Se me perguntassem o que o cristianismo tem de peculiar, de especial, de diferente e original quando comparado às demais religiões, eu diria que é a graça. Não estou sozinho nisso. A história revela que muitos outros antes de mim já pensavam assim. Nenhuma outra religião do mundo, além do cristianismo, tem a graça. É a graça que faz toda a diferença. A graça faz do cristianismo algo mais do que uma mera religião. A graça do cristianismo está na graça. Eu sei que essa conversa pode soar arrogante, presunçosa e exclusivista. Principalmente numa época em que o politicamente correto mascara a autenticidade. Porém, é um paradoxo inevitável. Justamente a graça, tão sublime, tão humilde, tão aberta, tão inclusiva, se tomada meramente como discurso, pode soar como algo totalmente contrário à sua essência.
Quem se considera adepto do cristianismo, mas não compreendeu a graça, pode mudar a qualquer momento de religião, afinal, sem a graça, o cristianismo não passa de mais uma oferta no menu de propostas religiosas. E, para quem não entendeu a graça e está fora do cristianismo, não há como ver o cristianismo como mais do que apenas uma religião entre tantas outras. Só entende a diferença, quem compreende a graça. Logo, é inútil envolver-se num debate religioso quando não há uma compreensão mínima sobre a graça. Pois, quem entende a graça sabe que é impossível confessar outra fé, pois nenhum outro sistema religioso é coerente com a graça. Considerar a graça desmontaria todo o sistema em qualquer outra religião.
Graça, sublime graça. Curiosamente, a graça, algo muito simples é, ao mesmo tempo, tão distante de nossa capacidade de compreensão e apreensão! Talvez porque a graça seja algo tão divino, tão sublime, tão libertador..., que é o que existe de mais hostil à nossa natureza rebelde e pecadora. A graça é o que existe de mais próximo e acessível à natureza divina. A graça subverte a nossa lógica. Ela nos ofende. A graça é algo tão desafiador, que preferimos, muitas vezes, rejeitá-la a ter que admitir que a compreendemos. Pois compreendê-la implicaria em mudanças radicais. Teríamos que rever muitas coisas e, na verdade, não é exatamente isso que nós gostaríamos.
Sim. A graça subverte a religião. Religião é aquilo que os seres humanos constroem na busca por salvação. Religião é a tentativa humana de construir pontes até Deus. A religião é uma obra humana. E, por isso, gera vaidade, orgulho, sacrifícios, auto-suficiência, baseia-se nos méritos, esforço e muita dedicação. Na religião pode-se facilmente classificar quem está dentro e quem está fora. A religião produz os seus mediadores e gurus. Dá muito dinheiro também. Assim, a religião acaba refletindo a corrupção humana. A religião, portanto, não pode suportar a graça. Porque a graça põe abaixo qualquer sistema religioso humano. O impulso religioso, no entanto, é algo inato ao ser humano. E, este, apenas encontra sossego na graça.
3 comentários:
Ola Rodomar quanto tempo, a alguns dias ouvi Ed Renê Kivitz falar sobre Cristianismo achei muito peculiar a colocação dele quando disse que Jesus não era adepto a religião cristã ou Cristianismo,mas sim judeu.Colocou em sua pregação que o cristianismo foi criado no acordo de Niceia onde vários homens entraram em acordo e proclamaram várias doutrinas.Deus(Jesus Cristo)
quer que nós nos relacionamos profundamente com Ele, buscando sempre a comunhão diária ñ a idolatria de um ser mistico que não atua em nossa vida: social,profissional cultural, na sua visão o que o cristianismo tem como objetivo proclamar a Cristo em relacionamento intimo e profundo ou só apenas uma doutrina entre tantas que tentam se relacionar com um ser
congelado, limitado???
abraço aguardo resposta
até mais
Olá Igor.
Obrigado pela participação. De fato, a essência religiosa do ser humano facilmente distorce as coisas na ânsia que tem por Deus. Quando não compreendemos a graça, acabamos construindo os nossos próprios caminhos. E, assim, muito do que vemos por aí não passa de construções que mais atrapalham do que aproximam as pessoas de Deus.
Busquemos o Evangelho com estudo sério da Palavra! E, que Deus nos conceda sabedoria e discernimento em nossa jornada!
Abraço.
A Graça é uma afronta a teologia do mérito.
Muitos se escandalizam com ela como foi o caso dos fariseus, pois a jactância da própria justiça e da vaidade dos méritos, é inconcebível com a mentalidade de RECOMPENSA.
É a doença do IRMÃO PRÓDIGO que não admitia tamanha distribuição de GRAÇA a um pecador miserável e fanfarrão como seu irmão que desprezou a casa do pai vivendo na farra.
O fato do pródigo fanfarrão voltar arrependido, mostra que viver pelos valores do Pai traz pacificação para a alma, e não uma relacão com a DESERÇÃO PATERNA.
Pai é sempre Pai. Fato inviolável. Tá no DNA.
Valeu!
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