Uma das coisas mais tristes em nossa sociedade é que ela vem perdendo cada vez mais, o senso comunitário. Não se trata somente de saudosismo. Na verdade o ser humano sempre teve certa dificuldade com esse negócio de importar-se com o outro. No entanto, a modernidade vem marcada ainda mais fortemente pelo individualismo.
Jesus ordenou que "vos ameis uns aos outros" (João 15. 12). Porém, nossos relacionamentos são marcados pela indiferença. Paulo novamente enfatizou: "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal" (Romanos 12. 10). Fingimos ainda não compreender. Dentro da perspectiva do amor, o mesmo Paulo exorta: "Não nos julguemos mais uns aos outros" (Romanos 14. 13). E, a cada dia, nos tornamos mais hábeis em apontar o dedo. Paulo disse mais: "Acolhei-vos uns aos outros" (Romanos 15. 7), e a cada dia nos vemos obrigados a instalar mais alarmes e construir muros mais altos; "Suportai-vos uns aos outros" (Colossenses 3. 13); e, precisamos cada vez mais de advogados e psicólogos; "Consolai-vos, pois, uns aos outros" (I Tessalonicenses 5. 11); e nossas lágrimas molham os travesseiros por não encontrarem ombros sensíveis; "Levai as cargas uns dos outros" (Gálatas 6. 2), inventamos o 'jeitinho' para levar vantagem às custas do outro. Também Tiago orienta: "orai uns pelos outros" (Tiago 5. 16); e, nos revelamos melhores em falar pelas costas da vida alheia. E, ainda Pedro aconselha: "Servi uns aos outros" (I Pedro 4. 10), mas, todos queremos apenas ser servidos.
A igreja é então chamada a exercer profeticamente o desafio de viver em comunidade. O espírito comunitário da fé cristã permeia as Escrituras. Está presente na vida e ensinamento de Cristo. Expressa-se na Santa Ceia onde irmãos comungam do mesmo sangue e do mesmo corpo lembrando o sacrifício de amor de Cristo. Uma das imagens utilizadas pelo Apóstolo Paulo para a Igreja é corpo. Um corpo constituído por vários membros, diferentes entre si, mas cooperando e expressando unidade.
Estamos diante de um aspecto primordial para discernir a verdadeira Igreja de Cristo em nossos dias. Ela, teimosamente, insiste na contramão das tendências fragmentárias. Trata-se de um fruto, um sinal visível, concreto dos discípulos de Jesus Cristo. "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros" (João 13. 35).
Um comentário:
A sociedade é apenas um jovem na questão de comunidade, tentamos aparentemente ser solidários, mas esse é um estágio pequeno diante de toda a nossa sobrevivência!
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