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terça-feira, 31 de maio de 2011

Deus e o Diabo na Terra Brasilis

Boa parte da igreja brasileira que se declara evangélica e cristã no Brasil atualmente, dirige sua estratégia fortemente num combate ao diabo. A idéia de guerra, lutas e batalhas parece mesmo deslumbrar muitas pessoas que, de alguma maneira, sentem-se motivadas a se envolver. Em equivalência aos poderes satânicos, Deus estaria do outro lado nesta guerra. Em resumo, nessa teologia, Deus seria o abençoador e o diabo o amaldiçoador. Quanto ao fiel, vai depender dele, da sua fé, se será mais amaldiçoado ou mais abençoado. Se houver maldição é porque ele 'deu brecha' ao inimigo. Se for abençoado é porque está sendo fiel e cumprindo corretamente os preceitos divinos.
Um problema nesse tipo de teologia é que Deus e o diabo não passam de forças sobrenaturais que manipulamos a bel prazer. A matriz religiosa que dá margem para esse tipo de teologia extrapola o cristianismo. Na verdade a tradição judaico-cristã está longe de sustentar esse tipo de credo. As igrejas, principalmente evangélicas, orgulham-se em declarar o quanto são bíblicas, valorizando as Escrituras procurando seguir a Palavra. No entanto, muito daquilo que tem se tornado senso comum entre os evangélicos não resiste a uma análise mais criteriosa do livro Sagrado dos cristãos. Falta aos crentes dos dias atuais a disposição daquelas pessoas que ouviam a pregação do Apóstolo Paulo na antiga Beréia: "pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo" (Atos 17. 11).
Há muito o que se poderia dizer a respeito do bem e do mal. Uma das questões, porém, ignorada hoje é que o mundo, antes de ser território invadido por um inimigo, foi entregue aos seres humanos: "Os mais altos céus pertencem ao Senhor, mas a terra ele a confiou ao homem" (Salmo 115. 16). Também no início da Bíblia já lemos que o "Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo" (Genesis 2. 15). Portanto, antes de ver a Deus apenas como uma energia a disposição dos nossos interesses precisamos aprender que Ele é soberano, criador de todas as coisas. Deus é um ser pessoal que está interessado num relacionamento de amor com as pessoas. E, a realidade à nossa volta, mais do que um retrato da ação do 'inimigo', é resultado, inicialmente, da boa criação de Deus e, consequentemente, fruto da intervenção humana. É o ser humano que recebe autoridade sobre a terra e são os seus pensamentos e ações que vão moldar a realidade, e não a ações de demônios. Inclusive o versículo de Ezequiel 22. 30, muito citado nesse contexto de batalha espiritual sobre a importância da oração, indica igualmente a importância da ação. Não somos apenas pobres vitimas do diabo quando as coisas parecem não ir tão bem assim!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Cristão e a Universidade

Olá você que nos acompanha No Coração do Pai. Estou sem muito tempo para postagens ultimamente. Final de semestre se aproxima e os trabalhos se acumulam.
Quero indicar um outro blog direcionado a profissionais e universitários cristãos: Metanóia. Lá você encontrará vídeos e textos bem como eventualmente a divulgação de eventos voltado para cristãos que realmente desejam assumir sua propriedade de sal e luz neste mundo. Afinal, uma pergunta com a qual todo cristão comprometido se depara frequentemente é: Como posso fazer a diferença neste mundo?
Metanóia é um projeto a partir da Comunidade Luterana (IECLB) do centro de Pelotas/RS. Encontre mais informações lá no Blog. Clique Aqui.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quebrando Tabus

No Evangelho de João encontramos um episódio incidental que revela muito sobre Jesus. Na viagem entre a Judéia e a Galiléia Jesus de repente encontra-se sozinho num antigo poço onde os samaritanos retiravam água. Existe um preconceito histórico dos judeus para com os Samaritanos. Os Samaritanos eram um povo resultando da mistura dos judeus que restaram no reino do Norte (Israel) com outros povos que o Império assírio havia enviado para ocupar aquelas regiões na época do exílio. Eles sequer consideravam Jerusalém como cidade sagrada onde adorar. Adoravam no monte Gerizim. A discriminação dos judeus puro-sangue com todo o desprezo racial e religioso foi se construindo ao longo dos anos e aparece fortemente em diversas passagens do Novo Testamento.
Enquanto Jesus descansa e espera os discípulos que foram comprar alimentos, surge uma mulher que vem retirar água do poço. Jesus, então, pede água àquela mulher. O espanto da mulher revela que Jesus estava quebrando um grande tabu: Ele não só fala com uma pessoa de Samaria como ousa dirigir-lhe um pedido. Jesus rompe com todos os preconceitos, não discrimina e, ainda, ignora qualquer preceito que alguma lei religiosa prescrevesse naquele caso. Jesus faz o que nenhum 'bom' judeu ousaria fazer. Ele rompe a limitação racial, etnica e religiosa. Ele se dirige a uma samaritana. E, mais: Além de ser dos samaritanos, trata-se de uma mulher. A cultura hebraica também era extremamente patriarcal. O homem era o chefe da família ou do clã. A mulher era uma propriedade do homem. Elas deviam se cobrir com véu e em hipótese alguma dirigir a palavra a um homem. Deus, por exemplo, jamais aparece comparado a uma mulher. Deus é Pai, é Senhor e não mãe ou senhora. A mulher não podia ter propriedade, não tinha direito de receber instrução. Diz-se até que havia uma oração específica na qual o homem dava graças a Deus por não ter nascido mulher. E, além de Jesus conversar com alguém de origem impura e ainda mulher, o texto dá a entender que se tratava de uma pessoa com outros motivos para ser desprezada na cultura da época. Devido ao calor e o sol escaldante daquela região, ninguém saia para buscar água a uma longa distância em pleno meio dia. Só mesmo alguém que quisesse evitar a companhia de outras pessoas sairia na hora mais quente do dia. Sua história com vários homens fazia dela uma adúltera, uma prostituta quem sabe!?
Lendo todo o texto de João 4.1-43 vemos que aquele encontro com Jesus transformou radicalmente a vida daquela samaritana. E, seu testemunho levou à transformação de muitos outros concidadãos. Aprendemos que Deus não se prende a ritos, fórmulas ou lugares especiais. Tampouco pertence a um povo, grupo ou classe especial de pessoas. Nunca mais aquela mulher esqueceu aquele encontro inesperado no poço de Jacó. Sua alegria não podia ser contida. A maneira como sai correndo, deixando para trás o seu cântaro, e vai contar aos outros sobre aquele "homem que me disse tudo o que tenho feito" mostra que o seu passado parecia não assombrá-la mais. Sequer cogitou a possibilidade de não ser levada a sério. Ela que andava solitária, às escondidas, enfrentando o sol escaldante para deixar os outros em paz, agora sai gritando pela cidade para quem quisesse ouvir. Sua transformação foi tal que impressionou muita gente a ponto de muitos saírem da cidade para irem até o local onde Jesus estava (Jo 4. 30).
E, falando de felicidade, parece que a alegria de Jesus também era tanta que ele até esqueceu a fome (Jo 4. 31).
Fato é que "muitos samaritanos daquela cidade creram" no testemunho de alguém que até então era invisível naquela sociedade (v. 39). "Ele me disse tudo o que tenho feito". Ele me conhece como ninguém e, ainda assim, me considerou, me acolheu, me amou! Minha vida foi transformada!
Em nome do amor Jesus quebra todos os tabus necessários.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Frio e o Próximo

Uma manhã fria na cidade de Pelotas. O frio sempre chega primeiro a essa região do extremo sul brasileiro. O céu azul e a luz do sol a clarear o dia, enganam. O vento não deixa dúvidas de que é melhor sair prevenido. É difícil manter o penteado (embora este seja um problema a menos pra mim no inverno). As pessoas caminham encolhidas. É impressionante como o clima pode interferir no humor de alguém. Enquanto vejo reportagens sobre as mudanças climáticas e muitos declarando a sua alegria pela chegado do friozinho, eu já começa a ansiar pela chegada da primavera. Mas, não adianta lamentar. Ao som dos ventos uivando nos umbrais, que venham os aquecedores, a lenha, a fumaça da lareira, as sopas, as bergamotas (bergamotas???) e qualquer outra coisa que possa oferecer algum alívio. É tempo de mexer nos guarda-roupas.
Se o frio pode ser duro para um adulto bem agasalhado e com boas condições de moradia, imaginem para crianças e pessoas que vivem em condições precárias! Além dos casacos e blusões que vão nos aquecer, quem sabe possamos tirar também algumas peças que podem ajudar a aquecer outros. A temporada de chuvas e calor causaram inúmeras tragédias. Foram muitas as oportunidades de demonstrar solidariedade. O frio, no entanto, permite que continuemos a lembrar que não somos os únicos neste mundo. Enquanto o verão é festejado com as pessoas procurando rios, açudes e praia, o frio dói. Basicamente, precisamos de ambientes bem fechados, aquecedores e roupas quentes. Se ainda assim é possível odiar o frio, é ruim até imaginar como seria sem isso!
Desculpem aqueles que acham que estou exagerando. Afinal, estamos recém no outono. Talvez eu esteja mesmo sofrendo por antecipação. Pode ser também que entre o dia em que escrevi este texto e o momento ou o lugar em que agora você o lê, tudo esteja diferente. Mas, sempre é tempo de perguntar: de quem eu posso ser o "próximo" hoje? Pode atrasar a sua viagem, pode sujar o seu carro, pode te custar tempo e dinheiro. Talvez ninguém fique sabendo e nem mesmo um "muito obrigado" você ouça depois. Mas, cá entre nós, quem ajuda não se preocupa com essas coisas! Por isso, algum reconhecimento, quando e se vier, até surpreende (Mateus 25. 37-40).

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