Vivemos um tempo em que até mesmo aquilo que dizemos é policiado. Nada mais pode ser criticado. Ou se leva tudo para o lado pessoal ou o autor da crítica é rapidamente taxado de acordo com sua fala. Desqualifica-se a pessoa em detrimento do conteúdo de seu argumento. Se o posicionamento não concorda com o que eu penso, então vem de um intolerante, fundamentalista, retrógrado, etc... Aliás, se há ainda um grupo o qual é permitido criticar, humilhar e caricaturar, estes são os cristãos. Não escapa ninguém, desde católicos até evangélicos. Basta uma olhada rápida na internet para ver as notícias de morte e perseguição em lugares mais longínquos como também nas telenovelas expostas em nossas salas.
Em 2012, a chanceler alemã Angela Merkel irritou defensores dos direitos humanos quando, em uma palestra, afirmou que o “Cristianismo é a religião mais perseguida do mundo”. Percebe-se, portanto, que nem mesmo defender-se é um direito tolerado quando se trata daqueles que são considerados “o mal do ocidente”. Infelizmente, esta é uma tendência que parece estar em ascensão. Também no Brasil existem movimentos e articulações políticas que cada vez mais desejam calar os cristãos impedindo-os de fazer uso dos meios que sempre tiveram para propagar a sua fé. Sob o disfarce da laicidade, repete-se à exaustão o mantra de que “o estado é laico” para propor medidas estapafúrdias como retirar das cédulas de Real a frase “Deus Seja Louvado”. Pseudo intelectuais lançam suas palavras ao vento, discipulando uma população deixada na ignorância. Dissemina-se, assim, uma neurose coletiva onde quem pode fala e quem teme cala.
Jesus não foi pregado na cruz por ser politicamente correto. Ele não foi morto por bajular aqueles que estavam sentados nos tronos do poder. O mestre de Nazaré não foi crucificado por preocupar-se em impor uma política niveladora de aparências. O que desagradou a elite política e religiosa da época foi exatamente o caráter subversivo e autêntico de Cristo. Alguém que não mediu as consequências quando lançou mão do chicote para expulsar do templo os mercenários da fé. Jesus foi aquele que não pensou duas vezes ao chamar os líderes religiosos de hipócritas, sepulcros caiados, enfeitados na aparência, mas podres por dentro. Jesus também não se intimidou diante de Herodes e Pilatos, os representantes do poder político instituído. Eles, que eram inimigos, até tornaram-se amigos diante da prisão de Jesus. Conchavos típicos deste meio. E, quando não tinham mais do que acusar Jesus, Pilatos foi democrático. Apelou para a voz do povo. E, fez-se a sua vontade: "Crucifica-o! Crucifica-o!" (Lucas 23. 21).
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