Aquele foi um dia em que eles tiveram mais uma vez que sair em busca de uma ovelhinha que se perdera do rebanho. Não foi uma busca demorada. Encontraram-na com dificuldades para transpor algumas rochas no terreno acidentado onde fora aventurar-se. Agora todas já estavam juntas e em segurança. Bem alimentadas e cansadas, todas dormiam. Os três pastores preparavam-se para mais uma longa noite de sono, mas, também de vigília. Nunca se sabe quando um lobo selvagem pode aparecer para atacar o rebanho. A noite estava agradável. O clima ainda não era de muito frio naquela época do ano. Geralmente eles gostavam de passar um tempo conversando até o sono chegar. Gostavam de falar sobre como simples pastores como eles já foram grandemente usados por Deus na história. Compartilhavam, especialmente, as histórias de Moisés e Davi. Vez e outra lamentavam o fato de a atividade que desempenhavam dificultar em muito a participação na vida religiosa e suas observâncias. Mas, ao menos podiam orgulhar-se por cuidarem daquelas que seriam ovelhas especiais, reservadas para o sacrifício no templo.
O que aqueles humildes pastores não imaginavam é que aquela não seria apenas mais uma noite como as outras. Embora permaneçam anônimos, a sua experiência é digna de um Moisés. Quando a noite já envolvera a tudo e a todos, o sono já tomando conta, eis que de repente uma forte luz assusta a todos. Nenhuma tocha, nenhuma estrela e nenhuma fogueira jamais produziriam tal luminosidade. Assustados, mal podiam acreditar naquilo que viam. Um anjo estava bem diante deles. As ovelhas parecem não ter se assustado. O anjo falou: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura"(Lucas 2.10-12). E o que era, a princípio, apenas um anjo, logo se revelou como uma verdadeira milícia celestial a entoar: "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor" (Lucas 2.14). E assim, os anjos se foram. Imediatamente os pastores se organizaram e seguiram para Belém. Eles estavam ansiosos para ver aquilo que o Senhor havia dado a conhecer.
Seguiram às pressas e de longe enxergaram uma pequena luz numa simples estrebaria. Encontraram José e Maria ao lado da manjedoura. Um bebê recém nascido era o centro das atenções. Os pastores não puderam se conter. Logo saíram a espalhar a notícia. Precisavam contar a todos as coisas incríveis que ficaram sabendo a respeito daquele menino. Eles não conseguiam esconder a sua alegria. Seguiam cantando e louvando pelo caminho de volta por tudo aquilo que haviam testemunhado. Suas vidas nunca mais seriam as mesmas. Haviam experimentado uma proximidade de Deus como nunca antes. À exemplo de Moisés e Davi, mais uma vez simples e desprezados pastores entram para a história. Deus continua demonstrando que gosta de revelar-se às pessoas humildes. Foram eles os primeiros a receber a proclamação que abalaria o mundo inteiro.
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