Os sábios do oriente, ao retornarem para a sua terra, não obedeceram ao governador da Galiléia. Souberam que as intenções de Herodes para com o menino Jesus não eram das melhores. Retornaram, então, por outro caminho. Homem inseguro que era, Herodes sentiu-se traído pelos sábios e imediatamente colocou em ação um plano sanguinário buscando prevenir-se na posição. Seu passado já demonstrava que ele era capaz de qualquer coisa para sustentar o poder.
O homem conhecido como Herodes, o Grande, foi governador da Galiléia por quase cinco décadas. Um de seus primeiros casamentos já fazia parte de uma jogada política na tentativa de agradar os hasmonianos que controlavam Israel antes da dominação romana. Vendo, porém, que o casamento com Mariamne não foi suficiente para por fim às suspeitas dos hasmonianos, Herodes decidiu agir de maneira mais drástica. Começou a eliminar um a um todos os hasmonianos até que não sobrasse mais ninguém que pudesse ameaçar-lhe o poder. Livrar-se de todos significava, inclusive, por fim à própria Mariamne e aos filhos que tivera com ela. Infelizmente, os episódios de tirania e assassinatos não se restringem a estes. Uma pessoa que tem como características a sede de poder somado à insegurança pessoal é capaz das coisas mais terríveis na busca pela auto-afirmação. Com o tempo, passa a suspeitar de tudo e de todos. A paranóia faz aumentar os riscos para aqueles que o cercam.
Os homens do oriente que visitaram Herodes em busca do novo rei que havia nascido não podiam contar-lhe onde estava o menino Jesus. Furioso, o governador mais uma vez dá início a um plano tirânico e dos mais cruéis. Ordenou que todos os meninos abaixo de dois anos de idade em Belém e nas proximidades fossem mortos. Os soldados saíram para cumprir a ordem do governador. Grande foram o pranto e a lamentação das mães que perderam seus filhos naqueles dias. Maria e José, porém, já haviam deixado a região com o menino que, assim, escapou da matança. Esta, porém, não seria a primeira e nem mesmo a única vez que governantes inseguros e despreparados perpetrariam medidas despóticas na ânsia de assegurar o seu espaço.
A exemplo de todos os governantes, sejam eles reis, imperadores ou presidentes, Herodes também passou. Uma enfermidade fatal no estômago e nos intestinos foi suficiente para decretar a sua morte. Embora os governos sejam legítimos e necessários, ninguém é soberano sobre a vida e a morte. Também aqueles investidos de autoridade para governar devem fazê-lo no temor de Deus buscando assegurar condições para que haja justiça e que todos desfrutem de vida digna. Sempre que alguém confunde as coisas querendo assumir a soberania que cabe somente a Deus, mais uma vez fica evidente o pecado que faz do governo um mal necessário e de Jesus a solução indispensável!
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