Uma manhã fria na cidade de Pelotas. O frio sempre chega primeiro a essa região do extremo sul brasileiro. O céu azul e a luz do sol a clarear o dia, enganam. O vento não deixa dúvidas de que é melhor sair prevenido. É difícil manter o penteado (embora este seja um problema a menos pra mim no inverno). As pessoas caminham encolhidas. É impressionante como o clima pode interferir no humor de alguém. Enquanto vejo reportagens sobre as mudanças climáticas e muitos declarando a sua alegria pela chegado do friozinho, eu já começa a ansiar pela chegada da primavera. Mas, não adianta lamentar. Ao som dos ventos uivando nos umbrais, que venham os aquecedores, a lenha, a fumaça da lareira, as sopas, as bergamotas (bergamotas???) e qualquer outra coisa que possa oferecer algum alívio. É tempo de mexer nos guarda-roupas.
Se o frio pode ser duro para um adulto bem agasalhado e com boas condições de moradia, imaginem para crianças e pessoas que vivem em condições precárias! Além dos casacos e blusões que vão nos aquecer, quem sabe possamos tirar também algumas peças que podem ajudar a aquecer outros. A temporada de chuvas e calor causaram inúmeras tragédias. Foram muitas as oportunidades de demonstrar solidariedade. O frio, no entanto, permite que continuemos a lembrar que não somos os únicos neste mundo. Enquanto o verão é festejado com as pessoas procurando rios, açudes e praia, o frio dói. Basicamente, precisamos de ambientes bem fechados, aquecedores e roupas quentes. Se ainda assim é possível odiar o frio, é ruim até imaginar como seria sem isso!
Desculpem aqueles que acham que estou exagerando. Afinal, estamos recém no outono. Talvez eu esteja mesmo sofrendo por antecipação. Pode ser também que entre o dia em que escrevi este texto e o momento ou o lugar em que agora você o lê, tudo esteja diferente. Mas, sempre é tempo de perguntar: de quem eu posso ser o "próximo" hoje? Pode atrasar a sua viagem, pode sujar o seu carro, pode te custar tempo e dinheiro. Talvez ninguém fique sabendo e nem mesmo um "muito obrigado" você ouça depois. Mas, cá entre nós, quem ajuda não se preocupa com essas coisas! Por isso, algum reconhecimento, quando e se vier, até surpreende (Mateus 25. 37-40).
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