A graça de Deus é o que existe de mais peculiar no cristianismo. Só compreende a diferença do cristianismo, quando comparado às demais religiões, quem compreendeu a graça. A graça nos permite abrir mão de todo e qualquer esforço religioso. A religião do fardo, dos sacrifícios, das exigências e da lei é totalmente incompatível com a graça. Por isso, para compreender a graça é necessário render-se. Literalmente, desistir dos caminhos da religião. Reconhecer que esta é uma luta vã, cansativa e frustrante. A maior benção da graça é descobrir que devemos definitivamente desistir de tentar agradar a Deus para obter salvação.
É sempre mais fácil falar a respeito da graça do que compreender e viver de fato as suas implicações. Quais seriam as consequências na vida de alguém que finalmente compreendeu a graça? Nas próximas semanas vamos refletir um pouco sobre as implicações da graça. Primeiramente, sabemos que a graça elimina qualquer necessidade de méritos. Isso significa que Deus nos ama não devido às nossas obras, ou por alguma aptidão especial que apresentamos e, sequer, por todo trabalho que pudéssemos exercer. O Apóstolo Paulo lembra que nada há que possamos reivindicar "com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus" (2 Coríntios 3. 5). Sim, a graça não espera enxergar os méritos para dizer eu te amo. Afinal, "se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça" (Romanos 11. 6).
Vivemos numa sociedade que recompensa por méritos. Em si, isso não é um problema. Pode ser interessante que empresas, por exemplo, procurem estruturar-se desse modo quando elaboram o seu plano de gestão. Mas, nesse caso, estamos falando de outra coisa. Um relacionamento entre patrões e colaboradores numa empresa não é exemplo para o tipo de relacionamento que Deus deseja com os seus filhos. Da mesma maneira, também numa família os pais devem amar os filhos de igual modo apesar das diferenças entre estes. Essas diferenças, no entanto, levarão os pais a agir de modo unico com cada filho. E, quando um filho se dá conta de quem ele é, já terá apenas o que agradecer.
A graça é Deus nos encontrando de mãos vazias. Nada temos a oferecer. Ela é anterior a qualquer possibilidade de podermos oferecer algo de bom em nós mesmos para nos tornarmos merecedores. A graça nos surpreende como se nós nos apresentássemos com uma considerável quantia em dinheiro para comprar algo que já é nosso. Pode ser frustrante olhar pra trás e ver que tanto esforço, tantos "pontos" conquistados e todo o dinheiro poupado, não fazem a mínima diferença. Pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho... (João 3. 16)
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