Um livro cristão não tão popular que estou relendo é Discipulando Nações de Darrow L. Miller. Nesta obra, Miller, um cristão envolvido em ações de combate à fome, defende a tese de que idéias tem consequências. Não se trata de uma novidade, pois existem outros autores argumentando neste sentido. Basta olhar o mundo a nossa volta para perceber o quanto as idéias dos pensadores nos afetam. As coisas práticas que existem estão aí porque alguém um dia começou a pensar nelas. Quando falamos em idéias não nos referimos simplesmente a uma boa sacada ou a um insight genial. E, sim, a sistemas de crenças ou filosofias de vida. Se "não pensar é impensável", como disse o teólogo R. C. Sproul, concordamos também com o pastor Donald Price quando diz que "para que a nossa vida tenha nexo, somos obrigados a optar por alguma filosofia que as oriente".
Uma cultura em que se acredita que o sofrimento contribui para a evolução espiritual não irá gerar ações concretas para amenizar o sofrimento humano. A menos que a ação de ajuda seja creditada como 'ponto' a favor da evolução de quem realiza a ação de ajuda. Assim, porém, não teríamos ajuda real em solidariedade ao outro por causa da valorização da vida humana, mas, simples atitude egoísta que visa levar alguma vantagem. Se uma cultura acredita que no mundo espiritual existe uma divisão de castas ou de classes, então, não cabe a nós interferir, afinal, é apenas o mundo seguindo seu rumo em direção ao aperfeiçoamento espiritual. Mesmo que isso gere pobreza e opressão no mundo real. Assim, algumas idéias podem ser reforçadas apenas para manter o status de quem está levando vantagem.
Se a vida é sofrimento, então nada mais lógico do que escapar da vida para fugir do sofrimento. Se o ser humano é apenas parte da natureza física, os engenheiros sociais poderiam construir sociedades perfeitas. Se não existe Deus, então cabe ao ser humano ser seu próprio messias. Se o mundo é fruto do acaso, então, não pode haver nenhum sentido para a vida. E, uma vida sem sentido é dura demais para ser vivida. Portanto, busca-se viver 'intensamente' cada momento em busca de algo que no fundo, não se acredita que possa ser encontrado. Resultado? Depressão, fobias, ansiedade, etc... O Apóstolo Paulo parecia saber bem a importância dos sistemas de crença que existem nas mentes. Por isso, exortou seus leitores: "não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente..." (Romanos 12. 2). Atribui-se a Albert Einstein a famosa frase de que "não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes". Essa frase reforça que as atitudes começam na mente. E, idéias têm consequências!
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