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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Corra Que O Bope Vem Aí...

O Brasil está chocado com os acontecimentos que estão abalando a cidade do Rio de Janeiro nos últimos dias. A cidade virou notícia internacional novamente por causa do crime organizado. Os principais canais de televisão transmitem ao vivo como se fosse algum tipo de reality show. Comentários entusiasmados dão conta de que nem o diretor do filme Tropa de Elite 2 imaginaria ação desse tipo.
A solução, apontam especialistas e comentaristas de plantão é um maior investimento em segurança. Por segurança, entenda-se: reforçar o policiamento, preparar melhor os agentes, implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), colocar o exército nas ruas, a construção de mais presídios de segurança máxima. O que essas medidas tem em comum? São todas de combate, de resposta, medidas segundas que remediam o problema. Talvez você compreenda melhor se utilizarmos uma expressão da medicina: remediar o sintoma não elimina a doença. Obviamente são medidas importantes. Afinal, uma vez que se deixou chegar ao ponto de a dor ser insuportável, é preciso aliviá-la. Porém, se ficar nisso, o problema real jamais será resolvido.
Se a violência é uma reação do crime organizado à política de segurança que acabou com o tráfico armado nas favelas pacificadas, isso só mostra que o problema não está sendo atacado na sua raiz. Será que encher os morros e favelas de policiais irá transformar os traficantes em bons moços? Basta ver como a Cracolândia em São Paulo apenas mudou de endereço após o plano de revitalização que a prefeitura anunciou para a região da Luz . Medidas paliativas apenas empurram o problema para outros lugares ou faz que se redobre a violência para uma reação a altura. O mesmo ocorrerá sempre quando não houver um plano mais amplo que foque o verdadeiro problema. E, isso implica em investimentos e planejamento a longo prazo. Exatamente o tipo de projeto que não costuma chamar muito a atenção dos políticos, afinal, outros vão colher os frutos. Além do que, projetos assim, por não serem vistos em seus efeitos imediatos, não rendem votos. O próprio processo de favelização é um sintoma de um situação mais crônico para o qual os órgãos públicos vêm fazendo vista grossa a décadas!
Esse tipo de paliativo vemos o tempo todo e, quanto mais medidas são tomadas, parece que maior fica o problema. E, por sua vez, maiores serão as reivindicações por maiores doses de 'analgésico'. Basta dar uma olhada nas estatísticas da violência no trânsito, no tráfico e consumo de drogas, violência nas escolas, crime organizado, rebelião nos presídios etc. Enquanto reinar a impunidade, a injustiça social, a corrupção entre aqueles que deveriam zelar pelo bem comum; enquanto não houver investimentos reais na educação, no desenvolvimento humano, na dignidade, não estaremos livres do caos social com o qual, cada vez mais, parece que temos de nos acostumar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

De Teólogo e Louco...

Vou atrever-me a escrever sobre algo que pode gerar certa polêmica. A minha área de formação de estudos contínuos é a teologia. Até me aventuro na área de gestão devido a outros cursos que já fiz nesse campo. Porém sinto-me mais a vontade na teologia onde prefiro manter sempre uma postura de aprendiz. Uma coisa interessante sobre a teologia é que muitos encaram a matéria como se fosse senso comum. Você conhece aquele ditado que diz que de médico e louco todo mundo tem um pouco? Pois é, todo mundo também se acha um pouco (ou muito) teólogo. Até o Martinho da Vila deu para escrever sobre o assunto. Daí surgem pérolas como esta: "Há católicos e protestantes que abominam o espiritismo, mas no fundo todos são espíritas, pois acreditam no Espírito Santo". A "crítica" de Martinho, bem como sua constatação, se devem exatamente pelo que estou tentando dizer aqui: as pessoas acham que religião é mera questão de opinião. Mas, e se todos agissem assim com relação à medicina, direito, psicologia, engenharia, etc? Já imaginaram a tragédia?
Se Teologia, no significado mais simples da palavra é "conversa sobre Deus", então, sim, de certa forma, todos somos teólogos. Porém, é também uma ciência que pressupõe certos princípios e métodos de estudo. No caso do cristianismo, como nos lembra o professor de Oxford, Alister McGrath, "a teologia se baseia na Bíblia" que é para nós (cristãos) como "uma janela que nos permite ver partes da natureza e dos propósitos de Deus". Logo, não haverá boa teologia onde a Bíblia não for levada a sério! Teologia e religião não é, portanto, uma questão de opinião. É verdade que muitos querem nos fazer acreditar que seja assim. A igreja tem aceitado a pressão que relega a fé ao âmbito privado da vida. Muitos creem realmente que a religião nada tem a ver com política, justiça, meio ambiente, trabalho, etc. Ledo engano! O que se faz da vida e o que acontece na sociedade reflete a crença mais íntima das pessoas. Por exemplo: se Deus criou todas as coisas, avaliou que tudo era muito bom e deu aos seres humanos a responsabilidade de cuidar e cultivar, como isso se reflete na nossa vida hoje? Podemos deduzir que alguém que sequer cuida do próprio pátio de casa possui algum tipo de crença diferente!
Em que você, leitor, crê realmente? Como você responde questões importantes da vida como: O que o ser humano é? De onde surgiram todas as coisas? O que acontece a uma pessoa quando ela morre? Por que é possível conhecer alguma coisa? Como sabemos o que é certo e errado? Qual é a fonte do mal? Qual é o significado da história humana? Trata-se de um exercício simples que poderá revelar em que você acredita de fato. Depois, resta saber se isso é coerente com a fé que você diz professar!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Amor Não é Deus

Lendo a primeira carta de João, encontramos ali um verso onde diz que “quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I João 4. 8). Interessante notar que amor não é aqui descrito como mera característica de Deus. Não aparece como um adjetivo: amoroso, amável, carinhoso ou coisa semelhante. Deus é amor. Mas, em que este amor se manifesta? Qual é o argumento de João que o permite fazer tal declaração? Continuando a leitura do texto, veremos que o autor conclui: “Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (I João 4. 9, 10). Deus toma a iniciativa. Ele oferece a quem não merece. Trata-se de um amor que envolve sacrifício.
No verso anterior João fala de uma coisa que nos lembra o início da humanidade: “amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (I João 4. 7). Em Gênesis 1. 27 lemos: “criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Ora, se Deus é amor e se a humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus, então, de alguma forma, nós também temos essa capacidade de amar. Se isso é verdade, porque então vemos tanto ódio, tantas guerras, tanta insensibilidade nesse mundo? Onde está esse amor que se doa, se entrega, que é capaz do sacrifício pelo outro? O que aconteceu? Alguma coisa deve estar errada...!?
O problema talvez esteja no fato de que semelhança difere de aproximação. O fato de o ser humano carregar consigo uma semelhança com Deus não significa que ele seja um deus. Mas, sem Deus ou, longe dele, corremos o risco de fazer do amor o nosso deus. Passamos a justificar nossas práticas com discursos que incluem razões motivadas pelo amor. Nossos amores podem ser legítimos. A nossa semelhança com Deus nos permite amar de verdade. Porém, ser semelhante não significa estar próximo. Quando nós nos esquecemos da nossa tendência à egolatria, até mesmo o amor pode se transformar num deus ou, num demônio.
C. S. Lewis é um autor que faz pouco tempo começou a se tornar mais popular no Brasil graças ao filme “As Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda Roupa”. Lewis, no entanto, é autor de diversos livros, desde contos infantis até livros com temas cristãos mais complexos. Sobre o tema de que estamos tratando, ele escreve em seu livro “Os Quatro Amores”: “Todo amor humano, em seu apogeu, possui a tendência de reivindicar uma autoridade divina. Sua voz tende a soar como se fosse a vontade do próprio Deus. Ela nos diz para não contar o custo, exige de nós um compromisso total, tenta superar todas as outras reivindicações e insinua que todo ato feito sinceramente 'por causa do amor' é portanto, legal e até meritório. Que o amor erótico e o amor patriótico tentam dessa forma 'tornar-se deuses' é geralmente reconhecido. Mas a afeição familiar pode fazer o mesmo, assim como a amizade, embora de modo diverso.” É quando nossos amores naturais se tornam deuses que eles, embora continuem sendo chamados de amores, transformam-se na verdade em ódio.
Confesso que eu ainda não entendo quase nada sobre o amor. Necessito refletir mais a respeito. Embora não saiba explicar bem como, tenho uma certeza meio estranha: esse negócio de amor nos impele por alguma razão e nos atrai por alguma outra (ou seria a mesma?). Se até mesmo o amor pode se tornar ódio e levar a guerras justificadas, qual seria a salvação para uma humanidade que têm o amor como a sua característica mais nobre!? Por isso, parece-me cada vez mais difícil ignorar a existência de Deus. Pois nem mesmo o amor pode substituí-lo. Se o amor não é Deus, então, nem mesmo esse amor, por mais que se pregue e se cante, por mais que se busque e se entregue, pode salvar a humanidade. O amor ainda não é Deus. Mas, Deus é amor.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Responsabilidades

Mais de uma vez tenho me referido a Genesis 1. 31 quando, ao criar todas as coisas, somos levados a imaginar Deus contemplando sua obra: "E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom". Basta refletirmos um pouco para descobrirmos como nós também nos alegramos diante de um trabalho bem feito. No entanto, muitas pessoas que tem encontrado dificuldades com Deus argumentam que não pode existir um Deus bondoso quando vemos neste mundo tantas coisas erradas. A lógica do argumento estaria em que um Deus bom não permitiria tanta maldade. Infelizmente, na maioria dos casos, essa reflexão não é aprofundada. Afinal, um pensamento tão simples seria mesmo suficiente para comprovar a inexistência de Deus? Ou, ao menos coloca em dúvida o seu amor?
Todos os dias, ao ligarmos a televisão, quando abrimos o jornal ou ao buscar notícias na internet, nos deparamos com manchetes que não permitem mais concordar com a conclusão de Genesis 1. 31. Temos evidências de problemas. Assassinatos, atropelamentos, exploração infantil, mentiras, corrupção, traição, etc. As notícias envolvendo escândalos, tragédias, golpes, disputas de poder, guerras, etc. estão por toda parte e vem de todos os cantos do mundo. Aqui mesmo, em minha cidade, quando saio a rua, o primeiro sinal de que algo está errado é o cheiro. Valetas com água parada, esgoto a céu aberto, lixo por todo lado. Animais feridos e abandonados, outros passeando felizes sentindo o vento pela janela dos carrões. Pessoas dormindo em calçadas enquanto outros se envolvem em lençóis de cetim. Empreendimentos gigantescos com apartamentos de luxo de onde é possível os moradores solitários observarem há alguma distância os casebres abrigando seis, oito pessoas. Alguns olham e continuam achando que está tudo muito bom. Porém, só pode concluir assim aquele que não contempla o todo.
Deus criou todas as coisas. Isso inclui o ser humano. No entanto, Deus não quis que a nossa vida fosse monótona, previsível, ociosa. Deus abençoou os seres humanos e lhes disse: "sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra" (Genesis 1. 28). O texto diz ainda que "o Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo" e "depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome" (Genesis 2. 15 e 19). Temos compreendido essas coisas e, assim, produzido muita coisa boa. Mas, obviamente, não temos compreendido tudo.

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Um Início Harmonioso
Ficou Tudo Muito Bom
A Ordem da Criação
A 'Quebra'
E o Homem Criou Deuses À Sua Imagem

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Humildade Cristã

Quando falamos de humildade cristã isso quer dizer que nós temos um exemplo a quem seguimos. O apóstolo Paulo aborda o tema da humildade em sua carta aos Filipenses. Após apontar algumas virtudes dignas de serem seguidas e atitudes a serem evitadas, Paulo orienta: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus...” O cristão jamais está desamparado neste mundo. Ele sempre poderá contar com Jesus Cristo, inclusive como exemplo e padrão de vida. O propósito de Deus é que a cada dia nos tornemos mais parecidos com Jesus Cristo.
Qual foi essa atitude de Cristo a que Paulo se refere? É claro que em muitas coisas Jesus é incomparável e único. Tem muitas coisas que nós jamais seremos como ele. Mas, em que então devemos aprender e imitar o Mestre Jesus? Na humildade sacrificial e no amor ao próximo. Jesus demonstrou sentimentos e atitudes que são exemplo de vida para nós. São referenciais que devemos tomar para as nossas vidas. O que Jesus fez? Quais os exemplos da vida de Cristo que o texto aos Filipenses revela? Ele, Jesus, “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2. 6-8).
Ora, se Jesus sendo Deus decidiu não apegar-se a isso para achar que era muita coisa, quem somos nós para ‘nos acharmos’!? Se Jesus não se apegou ao fato de ser O Filho Unigênito, santo – sem pecado – de Deus, por que nós nos apegamos tão facilmente a todo tipo de ‘coisinhas’!? Se o Filho de Deus veio para servir e doar a própria vida na cruz pela humanidade, porque nós achamos que precisamos ser servidos e viver com todo conforto? Se Jesus foi capaz de humilhar-se até sofrer uma das piores mortes que pode existir, morte de cruz, o que nos faz pensar que temos direitos e privilégios sobre os outros neste mundo? Se Jesus, sendo Deus, optou pelo duro caminho da obediência e submissão, o que nos leva a acreditar que existe outro caminho que seja melhor? Por isso, “seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus...”
Após sua entrada triunfal em Jerusalém, o Senhor ensina: “Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna. Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará” (João 12. 24-26).

domingo, 7 de novembro de 2010

Humildade...

Se uma xícara estiver cheia como colocar mais alguma coisa dentro dela? Se o grão não cair na terra e não morrer, como dará muito fruto? Além do fruto do Espírito e da unidade existe uma outra característica que distingue o cristão nesse mundo: humildade. Mas, o que é humildade? Vem do Latim "humus" que significa "filhos da terra". A humildade consiste em avaliar-se da maneira que corresponde à realidade. É a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, respeito, pobreza, reverência e submissão. A humildade não é depreciação de si mesmo, não é ignorância com relação ao que somos, mas ao contrário, é o conhecimento exato do que não somos. Humildade é modéstia; é o reconhecimento. É dizer "muito obrigado" a Deus. É aceitar suas qualidades e forças, reconhecendo que elas não lhe pertencem; foram concedidas a você por Deus para um propósito mais elevado que o de apenas satisfazer suas próprias necessidades. Humildade é estar consciente do seu lugar; é reconhecer o quão pequeno você é e, assim, entender quão grande pode se tornar.
Na carta aos Filipenses Paulo exorta: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade”. O que isso significa? Egoísmo e vaidade são contrários à humildade. Basta nos examinarmos honestamente para detectarmos o quanto somos egoístas e vaidosos. Quem pensa em levar vantagem em tudo, quem pensa só em si mesmo, quem acha que só as suas opiniões estão certas, quem acha que não tem mais nada a aprender, quem se vê melhor do que os outros não sabe o que é ser humilde... O orgulhoso e o vaidoso são cheios de si: ‘Eu me basto!’ Não pensa no outro. Ele usa o outro para atingir os seus objetivos. Não se constrói relacionamentos quando eu quero apenas usar as pessoas.
Quais são os exemplos que tenho seguido? O que nós temos buscado para as nossas vidas? A nossa fé tem nos levado na direção do outro ou nos afasta das pessoas? Sou eu uma xícara cheia ou ainda consigo me esvaziar para poder deixar-me encher de algo melhor? Nas bem-aventuranças Jesus declara: “Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança” (Mt 5. 5). Como não poderia deixar de ser, Paulo aponta a direção certa: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus...” (Filipenses 2. 5). Jesus é o alvo, o exemplo, aquele que ensina.
Uma xícara repleta não pode receber mais nada. Alguém cheio de si não poderá se deixar encher por algo maior e melhor. Se você deseja ir além de si mesmo experimente esvaziar-se para dar lugar ao Espírito Santo de Deus. Seja a sua atitude a mesma de Cristo Jesus.

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