Agradeço a todas as visitas e comentários! Seja bem vindo!!! Que Deus abençoe a tua vida!

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Estudar Teologia

Não fuja!!!

Estudar teologia é algo que todo cristão deveria considerar. Mas, não, eu não estou falando que todo cristão deveria ir para um seminário ou faculdade de teologia e passar 4 ou 5 anos estudando para obter um diploma de bacharelado em teologia.

O que fazer, então?

Se for este o chamado de Deus para você, então, siga em frente. Se você estiver em paz com a ideia de fazer um bacharelado em teologia e servir como um ministro de tempo integral a igreja, vá em frente! Deus continua, sim, chamando pessoas para servir de tempo integral na sua seara, seja como pastor, missionário, catequista, diácono e etc. No entanto, estudar teologia é para todos. Não se trata de apenas buscar um 'canudo'.

Ninguém deveria pensar que se estuda teologia para se obter uma profissão. Tal perspectiva é muito superficial e está aquém daquilo que significa a teologia enquanto possibilidade de mergulhar no conhecimento de Deus.

Explico melhor...

A teologia prepara não para uma profissão. Uma boa teologia prepara para a vida. Quando dizemos, então, que a teologia é para todos, é disso que estamos falando. Envolve buscar conhecimento e sabedoria em Deus e, assim, deixar que haja transformação diária em nosso modo de pensar e viver.

Isso não te lembra algum texto bíblico?
Exatamente, estamos nos referindo às palavras do Apóstolo Paulo:

"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12.2)

A oportunidade nunca esteve mais ao alcance da igreja brasileira do que agora. Ninguém precisa mais sair de sua cidade para estudar teologia. São inúmeros cursos, de diversas instituições, nos mais variados formatos.

Mas, como discernir entre tantas propostas?

Sem dúvidas cabe a cada um de nós pesquisar sobre a seriedade dos cursos e também sobre a proposta teológica oferecida.

Nós temos uma proposta de um breve curso e convidamos você para experimentar. Um curso que visa ajudar pessoas cristãs que querem ter uma visão panorâmica da história de Deus com o mundo.

Inscreva-se no curso BASE BÍBLICA DA IGREJA MISSIONAL.

PARA MAIORES INFORMAÇÕES ENTRE EM CONTATO CONOSCO PELO E-MAIL: teologia.missional@gmail.com

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Somente a Graça

O que é a graça?

Se tem um tema do qual jamais me canso de refletir e falar é a graça. Isso porque não se trata de uma graça qualquer. Falo da graça de Deus!

Falar sobre a graça de Deus significa abordar uma imensidão de coisas. E, ao mesmo tempo, é tratar de algo singelo, muito específico. No contexto da igreja, falar da graça é ser lembrado de algo grandioso. Grandioso porque trata de nada mais nada menos do que a salvação humana. Como a vida de milhões de pessoas seria mais leve se compreendessem aquilo que o bondoso Deus já fez por elas!

A mensagem que todo ser humano precisa ouvir e compreender para poder desfrutar mais plenamente a vida é a mensagem da graça de Deus. Quantas bênçãos, quantas coisas maravilhosas a graça faz pelo indivíduo!

A graça é o grande diferencial do cristianismo frente a todas as demais religiões. A graça faz do cristianismo algo mais do que uma mera religião. A graça do cristianismo está na graça. Pela graça podemos encontrar-nos de mãos vazias diante do Senhor do Universo e sermos aceitos. Quantas pessoas ainda não sabem disso e vivem escravas de uma religiosidade que acha que precisa agradar a Deus, oferecer sacrifícios, demonstrar algum mérito!?

Seria muita pretensão querer listar os inúmeros benefícios da graça. Ainda assim, alguns poucos rapidamente nos vêm à mente. Não podemos confundir nossas relações humanas, à base de trocas, de negociações e dos méritos, com aquilo que Deus faz na cruz para perdoar nossa culpa e nos acolher em seus braços. A graça liberta! Liberta dos méritos. Deus nos encontra de mãos vazios e com o currículo em branco. A graça nos encontra num papel comum. Não são títulos e cargos que despertam a atenção de Deus para nós. Apenas o seu incomparável amor.

A graça é para todos, pois “todos pecaram”. Assim, a graça me liberta do orgulho. Na igreja encontro irmãos igualmente agraciados. Todos são igualmente preciosos para Deus.

Na graça não preciso de autoafirmação. Quem me afirma é o meu criador. Reconheço que preciso de uma mão estendida e sei que ela está lá.

A graça coloca todos ao redor da mesa da Ceia do Senhor. Não há competição. A graça desconhece medalhas e troféus. Não faz sentido disputar com alguém por aquilo que eu já tenho.

Nenhum sacrifício é necessário. Jesus deu a si mesmo como o sacrifício definitivo. A liberdade gerada pela graça produz gratidão. Nossa relação com Deus, a partir da graça, é de reconhecimento e gratidão. Não há espaço ou necessidade de esquemas religiosos, negociações, medo ou culpa. Pela graça Deus nos faz filhos e filhas. Vivemos a perspectiva da eternidade no seu reino.

Viver sob a graça é reconhecer que já pertencemos a outro mundo: um mundo também conhecido como o reino de Deus.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Você Quer Um E-book Grátis!?

Deixe o seu e-mail abaixo e nós estaremos enviando pra você o Ebook O Cristão e as Ideologias. Em tempos de polarização política é importante que os cristãos saibam se posicionar. Este texto ajudará você a começar a se localizar como cristão nesse debate. Aproveite! É gratuito.

sábado, 15 de junho de 2019

Curso de Teologia ao Seu Alcance

Você já ouviu falar em Igreja Missional?

Gostaria de saber mais a respeito?

E estudar teologia, você já pensou nisso?

Que tal cursos breves, aí mesmo onde você está, sem precisar mudar de cidade?

Embora a igreja continua necessitando de pastores e missionários de tempo integral, o fato é que a maioria dos membros permanecerão em sua cidades e em suas igrejas locais. A teologia é importante na formação de cada cristão.

Pensando nisso foi criado o primeiro curso visando capacitar os membros da igreja que Deus chama para a missão a partir da sua igreja local, ali mesmo, no bairro, na cidade, na vizinhança local.
 

 Contato: teologia.missional@gmail.com

sexta-feira, 17 de maio de 2019

No Princípio, Havia Deus... (VII)

Se Deus não criou o mundo, como todas as coisas se originaram?

De onde veio este mundo?

Existem outras explicações para a existência das coisas?

E Deus, ele é um só?

Será que existem outros deuses?

 Acompanhe o último vídeos desta série a respeito dos primeiros capítulos do livro de Gênesis:
 

terça-feira, 7 de maio de 2019

Desenvolvedores da Cultura (VI)

Semelhança de quem?

O que Deus esperava de nós, seres humanos, quando ele nos criou?

Havia trabalho no Jardim do Éden antes da Queda?
 

terça-feira, 30 de abril de 2019

Criado de modo Único (V)

Com quem você se parece? Você já se fez esta pergunta? Já parou pra pensar que temos uma capacidade incrível que é o da comunicação? A quem você ouve?

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Imagem e Semelhança (IV)

De onde Eu vim?

O que significa ser "criado à imagem e semelhança de Deus"?

Em que, afinal, somos semelhantes a Deus?

Se você também tem curiosidade a respeito destas questões, acompanhe o vídeo abaixo:

Deus faz e faz bem feito! (III)

Como Deus criou todas as coisas?

De onde vieram todas as coisas?

Você também já se fez essas perguntas?

Acompanhe a nossa série sobre os primeiros capítulos de Gênesis.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

O que há de vir? (II)

O que significa "Gênesis"?

Existe um criador?

Quem criou o mundo?

Por que as coisas são como são?

E se tudo fosse diferente?

Se Deus não criou este mundo, de onde vieram todas as coisas?

Se você também se questiona a respeito dessas coisas, convido para acompanhar esta série:

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Do começo... (I)

Você já leu o livro de Gênesis?

Que Deus é esse que é revelado na Bíblia dos cristãos?

O que diz a primeira frase da Bíblia?

De onde vieram todas as coisas?

Qual é a origem da vida?

Estas e muitas outras questões são de fundamental importância para toda pessoa que deseja desvendar o sentido da vida. Quem nunca se perguntou sobre o sentido da vida?

Nesta breve série sobre os primeiros capítulos de Gênesis abordamos essas questões. Confira!
 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

A Igreja e as Fake News

Geralmente as pessoas relacionam as notícias falsas à era digital da internet e das redes sociais. No entanto, vamos mais devagar, pois aí já podemos estar acreditando em algo que não corresponde totalmente à verdade. Quem cria e propaga notícias falsas somos nós, as pessoas. Os meios podem até facilitar o processo, no entanto, há sempre alguém operando. A realidade é que notícias falsas são coisa muito antiga. Não precisamos atualizar o vocabulário ou importar estrangeirismos para compreendermos aquilo que realmente queremos dizer com Fake News. Trata-se, tão somente, da velha e bem antiga mentira.

A primeira Fake News da história é relatada pela bíblia. O primeiro casal que Deus colocou no jardim recebeu orientações claras a respeito da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.17). No entanto, a serpente veio colocar em dúvida as orientações de Deus. Quando, finalmente, o clima de suspeita estava instalado, veio a mentira: “Certamente não morrerão!” (Gênesis 3.4). Depois disso, a história da humanidade passou a ser marcada pela mentira, fofocas, boatos, calúnias e dissimulação. Isaías tinha clareza quanto ao mal que a língua pode produzir: “as suas mãos estão manchadas de sangue, e os seus dedos, de culpa. Os seus lábios falam mentiras, e a sua língua murmura palavras ímpias. Ninguém entra em causa com justiça, ninguém faz defesa com integridade. Apoiam-se em argumentos vazios e falam mentiras; concebem maldade e geram iniquidade” (Isaías 59.3-4).

O termo Fake News tornou-se mais popular a partir das eleições americanas que elegeu Donald
Trump presidente dos Estados Unidos em 2016. Mas, entrou definitivamente no vocabulário brasileiro em 2018. Assim, Fake News geralmente aparece associado a uma estratégia política utilizada em campanhas eleitorais. Consiste, basicamente, em criar e disseminar notícias falsas com intuito de gerar uma rejeição contra determinado candidato. Contextos políticos polarizados como foram as eleições presidenciais nos Estados Unidos e no Brasil, favorecem esse tipo estratégia. Isso porque a eleição costuma ser decidida não tanto pelo voto na melhor opção, mas, sim, no “menos pior”, ou seja, a eleição se decide com base na menor rejeição. As Fake News, portanto, fazem o papel de destruir ao máximo a reputação de alguém com o objetivo de gerar no eleitor a maior rejeição possível. Mas, não podemos nos restringir ao contexto político. É conhecido o efeito das Fake News também na área da saúde, da economia, da educação, das famílias e até mesmo da igreja. Vacinas são postas em dúvida quanto à sua eficácia; informações são criadas para impulsionar o preço de produtos e influenciar a bolsa de valores; a história é recontada segundo a versão que interessa a determinada ideologia; casais brigam e até se separam por causa de fofocas; líderes e pastores tem a reputação destruída por inveja e vaidades.

Ao rejeitar o conselho e orientação de Deus, Adão e Eva deram início a tudo que acompanhamos e vivemos hoje em termos de mentiras e boatos. Se as pessoas criam e propagam notícias falsas, temos hoje uma tecnologia disponível que torna tudo mais rápido e fácil. Enquanto antigamente se observava da janela os acontecimentos e passava-se adiante a interpretação dos fatos de boca em boca, hoje, com grupos de Whatsapp e redes sociais, a fofoca foi elevada a um novo nível. É impressionante a criatividade e o tempo disponível para a criação de notícias falsas. Grandes interesses ocultos fazem com que haja pessoas dedicadas que, inclusive, são pagas exclusivamente para passarem o dia criando boatos que serão propagados na internet. Isso é possível porque sabem que milhões de pessoas estão prontas a passar adiante qualquer coisa que receberem sem se darem o trabalho de verificar a credibilidade da informação.

Uma das coisas que facilitam a proliferação das Fake News é que elas parecem não ter origem. É muito difícil saber quem criou e de onde partiu. Outra característica desses boatos é que favorecem um clima de ‘nós contra eles’, ou seja, procura identificar os bandidos e os mocinhos do mundo. Como as pessoas, de modo geral, gostam de coisas espetaculares, caímos facilmente na tentação de compartilhar algo sem checarmos antes a veracidade da informação. Também gostamos de parecer atualizados e queremos ser os primeiros a informar amigos e familiares. E, claro, como nós gostamos de nos meter na vida alheia! Assim, tecnologia aliada à nossa natureza caída desenfreada constituem terreno fértil para todo tipo de boataria, calúnia e mentiras. Pode ser que nem tenhamos a intenção, mas, inadvertidamente compartilhamos adiante algo que, por não pararmos antes para refletir e questionar, está destruindo a reputação de alguém.

Precisamos ser bem claros, portanto. O próprio Jesus também foi vítima das Fake News. Havia tantos boatos e acusações contra Jesus que em certo momento ele foi tirar a dúvida com os discípulos mais próximos: “E vocês, o que dizem?”, perguntou. “Quem vocês dizem que eu sou?” (Lucas 9.20). Jesus tinha uma posição muito clara frente às mentiras e à boataria. Ele reconhecia a fonte dessas coisas: "Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44). O cristão, portanto, não só cuida para não criar mentiras e boatos como também cuida com aquilo que passa adiante. Existem meios para checar as fontes da informação e evitar que passemos adiante mentiras que destroem a vida de outras pessoas.

Se, por um lado, é verdade que a mentira primordial levou a humanidade à queda, é fato também que a verdade irrompeu na história na pessoa de Jesus Cristo. A igreja, portanto, é um corpo de pessoas redimidas, cheias do Espírito Santo de Deus, capacitadas a imprimirem um novo rumo para suas vidas. Esse discernimento e compromisso com o Senhor da verdade faz de nós pessoas comprometidas com a verdade. Não podemos tolerar a mentira. Não podemos fazer de nossos perfis nas redes sociais, de nossas conversas pelo Whatsapp, algo dissociado de nossa identidade cristã. Não há espaço para uma vida paralela, por mais que o mundo virtual nos iluda quanto a isso. Pecado continua sendo pecado mesmo que atualizem a forma de se referir aos seus efeitos. O diabo que Jesus identifica como sendo o pai da mentira é o mesmo que hoje é o pai das Fake News.

Existem apenas duas opções ao cristão: servir à verdade ou à mentira. Servir ao Senhor da verdade ou permanecer escravo do pai da mentira. “Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus diz”, afirmou Jesus (João 8.47). Portanto, um cristão jamais se sujeita a ser um criador de notícias falsas, seja qual for a motivação. Se esta parece ser uma questão óbvia, a outra, parece não ser. Trata-se da propagação da boataria mentirosa. A pressa por dar o “furo” na notícia, a motivação por vezes sincera de alertar o outro contra algo aparentemente perigoso, o desejo de parecer engraçado e bem-humorado, e, sim, um desejo secreto de prejudicar alguém, podem surgir como armadilhas em nosso caminho. Além de contribuirmos para o mal, ao compartilhar notícias falsas podemos estar prejudicando o alvo da calúnia e também muitas outras pessoas que, assim como eu, estarão sendo usadas como canais de propagação da mentira.

Existem muitos e grandes interesses por trás das notícias que circulam nas redes sociais e também nos grandes veículos da mídia. Nem sempre sabemos como nos posicionar em meio a esta verdadeira guerra de informações e narrativas. As Escrituras, no entanto, ainda nos servem de inspiração e apresentam princípios claros. Ao receberem a palavra, os bereanos examinavam tudo para ver se conferia com as Escrituras (Atos 17.11). Este exemplo pode se aplicar também quanto às notícias que a internet lança diante nós. Existem meios para investigarmos os fatos. O próprio Deus já preveniu quanto ao que se espera de seu povo frente às Fake News: "Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20.16). Na dúvida: “Excluir”. Se ainda estamos aprendendo a lidar com todas as novas tecnologias da informação, uma lição importante para começar é que nem tudo precisa ser compartilhado.

* Texto originalmente publicado na Revista MOSAICO, ano 04, nº 08 - março de 2019. Uma publicação semestral do sínodo Centro-Sul Catarinense (IECLB).

quinta-feira, 14 de março de 2019

Como Está a Água?

Imersos
Certa vez Foster Wallace proferiu um discurso em que iniciou com esta interessante parábola: Dois jovens peixes estavam nadando lado a lado numa mesma direção. A certa altura encontraram um peixe mais velho que vinha nadando em sentido contrário. O peixe mais velho cumprimenta os dois jovens e pergunta:
- Bom dia, garotos. Como está a água?
Os dois jovens peixes seguem nadando em silêncio. Após algum tempo, um vira para o outro e pergunta:
- O que diabos é água?

Fica a reflexão: sabemos em que estamos imersos? O quanto estamos conscientes do ambiente em que vivemos e o quanto ele determina nossos comportamentos, nossos valores, nossos desejos!?

* Esta parábola encontra-e no livro Você é Aquilo que Ama, de James K. A. Smith.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Discipulado é Relacionamento com Jesus

Quando se trata de seguir a Jesus, será que estou convencido de que eu já dei o passo? Será que meu voluntarismo me permitem o direito de cumprir uma série de preceitos em lugar de um relacionamento direto com Jesus? Será que eu posso me considerar justificado e bom porque decidi dedicar algumas horas da semana à Jesus? Talvez o meu envolvimento com uma série de compromissos religiosos me forneçam a ilusão de que já sou um discípulo. Talvez eu acredite que um compromisso total venha depois de eu cumprir uma série de exigências e obrigações com a igreja!? Quem sabe, eu esteja convencido de que estar na multidão já seja o suficiente. Posso continuar a ditar o ritmo. Faço a minha agenda e peço que Deus a abençoe. Eu sigo, mas, primeiro, eu tenho umas coisinhas que preciso decidir!

Lembrando outro episódio, quando Jesus lançou seu convite, deparamo-nos com uma resposta radical: “Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: ‘Siga-me’. Levi levantou-se e o seguiu” (Marcos 2. 14).

Quanta coisa Levi deixou naquele momento para seguir quem lhe convocava!? Poderia ter dado inúmeras e plausíveis justificativas. Como deixar seu trabalho ali, em pleno horário de expediente? Quem o substituiria? Havia ainda repasses a fazer e comissões para receber. O texto, no entanto, diz simplesmente que Levi levantou-se e o seguiu.

Nas palavras de Dietrich Bonhoeffer, "o ser humano que foi chamado larga tudo quanto tem, não para fazer algo especial, mas simplesmente por causa daquele chamado, porque, de outro modo, não pode seguir os passos de Jesus”. O único conteúdo no discipulado de Jesus é Ele mesmo.
O que é discipulado?

Portanto, o que é discipulado? Discipulado cristão é comprometimento com uma pessoa: a pessoa de Jesus Cristo. Começa, portanto, com um relacionamento com Ele.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Discipulado Não é Para Relutantes

Estamos tratando sobre três possíveis perfis de candidatos ao discipulado com Jesus Cristo. Além do voluntário e do legalista, sobre os quais escrevemos nos textos anteriores, há ainda um terceiro personagem no relato do Evangelho de Lucas 9. 57-62. Este, ao que parece, ouvindo a conversa anterior de Jesus com os outros dois, entra com muita boa vontade e se dirige a Jesus, dizendo: “Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e me despedir da minha família” (Lucas 9.61).

Estamos diante de uma espécie de combinação entre os dois personagens anteriores. Este se prontifica. Ele quer, mas, já embute uma justificativa na sua fala. Ele quer... mais ou menos...! Poderíamos chamar este de seguidor relutante. Ele, assim como o legalista, tem uma boa desculpa para procrastinar. Mas, trata-se apenas de um ato de cortesia. Não é que ele deseja ficar até o final da vida com os pais. Quer apenas se despedir. Que mal pode haver nisso!? Ele quer apenas deixar as coisas em ordem. Encaminhar os negócios primeiro. No máximo terminar aquele empreendimento que, afinal de contas, não poderia ser deixado pela metade. Talvez tivesse alguma propriedade que precisaria vender!

Em todos os três casos, chama a atenção que a resposta de Jesus é bastante dura! O que isso revela? Uma coisa muito simples: nenhum deles estava sendo realmente sincero diante de Jesus. Se houvesse sinceridade a reação de Jesus seria outra. Não temos como saber ao certo! O hesitante ou relutante se caracteriza por colocar suas próprias condições. 'Eu te sigo, desde que...' O relutante acha que pode impor condições, ele procura apresentar a sua própria programação de como as coisas deveriam ser. Ele impõe critérios que possam justificar as coisas à luz da razão e da ética. Ele deseja estabelecer o tempo e a agenda.

Muitas vezes eu também sou assim. Seria mais fácil ser um discípulo de Jesus se eu pudesse manter o controle de certas coisas. Cabe a reflexão: Você tem conseguido deixar Jesus tomar conta de tudo? Entregou a ele sua agenda? Sua carteira? Seu tempo (relógio)? Suas relações (celular, WhatsApp, família)? Seus negócios (trabalho, empreendimentos)? O que te prende? O que ainda te deixa dividido, relutante, indeciso?

O Discípulo não olha para trás
Qual é a resposta de Jesus ao relutante? “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lucas 9.62). Pegou? Então agarra firme e vamos em frente! Nas antigas tecnologias de arado, se o lavrador se distraísse ou ficasse olhando para trás, seria impossível fazer um trabalho decente e manter uma linha reta. O discipulado implica um compromisso radical, decidido, sem vacilar... Há apenas um único Senhor e o foco agora é ele e somente ele. Discipulado é relacionamento com Jesus!

O que nós temos colocado entre o chamado de Cristo e a nossa obediência incondicional? O que tem me atrapalhado?

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Discipulado Não Combina Com Legalismo

No texto anterior falamos que o discipulado não é para voluntários. Baseado no texto de Lucas 9. 57-62 diríamos que o discipulado também não combina com o legalismo. O legalismo ou a religiosidade, quando colocados em primeiro plano, sempre serão obstáculo e desculpa para um verdadeiro compromisso com Jesus.

Depois de Jesus tratar com o voluntário, surge um segundo personagem. A este Jesus estende o convite: “siga-me” (v. 59). É uma situação diferente daquela diante do voluntário. Aqui Jesus vê alguém e lança o convite. A iniciativa é de Jesus.

Aquele homem era mais um dos seguidores casuais de Jesus. Estava ali, na multidão. De repente, Jesus lhe permite um encontro pessoal e direto. Esta pessoa, num primeiro momento, parece não ter dúvidas de que se trata de um convite e tanto. Não poderia negá-lo! Ele sabe que não basta responder algo do tipo, “mas, Senhor, eu já o sigo!” Não. Ele sabe que o negócio agora é diferente: "Ele olhou pra mim! Ele me viu! Ele se dirigiu diretamente a mim! Ele me identificou e me chama dentre a multidão!" “Caramba! Agora a coisa ficou séria!”

Qual foi, no entanto, sua resposta ao ‘siga-me’ de Jesus? “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai” (Lucas 9.59).

Para Dietrich Bonhoeffer este homem se encaixaria no perfil do legalista. Se o primeiro candidato a discípulo é o voluntarioso, este, agora, é o legalista. Por que? O judaísmo sempre enfatizou fortemente a importância da obrigação com os pais. Aquele homem, portanto, parece apresentar uma justificativa legítima para adiar sua resposta ao convite de Jesus. Havia uma obrigação a ser cumprida!

É evidente que não estava acontecendo um velório naquele exato momento. Se assim fosse, aquele homem não estaria ali, às voltas com Jesus, mas, envolvido com os preparativos de um funeral. Mas, que resposta foi aquela, então? O que ele realmente estava dizendo era que precisava esperar a velhice e a morte dos pais. Teria que viver para cuidar deles. E, só depois, regressaria para atender satisfatoriamente o desafio de Jesus. ‘Senhor, eu não posso ser seu discípulo enquanto meu pai ainda estiver vivo’. Aquela resposta passava um ar honrado, piedoso, até mesmo justo. Como poderia ser tão irresponsável a ponto de abandonar a família para seguir Jesus!? Certamente nem é isso que Deus requer! Mas, por quanto tempo ele adiaria uma resposta ao convite de Jesus!? O que tudo o mais haveria de cumprir antes de poder tornar-se um discípulo de Cristo? Quantas justificativas podem ser dadas para adiar um compromisso total!?

Você já parou para imaginar o quanto pode estar entre a multidão que se ocupa com as doutrinas, os estatutos e burocracias eclesiásticas de modo que pode estar utilizando muitas destas coisas para adiar um compromisso radical com Jesus!? O quanto estamos envolvidos com as coisas de Deus sem nos deixarmos envolver pelo próprio Deus!? Nós nos damos por satisfeitos por já carregarmos um rótulo de Cristão, por termos sido batizados, sermos frequentadores dos programas da igreja...

Transformamos nossa vida cristã num conjunto de preceitos e regras, num seguir de certas tradições... Estamos convencidos de que existem certas coisas que precisamos cumprir. Afinal, é preciso fazer certo as coisas certas! Como reagiríamos se, de repente, Jesus nos identificar em meio a todo serviço religioso com o convite: ‘Ei, você, siga-me!’

São dois os riscos que envolvem o legalista: o primeiro é confundir seu legalismo, sua capacidade de seguir direitinho as leis, com discipulado. Achar que por viver conforme um conjunto de regras e doutrinas já é um bom cristão e isso basta. O segundo risco é substituir aquele que realmente é capaz de salvar por algo que depende de si mesmo: seu apego e capacidade de seguir leis que lhe passam um falso sentimento de poder, conhecimento e autonomia.

Bonhoeffer diria que o legalista coloca o cumprimento às leis acima da obediência ao chamado de Jesus. Ignoramos, assim, que sobre aquele a quem Jesus chamou, a lei já não possui mais qualquer direito.

Qual foi a resposta de Jesus ao legalista? “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus” (Lucas 9.60). Mais uma vez, a exemplo do que aconteceu com o voluntário anteriormente, Jesus pega pesado. Palavras duras!

Eu sou do estado do Espírito Santo. Quando meu pai adoeceu e, posteriormente veio a falecer, eu residia em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Há quase 2.500 Km eu não pude acompanhar esse processo. Sequer fui ao sepultamento. Eu sei o quanto é complicado! Eu gostaria de encontrar palavras para amenizar um pouco essa fala de Jesus! Mas, só piora! Quando eu ouço Jesus dizendo que “se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26), não me restam dúvidas de que sim, há um preço!

O discipulado tem o seu custo para quem se entrega totalmente. Mas, quem encontra a vida, não se amedronta nem se ocupa mais com a morte. O discípulo é um mensageiro do reino de Deus. O discípulo sabe que encontrou a vida. Por mais justificáveis que pareçam nossas desculpas, nada que se possa imaginar perdido por seguir a Cristo é de fato uma perda!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Discipulado Não é Para Voluntários

Conforme ficou evidente nos textos anteriores, vínhamos falando sobre um tema recorrente entre os cristãos: o discipulado. Embora possamos encontrar diversas maneiras de interpretar e definir o discipulado, fato é que não há como entender melhor seu significado do que quando decidimos olhar para Jesus. Refletindo a respeito da passagem bíblica de Lucas 9.57-62, o teólogo Dietrich Bonhoeffer nos auxilia na identificação de três candidatos ao discipulado que encontravam-se entre a multidão que costumava juntar-se em torno de Jesus. Vamos analisar com mais detalhes estes três perfis que o texto nos apresenta!

O primeiro deles poderíamos caracterizar como o voluntário. Este primeiro homem, conforme nos relata o texto, chega a Jesus e diz: “Eu te seguirei por onde quer que fores” (Lucas 9.57). O destaque, aqui, está exatamente no fato de que não houve um chamado aparente de Jesus. Aquele homem surge como alguém que se voluntaria a seguir Jesus. Temos, portanto, um primeiro perfil de cristãos que confundem o discipulado com algo cujo a iniciativa pode partir de si mesmo. É o voluntário. Aquele que se prontifica.

Seria injusto se eu agora quisesse julgar as motivações daquele homem. Pode ser que sua motivação fosse até sincera. De tudo que viu e ouviu, seguir esse Jesus poderia ser uma aventura interessante. Sua causa é nobre e fazer parte disso certamente é algo bom. Quem não gostaria de ser identificado como alguém que se colocou 'do lado do bem'!?

Você que é líder ou pastor numa igreja local, imagine sua reação se algum estranho chegasse e manifestasse o desejo de integrar a sua comunidade. Certamente você ficaria feliz e faria de tudo para receber bem essa pessoa. Faria de tudo para incluir ela e fazer com que se sentisse bem. Quem imaginaria uma repreensão!? Alguém pensaria em dizer algo que pudesse afugentar essa pessoa? Você pensaria em criar alguma dificuldade para este homem que se prontifica tão diretamente?

A resposta de Jesus parece indicar que ele não estava assim tão interessado em voluntários dispostos a estarem com ele em alguns bons momentos: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Lucas 9.58). Jesus pega pesado com o voluntarismo: Você tem certeza daquilo que está dizendo? Jesus dá a real! Há momentos que seguir a Cristo implicará em viver de forma mais desconfortável à vida de muitos animais. Pouco antes, Jesus fora impedido de atravessar a região de Samaria. Ele já fora expulso da Sinagoga. Além de críticas, rótulos e ameaças verbais, Jesus logo experimentaria a mais dolorosa violência em seu próprio corpo!

Em tempos de bonança pode ser muito fácil seguir Jesus, figurar entre aqueles que se declaram cristãos, desfrutar de certo status, passar um ar de piedade e compromisso. Jesus, no entanto, busca discípulos legítimos, dispostos a uma caminhada de risco. Mais adiante, no capítulo 14 de Lucas (v. 25ss.) Jesus mais uma vez chamará a atenção para que se calcule bem o preço do discipulado. Jesus espera por um compromisso radical! Discipulado não é voluntarismo. Discipulado não começa com um chamado a si mesmo. Discipulado é sempre uma resposta ao chamado de Jesus Cristo.

O voluntário até pode ser muito sincero em seu impulso que o leva a se dispor. Mas, Jesus quer uma resposta consciente. Não podemos nos deixar levar pelo mero entusiasmo, pela moda, porque se dizer gospel ou cristão agora é pop, porque meus amigos fizeram, porque tá todo mundo seguindo ou coisas assim! Não basta ficar impressionado por Jesus! Segui-lo implica em renúncia e abnegação. Se segui-lo, ele vai podar algumas coisas na sua vida! Ah, você quer? Tem certeza? “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” Esta foi a resposta de Jesus ao voluntário. Andar com Jesus trará consequências, as mais diversas!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Como o Mestre...

Finalizei meu relato anterior, do episódio com as crianças, com a pergunta: "Que tipo de Deus as pessoas descobririam se resolvessem me seguir?"

Gostaria de levar essa reflexão um pouco mais adiante. Talvez o pequeno Henrique, na sua imaginação infantil, estivesse pensando que aqueles dois missionários andarilhos chegariam em alguma casa, em algum templo e lá se encontrariam com o seu Deus, um Deus que poderíamos identificar, ver, tocar, enfim...

No entanto, o Henrique sabia também que, embora os pais dele sempre lhe falassem de Deus, contassem histórias bíblicas, os levassem a igreja, não havia um Deus tão facilmente visível e palpável para ser identificado. Ou será que essa é uma interpretação da cabeça de um adulto condicionado e limitado, incapaz de perceber o quão à frente poderia estar aquela cabecinha de três anos de idade?

Talvez, a criança estivesse me ensinando algo que eu já não conseguia perceber, acostumado que estava, com um Deus conceitual e distante!? Inevitavelmente, episódios assim nos levam à reflexão. Um seguidor de Jesus é um discípulo de Jesus. Você crê em Deus? Você crê que Jesus Cristo é o filho de Deus, o salvador do mundo, o Deus encarnado que deu a sua vida para que você pudesse ser redimido, perdoado, salvo? Você tem convicção de que Jesus Cristo é seu Salvador e seu Senhor? Você se dispôs a seguir este Jesus? Então, você é um discípulo de Jesus.

Sendo eu um discípulo de Jesus, a minha vida deveria refletir o Deus no qual confesso crer. Mas, se alguém me seguir, se as pessoas começarem a observar a minha vida, que Deus elas descobrirão? E se de repente uma criança resolver levar a sério essa ideia diante da sua curiosidade pelo Deus no qual eu confesso a minha fé? Se ela me seguisse, qual Deus descobriria?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Qual é a Sua Desculpa?

Os textos anteriores nos conduziram ao tema do discipulado. Sem dúvida um assunto recorrente na igreja. Um texto da Bíblia sobre o qual venho refletindo recentemente é Lucas 9. 57-62.

Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: "Eu te seguirei por onde quer que fores". Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". A outro disse: "Siga-me". Mas o homem respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai". Jesus lhe disse: "Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus". Ainda outro disse: "Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e me despedir da minha família". Jesus respondeu: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". 

Jesus está, como de costume, envolvido pela multidão. Acontece, então, algumas conversas de alguns destes personagens com Jesus. Esta conversa acontece ao longo do caminho. Jesus havia manifestado que seu destino nessa caminhada era Jerusalém (Lc 9.51). Um imbróglio envolvendo os samaritanos fez com que se dirigissem a outro povoado. Ao longo desse caminho é que Jesus é interpelado por três candidatos ao discipulado.

O que chama a atenção nesta passagem é que todos os três homens estavam entre a multidão em torno de Jesus. E, em algum momento, todos se viram face a face com Jesus Cristo. Até aquele momento, talvez, tivessem ouvido falar de Jesus..., quem sabe o tivessem visto de longe...! Pode ser que até já tivessem conversado com alguém outro mais chegado de Jesus! Eles, certamente, já nutriam admiração por aquele jovem galileu! No entanto, chegou o momento de um confronto para valer! Aquele momento de deixar a multidão e tornar-se um discípulo de verdade.

Para o teólogo e mártir luterano Dietrich Bonhoeffer, “cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Jesus Cristo”. Portanto, o discipulado implica num encontro e um confronto com a pessoa de Jesus. As consequências desse encontro são inevitáveis!

E Se Seguissem Você

Por volta de 2014, quando meus filhos tinham 3 e 6 anos de idade, já residindo em Curitiba, eu saía com eles no portão e, chegando à rua, algo chamou a atenção das crianças. Duas pessoas estavam passando. Estas pessoas trajavam roupas idênticas e, até mesmo a mochila que carregavam era semelhante. Ambas também ostentavam um crachá no peito.

Tratava-se de uma dupla de missionários da Igreja dos Santos dos últimos Dias (Mórmons), comum na maioria das cidades brasileiras. Por alguma razão, eles despertaram a curiosidade, especialmente da Sophia. Ela perguntou o que eram aquelas pessoas. Eu, então, tentei explicar para ela. Disse que eram pessoas que saíam por aí falando do Deus no qual eles acreditam.

Ingenuamente imaginei que uma criança, naquela idade, talvez ficaria satisfeita com esse tipo de resposta. Afinal, desde bebês, elas convivem com pais que confessam a Deus, possuem livros e Bíblias em casa, contam histórias sobre Deus, frequentam e as levam a igreja e etc.. Mas, a Sophia não se deu por satisfeita. Perguntou se o Deus daquelas pessoas era o mesmo Deus que a gente acredita. Eu comecei a perceber que estava numa enrascada.

Procurei responder com algo do tipo: bem, eles não acreditam exatamente como a gente, há algumas diferenças... E, antes mesmo que eu pudesse continuar ela interrompe: o deus deles é uma estátua?

Lá estava eu, me contorcendo para tentar explicar: não exatamente, Sophia... Foi então que o Henrique, até aquele momento calado, mas não desligado da conversa, percebendo meu malabarismo e toda a dificuldades para oferecer uma resposta satisfatória, interrompeu abruptamente com uma sugestão brilhante: Pai, por que a gente não segue eles, daí a gente vai ver o deus deles!?

Eu já contei esse episódio algumas vezes e quase sempre fica como mais uma dessas curiosidades engraçadas da relação pais e filhos, especialmente filhos pequenos que vivem a aventura de descobrir o mundo. Como cristão, no entanto, eu jamais pude evitar de lembrar repetidas vezes da palavra de Jesus a respeito das crianças. Uma interpretação possível é que Jesus lembra aos adultos de que, além de ensinarmos, devemos prestar atenção a elas, as crianças, pois também tem muito a nos ensinar, aos adultos.

Hoje, já passados 4 anos daquele episódio, eu costumo me lembrar especialmente da sugestão do Henrique, então uma criança com pouco mais de 3 anos de idade: “Pai, por que a gente não segue eles, daí a gente vai ver o deus deles!?”

Eu não explorei com o Henrique, na época, o que exatamente ele tinha em mente ao propor aquilo. Talvez tenhamos dado algumas risadas e seguimos nosso caminho. Os dois estavam mais interessados no parquinho para onde nos dirigíamos. A imaginação de uma criança é algo realmente incrível! Mas, hoje, quando me pego refletindo sobre algumas coisas das Escrituras, especialmente sobre o discipulado, uma pergunta me assalta: Que tipo de Deus as pessoas descobririam se resolvessem me seguir?

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