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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Aos Líderes Que Ainda Desejam Edificar Igrejas Relevantes

A quantidade de informações sobre a proliferação de igrejas nas cidades brasileiras só é maior, talvez, do que o número de igrejas. Uma de nossas comunidade de bairro em Pelotas fica a menos de três quilômetros de nossa casa. Para chegar lá não transitamos em mais do que quatro ruas, e, no trecho maior de uma delas, passamos por quatro igrejas. O que chama a atenção do observador mais critico é a semelhança entre elas. O mesmo estilo de pregação, as mesmas músicas e estilo de louvor, os mesmos apelos emocionais, uma ordem simples e previsível: saudação, louvor, pregação, apelo, oferta. Os líderes geralmente não têm a Bíblia como fundamento do seu ministério, mas, as técnicas de marketing, mensagens de internet e imitação de pregadores de rádio e televisão. Os músicos, por sua vez, buscam inspiração em shows, workshops e discos de artistas renomados do meio gospel.
Diante disso temos uma igreja sem identidade, superficial, sem impacto na sociedade. Quando muito, contribuem causando escândalos como frequentemente aparecem nos noticiários. As mensagens não desafiam a uma transformação de caráter, à ética e ao engajamento por um mundo melhor. Deus, Jesus e a Bíblia tornaram-se apenas palavras mágicas utilizadas para ordenar e determinar milagres de acordo com a vontade de cada um. Não se sabe mais o que é reverência, santidade ou autoridade. Explora-se o que já existe de pior no ser humano: cobiça, ganância e sede de poder. Diante disso, quero oferecer algumas dicas ou conselhos aos líderes que ainda sonham em edificar comunidades cristãs sérias.
1. Substituam o marketing, a internet e a televisão pela Bíblia. Estudem e formulem as suas própria conclusões. Paulo, o apóstolo, só tinha autoridade para pedir que a igreja o imitasse porque ele mesmo tinha consciência que era um imitador de Cristo. Leia menos livros sobre a Bíblia e tire mais tempo para ler a própria Bíblia.
2. Preste atenção às pessoas, ao contexto em que a sua comunidade está inserida. Valorize as particularidades, respeite a caminhada de cada um, deixe que a igreja cresça naturalmente e que a palavra de Deus seja a inspiração.
3. Conheça e deixe-se conhecer pelas pessoas. Não banque o super-crente que não passa por problemas. O caminho de Jesus foi um caminho humano, de fragilização e identificação. Jesus não andava em jatinhos, não tinha camarim e também não dependia de roupas de grife para se sentir importante.
4. Fuja das tentações: de ser famoso, de querer edificar uma igreja grande, do imediatismo, de ficar rico no ministério, de poder e do sexo. Tudo isso costuma andar junto. Uma coisa puxa a outra.
5. Ajude os ministros de louvor da tua igreja a compreenderem que unção e autoridade dependem muito mais de submissão, obediência, vida comunitária, oração e estudo da Palavra de Deus do que da participação em shows, workshops e congressos com cantores e bandas famosas. Ajude-os a compreenderem que o trabalho deles é um serviço cuja qualidade dependem 50% de inspiração e 50% de transpiração. O Espírito Santo não supre o desleixo, a falta de ensaio, estudo e preparo. Essa última parte vale também para os pregadores.

Um comentário:

Marcos Siqueira disse...

Muitos tem usado a fé para alcançar seus objetivos, quer financeiros, quer emocionais (poder, aceitação). Infelizmente em nossa cultura fast-food alguns carentes cheios de ambiçoes aprenderam a realizar um teatro que atrai pessoas para seus planos.

O povo merece mesmo! Gostam de ser enganados e ter sua consciência abrandada. Que nosso Senhor tenha misericórdia e acorde esses cegos.

Aproveito para um convite para meu blog: http://filhoimperfeito.blogspot.com/. Abraço

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