Uma pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) em todo o país apontou quais são os valores que o brasileiro mais aprecia. O bem-estar das pessoas que estão perto da gente apareceu como principal. A seguir, vieram o bem-estar da humanidade e da natureza. Na sequência estão a segurança e a autodeterminação. O interesse pelo poder aparece em último lugar em uma lista de dez itens onde os brasileiros mostram como se veem, e não necessariamente como estão agindo. De acordo com a pesquisa, a maioria apontou a família como sendo quem tem a responsabilidade de ensinar esses valores. A escola aparece em segundo lugar como responsável por esse papel. A pesquisa mostra ainda que os brasileiros estão preocupados com um problema, uma ameaça a esses valores: a violência.
Os resultados apontados pela pesquisa lembram um dilema declarado pelo Apóstolo Paulo: "...tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo" (Romanos 7. 18, 19). Uma coisa é aquilo que declaramos como ideal teórico e, outra é aquilo que vivemos na prática. A nossa incoerência é algo visível. Certamente houveram aqueles que riram e ironizaram os resultados da pesquisa. No entanto, o fato de darmos tais respostas não significa que sejamos simplesmente hipócritas ou malucos. O desejo, o anseio, os sonhos, tudo isso é legítimo e condiz com a nossa humanidade. Falta-nos porém, a força para agir em conformidade.
O bem-estar das pessoas que estão perto da gente apareceu no topo da lista. Se fossemos perguntados, no entanto, sobre o nepotismo, certamente a grande maioria rejeitaria tal prática como um valor. Será que não seria exatamente aquilo que os brasileiros apontaram como valor mais importante que acaba servindo de justificativa para a prática de algo que todos condenariam na teoria? Outro exemplo é o da educação. Embora muitos admitam que a escola vem depois da família como responsável por ensinar esses valores, nossos filhos passam mais tempo na escola do que com os pais. E, a legislação brasileira não permite a educação em casa. De que maneira as famílias tem ensinado tais valores? Qual o verdadeiro papel da escola nesse processo?
Sem uma profunda reflexão que seja capaz de gerar arrependimento das velhas práticas, simplesmente continuaremos aspirando valores nobres enquanto na prática a temida e indesejada violência continuará a crescer. Somente um genuíno arrependimento pode gerar novas atitudes e alguma mudança (Romanos 8. 5-8).
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Um comentário:
vi o link do teu blog na comunidade IECLB do orkut e vim visitar. Gostei das reflexões. A terceirização da educação é uma realidade, mas o que fazer?? como igrejas as famílias também nos procuram para terceirizar a evangelização dos seus filhos (o que deviam aprender em casa já que são filhos de crentes)...
enfim, que bom encontrar mais alguém pensando na contramão do mundo. Gostei da reflexão no Orando em Família tb. Abraço!
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