Ninguém está aqui neste mundo para viver uma vida sem sentido. Se o sentido da vida começa a ser vislumbrado quando nos rendemos a Deus, uma pergunta pode surgir de imediato: Como eu posso conhecer a Deus se eu não tenho a certeza de que Ele existe?
Trata-se de uma pergunta legítima e honesta. A Bíblia ensina que Deus se revela. E, mediante essa revelação, somente os tolos negam a sua existência (Salmos 14.1). As Escrituras testemunham ainda que “desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas” (Romanos 1.20). Além da criação de Deus que dá testemunho de sua existência, há também a nossa consciência, uma vez que fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.27).
Encontramos por toda a Bíblia argumentos e afirmações que deixam claro que os “céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos” (Salmos 19.1). Não se trata, portanto, de simplesmente provar a existência de Deus pela Bíblia, mas, como ela mesma aponta, a existência de Deus é mais fácil de ser observado ao nosso redor do que negado.
Lembramos que o ser humano foi feito à imagem de Deus. Quando Deus nos criou, nos fez para sermos um reflexo de si mesmo; somos criaturas que lembram o nosso Criador de formas distintas. Temos livre arbítrio; somos criaturas racionais; somos criativos; somos feitos para um trabalho significativo; não devemos viver sozinhos, somos seres sociais – em todos estes aspectos, entre outros, somos feitos à imagem de Deus. Por esta razão, sentimos, mesmo sem ser ensinados, que deve haver um Deus.
Um estudioso missionário canadense chamado Don Richardson descobriu que em todas as tribos que ele estudou, desde as mais antigas na história, todas criam num ser supremo. É claro que as formas e manifestações destas crenças são diferentes. Não é curioso como muitos ao ouvirem o Evangelho pela primeira vez declaram algo tipo: “Este é aquele (referindo-se a Deus) a quem sempre busquei conhecer!”
Em um de seus livros Charles Colson conta a história de Irina Ratushinskaya. Ela, uma dissidente soviética presa por cinco anos em um campo de concentração, criou e memorizou (sem redigir) trezentos poemas. Quando Irina finalmente conseguiu publicar os poemas eles foram um sucesso. Num livro intitulado A Esperança é Cinza Irina conta a sua história de vida e prisão.
Os pais e professores de Irina eram ateus. Aos nove anos de idade, crescendo em meio aos ensinos ateístas, Irina pensou: “Meus pais me disseram que não existem fantasmas nem duendes. Mas disseram isso apenas uma vez. Eles me dizem toda semana que não existe Deus. Deve haver um Deus”. Em outras palavras, por que estariam lutando com tanto empenho contra algo que não existe?
Foi aí que Irina começou a ler obras de grandes autores russos como Pushkin, Tolstoy e Dostoyevsky. As obras desses autores contêm muito do evangelho. Irina tornou-se cristã por causa dessa literatura.
Anos mais tarde, na prisão, as autoridades tentaram congelar Irina até a morte encurralando-a contra um muro. Foi nesse momento que ela diz ter experimentado uma sensação incrível como se centenas de pessoas por todo o mundo estivessem orando por ela. Ela estava certa, isso realmente estava ocorrendo. Muitos cristãos oravam por Irina e ela, de alguma maneira, soube disso naquela hora.
As pessoas, mesmo em culturas que não foram evangelizadas, sabem que há um Deus. Até mesmo pessoas que dizem não crer, vez ou outra podem ser flagradas agradecendo a Deus por algo que experimentam no dia a dia: uma bela paisagem, um momento com um filho, uma boa conversa, etc... Mesmo sem saber que Deus é, muitas pessoas sabem que deveriam ser gratas.
Um conhecido ateu chamado Bertrant Russell certa vez escreveu um livro intitulado Por que Não Sou Cristão. Antes de morrer ele escreveu uma carta a um amigo: “Há alguma coisa em meu ser que insiste em dizer que pertenço a Deus; contudo, sinto ao mesmo tempo uma recusa a entrar em qualquer tipo de comunhão terrena – ao menos é assim que eu me expressaria se pensasse que há um Deus. Isso é estranho, não? Eu me preocupo grandemente com este mundo e com muitas coisas e pessoas nele, e no entanto... o que é tudo isso? Deve haver algo mais importante, e isto é o que eu sinto, embora não creia que exista”
Apesar de nossa rebelião, Deus existe e sabemos disso. A existência de Deus é evidente. Poderíamos dizer novamente que é mais fácil admitir que Deus existe do que tentar comprovar o contrário. Você já leu com atenção o que o Apóstolo Paulo diz em Romanos 2.14-15? Um estudioso de Oxford conhecido como C.S. Lewis (autor das Crônicas de Nárnia) foi um dos maiores intelectuais do século XX. Ele era um ateu que se propôs a provar que não existia Deus. Mas, ao invés disso, o que aconteceu foi que ele tornou-se um cristão professo. Ele diz em um livro intitulado Cristianismo Puro e Simples que um senso de certo e errado, uma espécie de senso de dever, é universal. Mas, de onde vem esse senso? Para Lewis isso não vem da biologia, da genética ou da psicologia. Vem de Deus - a imagem de Deus da qual todos nós somos participantes. O fenômeno universal da consciência prova que deve haver um Legislador, um Deus que nos dá este inexplicável entendimento.
Portanto, existem evidências por todos os lados, nós é que simplesmente decidimos rejeitá-las ou, simplesmente, ignorá-las. A história e as conclusões de grandes pensadores coincidem com o que a criação e a consciência declaram: Sim, Deus existe, sem dúvida alguma.
* Este texto é uma adaptação de um trecho do livro Respostas Às Dúvidas de Seus Adolescentes de Charles Colson. Editora CPAD.
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