela tem um sentido tão único e belo, para ser atribuido para gente que não gosta de sorvete.
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