Agradeço a todas as visitas e comentários! Seja bem vindo!!! Que Deus abençoe a tua vida!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Balizas da Fé Cristã I

A Bíblia

Por que tanta gente ainda hoje lê um livro tão antigo como a Bíblia? Praticamente todas as grandes religiões possuem seus livros sagrados. A Bíblia é o Livro Sagrado para os Cristãos. Ela foi escrita por pessoas sob a inspiração de Deus. As doutrinas e ensinamentos do cristianismo devem basear-se na Bíblia. Ali encontramos a revelação do propósito de Deus para a humanidade. A Bíblia é uma grande carta de amor de Deus para o mundo.

Todo ensinamento da igreja deve basear-se primeiramente na Bíblia. Quando uma igreja inventa novidades ou contraria a vontade de Deus revelada na Bíblia, é preciso estar alerta. O ser humano é falho e pode usar a Bíblia, a igreja e a boa fé das pessoas para explorar e levar vantagem. Por isso, devemos conhecer a Bíblia. Assim, conseguiremos discernir as palavras e as ações das pessoas. Mais do que ler, é importante entender o que se lê.

No Evangelho de Mateus 7. 16 Jesus disse: “Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?” Isso significa que as ações das pessoas e dos líderes vão revelar suas verdadeiras intenções. Jesus convida a observarmos se há coerência entre aquilo que as pessoas e líderes falam e aquilo que eles fazem. Existe coerência entre o discurso e a prática?

Um exemplo para nós hoje deve ser os cristãos de Beréia. A respeito deles o livro de Atos diz que “receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo” (Atos 17. 11). A Bíblia é o parâmetro, a referência para aqueles que procuram levar a sério a sua fé e relacionamento com Deus.

Quem hoje está preocupado em conferir nas Escrituras se tudo aquilo que dizem por aí é assim mesmo? Hoje é muito fácil encontramos templos, programas de televisão e livros que pretendem apresentar uma mensagem cristã e bíblica. Mas, será que é tudo assim mesmo?

sábado, 27 de dezembro de 2008

Creio, Não Creio

Em que você crê? Em quem você Crê? E, em que você não crê? Assumir uma posição de fé significa dizer sim para várias coisas. Mas, por outro lado, significa também não embarcar em muitas tantas ofertas religiosas que existem por aí. Sempre que eu digo que acredito numa determinada coisa, automaticamente estou dizendo que não creio em uma série de outras propostas. Uma palavra que poucas pessoas compreendem o significado hoje é coerência. Muitas pessoas estão confusas diante dos tantos apelos, doutrinas e religiões. Como saber se não estamos sendo enganados? É possível crer ao mesmo tempo em duas verdades opostas? Existe alguma harmonia na forma como você compreende a vida, a morte, a fé e tantos outros assuntos neste mundo onde você vive? Ou você também sente falta de algumas balizas orientadoras de vez em quando? Será que ‘é tudo a mesma coisa’ como muitos gostam de dizer? Baliza é uma coisa que pode ter vários significados. A pergunta é em que sentido essa palavra serve à nossa reflexão. Vejamos alguns significados que o dicionário apresenta para Baliza: 1) Marco, poste ou outro sinal que indica algum lugar; 2) Sinal para impedir o trânsito em ruas ou praças; 3) Sinal que indica uma passagem; 4) Limite. Logo, poderíamos perguntar: quais são as balizas da fé cristã? Quais são os marcos ou sinais que indicam que estamos no caminho certo? Quais são os sinais que servem de alerta para nos avisar quando estamos desviando da rota? Existem limites quando o assunto é religião e fé? Diante dessas perguntas, podemos indicar de forma rápida e simples algumas das principais balizas que nos ajudam a perceber em qual caminho estamos seguindo. Lembramos, portanto, desde já, as palavras de Jesus Cristo, que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14. 6). Você está no caminho? Nos próximos artigos vamos abordar pelo menos doze tópicos que um cristão não pode ignorar. Nós poderíamos abordar aspectos ou questões principais de outras religiões. No entanto, confesso o cristianismo como minha fé e estilo de vida. Respeito as demais crenças. Como não existe ninguém neutro ou totalmente laico quando vai expor seus pensamentos e opiniões, quero deixar claro e ser bem transparente quanto a confiança que tenho no Senhor Jesus Cristo e na vontade de Deus revelada nas Sagradas Escrituras. Vem daí a influencia sobre a minha visão de mundo bem como a fonte da minha esperança de vida.

Continue Lendo:

A Bíblia
O Ser Humano

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um Abençoado Natal!


Música: Simplicidade (Pato Fu)

Que

neste

Natal...
Apesar da ceia,
Apesar das luzes,

Apesar dos fogos,
Apesar das festas,

Apesar da ressaca,
Apesar das compras,

Apesar do papai Noel,
Apesar dos presentes,

Apesar dos chocolates,
Apesar das frases de sempre,
Seja ainda um tempo de refletir...
...sobre a beleza da simplicidade
...sobre a importância de Jesus Cristo
...sobre o amor de Deus que se encarnou
...sobre vida abundante que é a proposta
...sobre um menino que veio para morrer.
Que apesar do tanto que se desmancha em nada
seja um dia para compreender que nada
pode ser melhor do que O Tudo!


Feliz Natal!




Um abraço e que Deus abençoe a tua vida!

Rodomar Ricardo Ramlow

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Jingle Bell, Jingle Bell

Feliz Bolha de Sabão!

Dois milênios atrás, numa terra distante do lugar que conhecemos hoje como Brasil, um povo aguardava por um novo tempo. Sua esperança estava depositada na vinda de um novo rei. A história de vida e compreensão de mundo de cada pessoa fazia com que as expectativas fossem também diferentes: libertação, poder, fama, riquezas, perdão, sucesso, sentido, felicidade, etc. Iria depender muito dessas expectativas a capacidade que cada um teria de reconhecer a inauguração do novo reino e a chegada do grande rei. Um império dominava. Taxas pesadas eram cobradas. Havia uma religião mancomunada com o poder do império, o que aumentava a opressão ao povo. Um contexto como tantos que faz as pessoas ansiarem por mudanças.
Não se pode atender a todas as expectativas. Nem todas as idealizações correspondem às melhores respostas que se busca no mais íntimo de cada ser. Quanto mais cegos e apegados às próprias expectativas e pressupostos, maiores serão as chances de frustração. E, quando a resposta, a solução, a esperança finalmente surge concreta, mesmo aqueles que mais ansiosamente esperavam algo novo são incapazes de reconhecer a oportunidade. Ignorantes, cansados de esperar pelo que já veio, seguem-se construindo as próprias pontes de escape. A incapacidade de perceber o travesseiro macio, impele à correria desengonçada atrás da pluma ao vento. E, quando finalmente achamos tê-la, a pluma se revela uma bolha de sabão. Tudo se desfaz ao mais leve toque.
Duas possibilidades: reconhecer que a correria é vã ou, deixar-se encantar pelas inúmeras outras bolhas: leves, coloridas, brilhantes todas ali, à disposição, por um preço acessível... Mais algum esforço e logo mais outra poderá ser alcançada! Não é curioso como algumas coisas só fazem sentido enquanto não às temos!? Ninguém é dono de uma bolha de sabão! Existem épocas do ano quando aumentam as bolhas a colorir as paisagens das nossas janelas de tela plana. Fazem-nos acreditar que seu brilho e colorido são a resposta para o lixo interior que apontam em nós. O mundo está em crise? Ignore, corra agora às caixas borbulhantes, magníficas, mágicas... Você merece, tem todo o direito, pegue agora mesmo a sua bolha de sabão!
Sobre os acontecimentos de dois milênios atrás? Ora, quem ainda quer saber sobre essa velha história!? Estamos todos muito ocupados com a busca da verdadeira felicidade, a carreira, os presentes, as ceias, as férias... Ah, as férias, um mês inteiro para ser feliz de verdade...! Ih! Estourou a minha bolha de sabão!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Macumba Gospel...

Para aqueles que ainda acham que eu exagero:


“Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente”
(Mateus 24. 24, 25)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Questionamentos Diante do Incompreensível


O noticiário das últimas semanas tem repetido exaustivamente os trágicos acontecimentos no estado de Santa Catarina. Muita chuva, desmoronamentos, prejuízos diversos, milhares de pessoas desabrigadas e o número de mortos passa de uma centena. O Brasil jamais tinha visto tamanha catástrofe. A Defesa Civil está engajada na maior operação de resgate e ajuda da sua história. Os acontecimentos no estado vizinho comovem o país que se mobiliza para ajudar. Toneladas de materiais doados, principalmente água e alimentos tem amenizado o sofrimento de muitos. No entanto, há muito que fazer. Faltam principalmente colchões e travesseiros, materiais de higiene pessoal e produtos de limpeza para desinfetar as casas atingidas. Estima-se que mais de 100 mil pessoas tiveram contato com água contaminada. Os riscos maiores são de leptospirose. Mesmo com a diminuição das chuvas, as consequências vão continuar aparecendo, podendo inclusive, gerar uma calamidade na saúde pública do estado.
Em tempos de tragédia, dor e sofrimento, é comum ouvir pessoas questionando a Deus, procurando a quem responsabilizar, buscando alguma explicação que possa oferecer algum sentido em meio ao caos. O mais difícil é encontrar forças e sensatez para assumir a própria responsabilidade. O consolo e a esperança estão em podermos acompanhar junto com as notícias trágicas a mobilização de milhões de pessoas para ajudar de alguma maneira. Por mais que tentemos compreender os acontecimentos, somente a nossa ação concreta vai fazer diferença agora. O texto bíblico que me vem a mente são as palavras de Jesus em Mateus 5. 45: “porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. Mais uma vez fica claro que Deus não ‘funciona’ pela lógica do karma, da causa e efeito, de quem premia ou castiga de acordo com o mérito humano. Respostas simplistas não bastam diante de tamanha dor. É difícil compreender todas as coisas nessa hora.
Em tempos de muitas perguntas e poucas respostas, que possamos deixar Deus ser Deus, aquele que dá ânimo e consolo em meio ao caos. Que Ele seja nossa fonte de esperança e vigor a serviço de quem mais precisa. Pode ser difícil compreender a Deus nesses momentos, mas não é difícil nos entregarmos em suas mãos. Motivados pelo versículo de Gálatas 6. 2: “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo”, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, que, aliás, possui milhares de membros nas regiões atingidas, disponibiliza uma conta para todos que queiram ajudar: Banco do Brasil, IECLB Campanha Calamidade em SC, CNPJ: 92.926.864/0001-57. Agência: 0010-8, Conta Corrente: 40.000/9. Que nossos questionamentos encontrem resposta na solidariedade que somos capazes de demonstrar nesta hora!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

É Assim Mesmo?


Você também se sente um estrangeiro apenas de passagem neste mundo as vezes? Como viver num mundo hostil e que não reflete os valores e princípios nos quais você acredita? Por que as pessoas hoje parecem não se importar com nada? É impressão minha ou reina o comodismo, o ‘é assim mesmo’, o ‘não adianta fazer nada’...!? E, Por que é assim? Precisa mesmo ser assim?
Às vezes caímos na ilusão de que podemos viver numa espécie de gueto, seguros, isolados e impenetráveis a tudo aquilo que gostaríamos de manter longe. E quando finalmente tudo muda e nos vemos numa realidade hostil que exige a nossa devoção e lealdade? O que fazer? Como agir? Deveríamos simplesmente agir como uma esponja que absorve tudo acriticamente? Ou a melhor alternativa seria nos entrincheirarmos para começar o combate, uma vez que tudo parece contra?
A Bíblia nos fala de um povo que teve seu país invadido e saqueado por um poderoso império. Vários jovens saudáveis, espertos, inteligentes e bonitos foram capturados para servirem no palácio do novo império. Lá, tiveram que estudar ainda mais e passaram três anos na Universidade da Babilônia aprendendo literatura e a língua da realeza. Somente depois de formados é que iriam servir na corte. Durante o tempo de preparação o rei disponibilizou o melhor da sua mesa aos jovens estrangeiros. Mas, eles negaram-se a comprometer suas consciências aceitando bajulação e influência que traísse seus princípios originais. Com sua fidelidade e simpatia, não tardou para que os jovens fizessem amigos, mas, também inimigos no palácio. Recusaram as benesses da realeza e mantiveram seus costumes alimentares saudável, estudaram com dedicação, mantiveram-se fiéis ao seu Deus. Ganhavam destaque e quatro deles foram apresentados ao rei a quem passaram a servir. No dia da banca, o monarca ficou espantado com a inteligência e conhecimentos por eles demonstrado. Foram capazes de responder perguntas sobre todo tipo de assunto. Passaram no teste com louvor. O rei observou que aqueles rapazes estrangeiros eram mais sábios que todos os seus mais antigos conselheiros (Daniel 1).
Você já imaginou como se comportariam Daniel, Hananias, Mizael e Azarias numa faculdade da sua cidade? Qual seria o impacto desses jovens nessa cidade? Será que eles também se acomodariam com o clima de pessimismo, cinismo e desesperança reinantes? É difícil imaginar esse grupo de amigos sentados a lamentar a má sorte de terem que viver justamente naquele lugar e ainda com um governo omisso, incompetente e até mesmo tirano! Como cidadão do reino de Deus você também é desafiado a viver em fidelidade ao verdadeiro e único rei, mesmo que vivendo estrangeiro e cativo às forças estranhas de um mundo hostil. O que aqueles quatro amigos tinham de especial que lhes permitia enxergar uma realidade diferente?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Como Deveria Ser?

Hoje, ao falar de ética ou moral, o máximo que é permitido dizer é como as coisas são. Quem ousasse, a partir de uma análise de como é, sugerir como deveria ser, estaria assumindo o risco de ser taxado de cabeça fechada e politicamente incorreto. No entanto, se ética está relacionado com o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, como contentar-se apenas em descrever o jeito como as coisas são e não propor mudanças que se acredita serem boas para o indivíduo e a sociedade? É claro que ninguém tem o direito de impor nada a ninguém. Para isso existe o debate, o confronto de idéias, o diálogo... Vemos, no entanto, a ideologia do politicamente correto como norma a que todos devem se conformar. O mesmo acontece com outros termos da moda como tolerância, discriminação e preconceito. Aqueles que apelam aos discursos fáceis defendendo suas posições taxando quem pensa diferente são os primeiros a entrar em contradição, por exemplo, demonstrando intolerância contra quem ousa questioná-los.
O ser humano não nasce bom ou virtuoso e vai se corrompendo com o tempo. A necessidade que a sociedade tem de leis é uma prova disso. O potencial para o mal é inerente às pessoas. As leis servem para regular e orientar o ser humano que naturalmente tende a desobedecê-la. A lei serve para proteger um ser humano de outro ser humano. Geralmente as pessoas buscam simplesmente o prazer, ou o poder, ou o proveito pessoal, ou as vantagens econômico-financeiras em todas as ocasiões. Ou seria esta uma conclusão por demais pessimista? Uma auto-análise sincera não nos permitirá fugir à realidade.
Moral é uma palavra derivativa do latim moralis. Significa modos e costumes. Diz respeito à prática, maneiras ou condutas dos seres humanos como seres sociais em relacionamento uns com os outros. Refere-se ao que é certo ou errado, bom ou mal. Em nossos tempos pós-modernos, no entanto, a moral pode apenas descrever os modos e costumes da sociedade. Não seria tolerado aquele que ainda ousasse apelar ao sentido clássico da palavra que descreve o que é eterno, transcendente, universal, prescrevendo o que deve ser.
A palavra ética origina-se do grego éthos e, significa modos ou caráter. O Dicionário Aurélio diz que ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". Etmologicamente ética e moral são palavras sinônimas. Aqueles que crêem que Deus criou todas as coisas originalmente boas admitem que o universo possua um fundamento moral. Logo, existe uma ética ou uma moral de como as coisas deveriam ser. Temos muita gente diagnosticando e analisando. Onde estão as propostas?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Parar, silenciar, ouvir...


Na hora, eu nem percebi que a Débora havia tirado essa fotografia. Eu vi só depois quando as fotos já estavam descarregadas no computador. Foi na Igreja Matriz São Pedro em Gramado/RS. O templo é construído em pedra basáltica, sua torre mede 46 metros e exibe artes nos vitrais com imagens sacras. Era uma manhã tranquila de domingo. Não havia programação. Mas, o templo estava de portas abertas como a maioria das catedrais católicas. As poucas pessoas que circulavam pelo local demonstravam um espírito de reverência. A música em canto gregoriano ecoava suavemente convidando para a meditação.
Já faz um tempo eu venho refletindo sobre o papel das igrejas cristãs diante da correria, estresse e agitação das cidades. Faltam lugares onde possamos aquietar, ficar em silêncio, deixar a pressa, respirar fundo, encontrar a suavidade, a leveza, a possibilidade de simplesmente parar. Num mundo de agitação, pressão, exigência, barulho e toda correria desenfreada do nosso tempo, faltam oásis de quietude, lugares onde podemos nos dar conta novamente de que o suspiro nos lembra de que estamos vivos.
Não estariam nossas igrejas oferecendo apenas mais uma opção de entretenimento, alienação, estresse e mais barulho àqueles que cansados e sobrecarregados anseiam por alívio e descanso? O quanto as igrejas evangélicas no Brasil ajudam as pessoas a meditar, silenciar, orar, ouvir de fato a Palavra e a voz de Deus? Não estaria na hora de refletirmos sobre maiores espaços de reverência, quietude e devoção? Talvez, poderíamos começar deixando nossas portas abertas por mais tempo...!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Cuidado de Deus

Estou procurando escrever sobre sinais e experiências de transcendência de antes de eu ter uma clareza maior da graça e do amor de Deus em minha vida. Na semana passada escrevi sobre um desses momentos durante o trabalho na lavoura. O episódio que passo a narrar a seguir aconteceu mais ou menos na mesma época e em situação semelhante.
Pelo ano de 1992 eu estava no ensino médio. O colégio ficava 9 Km da minha casa. Havia uma caminhonete que levava o pessoal do interior para estudar a noite. Livros era coisa rara em casa. Minha infância e juventude não foram de muita leitura, embora o interesse existisse. A dura vida no campo aumentava o desejo por estudar. Um dia apareceu no colégio um pessoal vendendo livros. A ‘promoção especial’ do momento era uma gramática de português, um dicionário e um atlas mundial. Fiquei encantado. Como eu quis aqueles livros! No fundo sabia que seria impossível. Nossa família era muito humilde e meu pai nunca soltou dinheiro nas mãos da minha mãe ou dos filhos. Meus irmãos e eu sentíamos dor de barriga só de pensar em pedir algum dinheiro pra ele, mesmo que fosse por motivos relevantes (jamais ousaríamos pedir dinheiro se não fosse situação de emergência). Meu pai era capaz de fazer verdadeiro escândalo diante de um pedido de dinheiro para qualquer coisa.
Os livros, apesar da promoção, ainda representariam 10% do nosso orçamento, dependendo do ano e da colheita. Impossível! Mesmo assim, não sabia como e nem a razão, era como se eu acreditasse que poderia tê-los. A idéia não me saía da cabeça. Lembro só de relacionar tudo a um tipo de expressão cognitiva que poderia ser traduzido como oração. Era como se eu soubesse que se havia uma chance ela estaria na intervenção divina. Dormi pensando nisso e acordei pensando nos livros. A manhã foi de capina com meu pai e meu irmão. Estava só com meus pensamentos e orava. Como falar sobre isso com meu pai? Qual seria o melhor momento? E se ele estivesse em mais um daqueles maus dias? Foi numa parada para descansar à sombra entre o almoço e o café do meio dia. Tentei parecer despretensioso. Como se apenas quisesse compartilhar sobre a noite anterior no colégio, falei. Logo eu já estava encarnando o típico vendedor a mostrar as vantagens do produto e a oportunidade única de fazer um bom negócio. Não cheguei a pedir nada. Eu não teria coragem. A rigidez e o espírito nervoso, bravo do meu pai, me traumatizaram a ponto de até hoje eu não conseguir pedir nada a ninguém. Ficou assim.
Voltamos ao trabalho. Minha esperança aumentou devido ao interesse que meu pai demonstrou pelo assunto. Até cogitou possibilidades de como proceder para conseguir dinheiro. Eu experimentava um misto de incredulidade e esperança. E, não é que de tarde, ele disse que iria junto ao colégio! Disse que passaria num amigo, emprestaria um cheque e iria pessoalmente falar com os vendedores. Eu não estava acreditando, aquele não parecia meu pai. No entanto, foi o que aconteceu. O Dicionário e o Atlas eu tenho comigo até hoje. Nunca fui tão grato a Deus. E, acho que nunca soube ser grato ao meu pai. Foi uma experiência realmente marcante, pois vi como até mesmo o impossível pode se tornar possível.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Saudades no Silêncio

Quando criança, eu acompanhava meus pais a igreja (IECLB). Fui batizado com três anos de idade. Na fase adolescente a minha mãe foi a maior influência cristã. Freqüentei os dois anos do Ensino Confirmatório na Igreja Luterana. Minha adolescência e juventude foram marcados por uma vida de oração diária e pelo envolvimento maior com as atividades eclesiásticas: edificação de uma nova comunidade, liderança de grupos de juventude, participação em presbitério de comunidade, etc.
Entre 1986 e 1996 morei com minha família no interior e vivíamos do trabalho na lavoura, principalmente café. Foi o tempo mais longo que morei num mesmo lugar até hoje. Lá no estado do Espírito Santo eu devo ter morado em mais ou menos dez casas diferentes. Nossa família se mudava muito. Lembro-me bem que no serviço braçal a mente ficava mais livre para deixar voar a imaginação, fluir a criatividade e filosofar sobre a vida. A insatisfação com a realidade difícil gerava tristeza e sentimentos de profunda depressão. No entanto, mesmo capinando debaixo de sol forte, o que eu definitivamente não gostava, experimentava flashes de profunda alegria inexplicável. Algumas dessas experiências estão diretamente relacionadas à oração e certeza da presença de Deus.
Uma dessas experiências, eu não me lembro bem quando e nem o que desencadeou o processo, aconteceu na lida da roça. Não sei se nos dias anteriores eu havia participado de alguma programação da igreja ou coisa parecida, mas, enquanto capinava minha mente livre estava a mil... Entre os pensamentos e sentimentos envolvidos, de repente experimentei uma profunda alegria e certeza do amor de Deus na minha vida. Algo inexplicável. Se alguém olhasse poderia ver que eu ria sozinho. A vontade era de gritar até, coisa que minha timidez e preocupação com a opinião alheia não permitiram. Normalmente trabalhávamos juntos em família. Apesar de já terem se passado cerca de quinze anos, nunca esqueci aquele momento.
A vida no campo suscita lembranças de momentos onde a mente era livre para refletir, os olhos podiam alcançar mais longe do alto dos morros capixabas, a natureza era uma realidade envolvente, o silêncio permitia ouvir a ausência do coração. Alguns daqueles momentos lembravam o sentimento da saudade. Saudades de algo que eu ainda não tinha vivido. Saudades de voltar para onde eu nem sabia que tinha partido. Hoje, o silêncio é mais difícil. Falta contemplação. Sei que Deus não se prende a um lugar. Sou eu quem precisa deixar-se encontrar!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Os Domingos Precisam de Feriados

Texto do Rabino Nilton Bonder


Toda Sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino no sétimo dia da Criação.

Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.

Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.

Hoje, o tempo de 'pausa' é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações 'para não nos ocuparmos'. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo...

Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim. Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente.

As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o Domingo de um feriado...

Nossos namorados querem 'ficar', trocando o 'ser' pelo 'estar'. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um dia seremos nossos?

Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante.

Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos...

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção.

O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida.

A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é 'o que vamos fazer hoje?' já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.

Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande 'radical livre' que envelhece nossa alegria - o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.

Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.

Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A Melhor Parte

No interior, em alguns lugares, as pessoas ainda preservam o hábito de se visitarem uns aos outros. Lembro-me da época em que a minha família mais visitou nossos vizinhos mais próximos foi quando a nossa televisão deu defeito. Não tínhamos dinheiro para mandar concertar e ficamos meses assistindo TV na casa deles. Pois é, a televisão, ou a falta dela, é capaz de coisas impressionantes. O fato é que as pessoas não se visitam mais. E, se isso isolou as famílias, hoje temos o computador que é capaz de afastar as pessoas umas das outras dentro da própria casa. É claro que também existem as coisas boas nessa tecnologia toda. Informação, material de pesquisa, entretenimento e, incrível, até relacionamentos podem nascer ou se aprofundar pelo bom uso da máquina.

Certo dia Jesus foi visitar uma família de amigos. Como ainda não existia televisão, o mestre não encontrou Marta e Maria assistindo novela. Parece que as irmãs foram pegas de surpresa. Marta logo se apressou em arrumar as coisas e preparar uma boa comida. Ela queria impressionar. Seria uma boa anfitriã. Maria, por sua vez, sentou-se aos pés de Jesus e ouvia... Marta não gostou do comportamento de Maria e reclamou: “Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!” (Lucas 10. 40). Como Maria pode ficar ali sentada e descansada com tanta coisa pra fazer!?

Chegamos a uma época do ano onde as pessoas estão cansadas e estressadas. O ano vai acabando e tem muita coisa pra terminar. Lá no interior, a gente limpava a volta da casa e a estrada de chegada. As mulheres faziam uma faxina geral no ambiente interno. É como se alguma visita estivesse por chegar. Assim como Jesus esteve na casa de Marta e Maria, Ele também quer estar em nossos lares. É uma época do ano de diversos afazeres, diversões e festas, preocupação, avaliações e planejamentos. Qual é a melhor parte? Diante da murmuração e todo estresse de Marta, Jesus responde: “Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lucas 10. 41, 42). Ali na sala, sentada aos pés do Senhor, Maria ouvia...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

História...


Hoje, 20 de outubro, a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana São João em Pelotas completa 120 anos de história. 
Clique Aqui para ler mais a respeito.

sábado, 11 de outubro de 2008

vilarejo: marisa monte

Composição: 

Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Política se discute?

Ou se aceita e pronto!?

Um dos livros pouco explorados no Antigo Testamento bíblico é Juízes. O texto relata o período que vai da morte de Josué (sucessor de Moisés) até a unção de Saul como o primeiro rei de Israel. Neste período Israel não era organizado politicamente nem socialmente como nação. Viviam como tribos que cultivavam a terra e criavam rebanhos.

 Juízes relata acontecimentos envolvendo o povo de Israel durante um período em que eles ainda não eram uma monarquia. A autoridade dos juízes, na maioria das vezes, limitou-se a áreas específicas. Eles não foram reis, mas, heróis locais que livraram porções do território de Israel dos seus opressores estrangeiros. Um famoso Juíz em Israel foi Gideão. Sua trajetória ficou marcada por sua recusa ao oferecimento de ser rei em Israel.

Eram tempos difíceis, de muito conflito, guerras e morte. Se Gideão repeliu o desejo do povo de fazê-lo rei, o mesmo não aconteceu com seu filho ilegítimo Abimeleque. Para isso, ele encomendou a morte de todos os demais descendentes de Gideão que poderiam representar alguma ameaça aos seus planos. De um total de setenta, apenas Jotão conseguiu escapar da chacina. Abimeleque não pode ser considerado o primeiro rei de Israel, uma vez que seu domínio se estendeu apenas sobre algumas poucas aldeias e povoados ao redor. A monarquia em Israel seria estabelecida somente mais tarde com Saul, Davi e Salomão.

Jotão, o filho caçula de Gideão que havia escapado à matança, decide então compor uma parábola ou alegoria que ilustrava o que havia acontecido. Do topo de um monte ele surge declamando sua fábula com o objetivo de advertir o povo contra o reinado de seu cruel irmão Abimeleque: “Certo dia as árvores saíram para ungir um rei para si. Disseram à oliveira: ‘Seja o nosso rei!’ A oliveira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu azeite, com o qual se presta honra aos deuses e aos homens, para dominar sobre as árvores?’ Então as árvores disseram à figueira: ‘Venha ser o nosso rei!’ A figueira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu fruto saboroso e doce, para dominar sobre as árvores?’ Depois as árvores disseram à videira: ‘Venha ser o nosso rei!’ A videira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para ter domínio sobre as árvores?’ Finalmente todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Venha ser o nosso rei!’ O espinheiro disse às árvores: ‘Se querem realmente ungir-me rei sobre vocês, venham abrigar-se à minha sombra; do contrário, sairá fogo do espinheiro e consumirá até os cedros do Líbano!’” (Juízes 9. 8 – 15).

sábado, 27 de setembro de 2008

Antes só...

Antes só do que mal acompanhado. Não seria esse ditado somente mais uma desculpa fácil de quem quer se livrar de alguém? Não existe a companhia perfeita. O amor existe exatamente por causa disso. Fôssemos todos perfeitos e agradáveis talvez nunca tivéssemos ouvido falar de amor. Errar é humano. Ninguém é perfeito. Essas duas últimas frases também são ditados populares, no entanto, revelam verdades. Estar com alguém significa estar com uma pessoa falha, imperfeita, limitada, frágil, carente por aceitação, cuidado e carinho. Vivemos um tempo de banalização das palavras. Muito se expressa, mas, poucas pessoas ainda se importam com o significado das palavras.

Amor, amizade, sexo, lascívia, paixão, atração... A confusão é grande. As pessoas sentem atração e acham que é paixão. Possuem um sentimento lascivo e acreditam estar amando. Chamamos uma relação sexual de fazer amor. E assim, tudo é normal e aceitável. Quem ainda compreende o que significa ‘amar o próximo como a si mesmo’?. Será que amor sempre envolve sexo? Será que uma verdadeira relação de amizade não é baseada no amor sincero? Será que as pessoas ainda se encontram?

Atribui-se a Nelson Rodrigues a frase “todo amor é eterno. Se não é eterno, não era amor”. Mário Quintana teria dito que “a amizade é um amor que nunca morre”. Vinicius de Moraes, por sua vez, ao falar do amor concluiu: “que seja infinito enquanto dure”. Detalhe: Vinicius casou-se pelo menos nove vezes. E assim, as circunstâncias ajudam a modelar nossas verdades. Nossas crenças influenciam a maneira como vamos escrevendo a nossa parte da história.

E você, o que prefere, a solidão ou o estar mal acompanhado? Quem de nós gostaria de passar os últimos anos da vida sozinhos? Filmes como O Náufrago e Robinson Crusoé revelam o dilema de quem se vê perdido e sozinho numa ilha. Em o Náufrago o personagem principal improvisa um amigo pintando um rosto numa bola. Robinson Crusoé passa anos sozinho até que encontra um nativo com quem vivencia vários conflitos até que se tornam amigos. Se o ser humano encontra dificuldades para conviver com outras pessoas, a solidão parece ainda mais indesejável. Atualmente estima-se que nos Estados Unidos da América exista um cachorro por domicílio. Logo, antes um animalzinho do que estar mal acompanhado.

A solidão só terá fim quando o valor de dois gestos fundamentais forem compreendidos e praticados: ouvir e perdoar. Quem descobre essa arte verá que é melhor estar mal acompanhado do que sozinho. O ser humano se sente incompleto quando vive só. Nós não fomos projetados para sobrevivermos muito tempo no isolamento. Até mesmo o sábio autor de Eclesiastes já dizia que “é melhor ter companhia do que estar sozinho” (Eclesiastes 4. 9).

Leia também O ANEL QUE TU ME DESTE de Ed René Kivitz.

 

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

1976:

Steve Jobs e Steve Wozniac lançam a Apple

Acontecem os Jogos Olímpicos de Montreal, Canadá

O Internacional vence o Campeonato Brasileiro de futebol

James Hunt é campeão mundial de Fórmula 1

Salvador Dalí pinta 'Gala Contemplating the Sea'

Com gol de Joãozinho aos 43 do segundo tempo, o Cruzeiro vence o River Plate da Argentina e de igual maneira conquista a Taça Libertadores da América pela primeira vez

Fidel Castro torna-se presidente da república de Cuba

O punk rock se torna um movimento musical de grande repercussão nos EUA e Inglaterra, a partir das bandas Ramones e Sex Pistols.

Lançamento dos filmes Carrie, a Estranha; Rocky, Um Lutador;

Falecem: Juscelino Kubitschek, 24° Presidente do Brasil; Mao Tse-Tung , político República Popular da China; Di Cavalcanti, pintor Brasileiro; João Goulart , 27º Presidente do Brasil

Nascem: Colin Farrell, actor irlandês; Simony, cantora e de igual maneira apresentadora de televisão brasileira; Gustavo Kuerten, tenista profissional do Brasil; Ronaldo Nazário, jogador brasileiro de futebol e, muitos anônimos mundo a fora, inclusive eu.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ladrão que rouba ladrão...

A lógica do toma lá dá cá. A justiça do devolver na mesma moeda. Se eu ‘me dei mal’, porque não posso me vingar nem que seja em outra pessoa? O referido ditado está entre mais uma daquelas mentiras que os seres humanos contam. O jeitinho brasileiro já é internacionalmente conhecido. O povo critica os políticos corruptos e, assim, revela toda a sua incoerência. Nossos governantes são escolhidos por um povo que acredita que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Logo, temos na política um reflexo da nossa cultura: o esperto tentando levar vantagem em tudo. Se é a ocasião que faz o ladrão, como poderíamos julgar aqueles que não resistem às tentações!? A ocasião é mais forte! A culpa é do sistema! Assim, vamos eximindo o ser humano da sua responsabilidade.

Essa questão é tão evidente no Brasil que atitudes que deveriam ser normais ganham destaque na mídia. Se alguém encontra uma considerável quantia em dinheiro e devolve para o dono, logo se tornará herói nacional. No fundo, pensamos: ‘é um trouxa!’ Mas, não fica bem explicitar as verdadeiras intenções. Observamos calados tentando entender o que leva alguém a abrir mão de tal oportunidade! O governo rouba da gente, que mal faz me aproveitar de alguns objetos da repartição? Os comerciantes roubam nos preços, qual o problema em ficar quieto e guardar o troco que foi passado a mais? Já comprei o carro com problemas, tenho o direito de passá-lo adiante sem dizer toda a verdade! E assim, todo mundo vai dando um jeito!

Toda generalização é burra. Inclusive essa. Acredito sim na integridade, honestidade e sinceridade. Conheço pessoas que ainda cultivam esses valores. Mas, se antes era vergonhoso, anormal, desrespeitoso agir desonestamente, hoje as coisas se inverteram. É quase uma contravenção social ser íntegro, honesto e sincero. As pessoas te olham estarrecidas, mudas diante do incompreensível. Na internet já é possível encontrar testes para medir seu grau de honestidade. Rejeitar o gabarito antes de um teste, assumir que cometeu a falta num jogo coletivo, não fugir do local do acidente e assumir a responsabilidade pelo erro, devolver o troco a mais, rejeitar suborno, etc. Infelizmente são atitudes cada vez mais raras!

Os ditados populares revelam muito dos nossos padrões mentais. São eles que definem as nossas crenças e, conseqüentemente, a sociedade que construímos. Biblicamente falando, a conversão significa uma mudança de vida. Depende da crença que estamos deixando e da nova que vamos abraçar. Não basta mudar o rótulo. Não se trata somente de um novo jeito de se vestir. Tudo começa na mente: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente” escreveu o Apóstolo Paulo (Romanos 12. 2).

domingo, 7 de setembro de 2008

Burro Velho...

O que alguém estaria querendo dizer com o ditado Burro velho não perde a mania? Ou cachorro velho não aprende truque novo? Se a maneira como pensamos determina o modo como vivemos, quais seriam os valores por trás de ditados populares como estes? Trata-se da mesma crença que produziu também o ditado pau que nasce torto nunca se endireita (morre torto). Em outras palavras: não adianta nem tentar; nasceu assim vai morrer assim; se não aprendeu quando era jovem, agora não aprende mais; pessoas que passaram dos quarenta anos de idade não precisam mais tentar estudar, nem para trabalhar servem mais...

Você costuma utilizar esse tipo de ditado no dia-a-dia? Já parou para pensar qual é o tipo de sociedade que crenças assim acabam gerando? Tudo aquilo que nós fazemos, os valores e princípios que regem a nossa vida, começam a se formar em nossa mente. São fruto daquilo em que nós acreditamos. Vivemos numa época onde tudo é relativo e a verdade é aquela em que você optou por acreditar. Esse espírito acaba gerando confusões e distorções incríveis. Uma sociedade injusta e aquém daquilo que poderia ser resulta das mentiras que aceitamos como verdade. Assim como existem ditados populares que transmitem sabedoria e verdade, existem também aqueles que transmitem mentiras e ignorância. Vai depender daquilo em que a pessoa acredita. Você concorda mesmo que um ser humano não pode mais mudar depois que passa de certa idade? Pare um pouco e reflita sobre as crenças por trás dos ditados acima. Que tipo de comportamentos essa maneira de ver o mundo acaba gerando? Você acredita mesmo nisso?

É certo que uma pessoa vai encontrando maiores dificuldades e limitações a medida que vai envelhecendo. Mas, isso significa que devemos desistir delas? Significa que vão tornando-se inúteis para a sociedade? Será que eu também estou me aproximando da idade em que vou estacionar? Recuso-me a acreditar nisso. O potencial humano é algo simplesmente fantástico. Poder de superação, criatividade, capacidade para se adaptar... A aposentadoria jamais deveria ser algo reconhecido como entrar na inatividade. Ninguém sobrevive muito tempo sem fazer nada. Quem de nós não conheceu alguém ou ouviu notícia de pessoas que passaram dos setenta, oitenta anos de idade e concluíram uma faculdade ou recém começaram a estudar? São pessoas que não aceitam as mentiras impregnadas na cultura dominante. O ser humano é livre para acreditar naquilo que desejar. E, dependendo da sua crença, vai ser mais ou menos feliz, vai desenvolver culturas mais ou menos evoluídas, vai produzir mais ou menos qualidade de vida... Eu jamais vou querer subestimar um ‘burro velho’!

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Filho de Peixe...

Alguns ditados populares podem ser mentirosos. Tão mentirosos que chegam a ser cruéis. O que dizer dos ditados que revelam um determinismo conformista como ‘filho de peixe peixinho é’!? Ou, ‘tal pai tal filho’! ‘Pau que nasce torto nunca se endireita (morre torto)’. Imagine os danos que pode causar a alguém crescer ouvindo essas mentiras! São palavras que revelam as crenças que estão incutidas numa sociedade. Poucas pessoas se conscientizam do quanto de nossas atitudes e comportamentos são o resultado das nossas crenças mais profundas.
De acordo com o ditado ‘filho de peixe peixinho é’ ou ‘tal pai tal filho’, os filhos estão condenados a ser uma réplica dos seus progenitores. Será que todo filho de pai alcoólatra será um alcoólatra? Seria mesmo verdade que todo aquele que tem pai íntegro e honesto vai refletir na vida esses mesmos valores? Uma mãe ausente e desequilibrada vai necessariamente determinar que sua filha seja igualmente problemática? Os filhos de uma pessoa sensata, regrada e econômica serão também comedidos nas decisões e administração financeira? Quem de nós nunca ouviu ou mesmo pronunciou a frase ‘nem parece que é filho de fulano’!?
A crença por trás de mentiras aceitas como esta, impede as pessoas de lutar por mudança. Paralisam toda e qualquer intervenção que possa influenciar a ética, o comportamento e poder de iniciativa das pessoas. Alguém ouve falar de um adolescente que cometeu seu primeiro furto e já vai largando: ‘Ah, esse aí teve a quem puxar, olha o pai, já foi preso várias vezes!’ Assim, nos conformamos com um futuro que parece inevitável, dadas as circunstâncias presentes. Com isso, não estamos dizendo que o exemplo dos pais não exerça influência na vida e educação dos filhos. Muito pelo contrário. Porém, não é determinante a ponto de considerarmos que os filhos automaticamente serão iguais a seus pais em tudo no que diz respeito a valores, princípios, atitudes e comportamentos. Mudar é algo inerente às características do ser humano. Mesmo que eu sinta fortes inclinações a reproduzir distorções de caráter do meu pai, existe a possibilidade de fazer diferente.
Filho de peixe, peixinho é. Esse ditado pode se aplicar ao mundo animal. Ou, se considerado às espécies: filho de ser humano, ser humano é. O que passar disso é mentira. E, acreditar nessa mentira pode acabar fazendo dela uma verdade. Quando alguém acredita que assim está determinado, dificilmente vai buscar forças para ser diferente. Eu posso não ser melhor e nem pior do que foi o meu pai. Mas, com certeza, eu não sou ‘peixinho’.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Papel Aceita Tudo

Em que nós temos acreditado?

Frase muito utilizada quando alguém lê algo sobre o que não acredita. No Brasil muitos se expressam dessa maneira a cada nova lei promulgada. Outros lêem um pedido de desculpas, uma promessa de que as coisas serão diferentes, um compromisso assumido e, soltam: papel aceita tudo. É a incredulidade verbalizada numa frase pronta. Uma forma de ver o mundo encontrando um ditado popular para se revelar. Um modelo de pensamento que não permite mais reflexão ou questionamento. Um ‘é sempre assim’ dito com outras palavras.

Quantas outras expressões prontas e ditos populares ouvimos todos os dias? Sequer paramos para pensar o quanto essas frases revelam sobre a cultura, o desenvolvimento, os valores e comportamentos de um povo. Não pensamos também nas crenças que estão por trás de cada sentença. Frases que o senso comum tratou de eternizar devido à sabedoria popular que carregam. Poucas palavras capazes de dizer tanto. Além da poesia, da forma perfeita, do poder de síntese, um ditado popular é capaz de revelar mais até que o sentido implícito ao próprio ditado.

Uma mentira repetida mil vezes pode tornar-se uma verdade, como dizia Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista. Será que é somente o papel que aceita tudo? Em que nós temos acreditado? A nossa vida depende daquilo em que cremos. É nosso interior que vai determinar o exterior. Todo ser humano é essencialmente religioso. Para compreender o mundo todos nós buscamos uma ideologia que faça algum sentido. Você já ouviu aquela outra expressão, mais ou menos assim: ‘Quem é bom com o martelo, acha que tudo é prego’? Pois é, dependendo da visão de mundo e de nós mesmos que tivermos, nossa vida poderá refletir valores e princípios diferentes. E, essa crença vai influenciar todo o nosso estilo de vida.

Se eu, por exemplo, acreditar que a voz do povo é a voz de Deus, irei sempre considerar que a maioria tem razão. Se eu for alguém que confia em Deus e ao mesmo tempo acredita nesse ditado, não vou poder contestar a decisão de um povo, afinal, é a voz do próprio Deus. Se um país elege um político tirano será que a voz do povo refletiu mesmo a vontade de Deus? Conhecedores das crenças que movem um povo, muitos profissionais ou entendidos da publicidade podem fazer coisas incríveis a serviço de políticos, empresas e ideologias através da mídia. E eu só pude escrever isso tudo aqui porque papel aceita tudo! Mas a minha mente não é de papel.

sábado, 23 de agosto de 2008

Nele se alegra o nosso coração

Nossa esperança está no SENHOR;
ele é o nosso auxílio e a nossa proteção

Nem sempre é fácil escrever um artigo por semana. Eu aproveito para publicar aqui no Blog os textos que preparo para o Jornal Diário Popular aqui da região sul do RS. O espaço que limita o tamanho da narrativa, a preocupação em não escrever demais e ao mesmo tempo fazer-se entendido, os prazos quanto à data de envio... Algumas vezes falta inspiração, outras, acontecem coisas não muito boas e inesperadas. O texto da semana passada dizia que Deus é fiel. Hoje, devo confirmar que apesar dos acidentes de trânsito, Deus é fiel, apesar dos prejuízos materiais, Deus é fiel, por Ele nos guardar de ferimentos, Deus é fiel. Se as conseqüências tivessem sido mais graves, Ele ainda assim é fiel.

Hoje quero compartilhar com vocês a bela canção Deus É Fiel de Asaph Borba: Em meio aos muitos problemas, Em meio às lutas sem fim, Por entre os muitos dilemas, Que se apresentam para mim. Às vezes eu posso passar uma noite inteira a chorar, Mas sei que meu Deus logo pela manha Fará novamente o sol brilhar. E encherá de alegria os meus lábios E o meu coração de louvor. Assim vou descansar, sim eu vou confiar No seu grande e imenso amor. Deus é fiel, é fiel. Acima de todas as coisas, eu sei. Eu sei que meu Deus é fiel.

Para finalizar, deixo o Salmo 33 para meditação. Creio que ele resume e até diz melhor o que tentei transmitir com meus seis últimos textos: “Cantem de alegria ao SENHOR, vocês que são justos; aos que são retos fica bem louvá-lo. Louvem o SENHOR com harpa; ofereçam-lhe música com lira de dez cordas. Cantem-lhe uma nova canção; toquem com habilidade ao aclamá-lo. Pois a palavra do SENHOR é verdadeira; ele é fiel em tudo o que faz. Ele ama a justiça e a retidão; a terra está cheia da bondade do SENHOR. Mediante a palavra do SENHOR foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca. Ele ajunta as águas do mar num só lugar; das profundezas faz reservatórios. Toda a terra tema o SENHOR; tremam diante dele todos os habitantes do mundo. Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu. O SENHOR desfaz os planos das nações e frustra os propósitos dos povos. Mas os planos do SENHOR permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações. Como é feliz a nação que tem o SENHOR como Deus, o povo que ele escolheu para lhe pertencer! Dos céus olha o SENHOR e vê toda a humanidade; do seu trono ele observa todos os habitantes da terra; ele, que forma o coração de todos, que conhece tudo o que fazem. Nenhum rei se salva pelo tamanho do seu exército; nenhum guerreiro escapa por sua grande força. O cavalo é vã esperança de vitória; apesar da sua grande força, é incapaz de salvar. Mas o SENHOR protege aqueles que o temem, aqueles que firmam a esperança no seu amor, para livrá-los da morte e garantir-lhes vida, mesmo em tempos de fome. Nossa esperança está no SENHOR; ele é o nosso auxílio e a nossa proteção. Nele se alegra o nosso coração, pois confiamos no seu santo nome. Esteja sobre nós o teu amor, SENHOR, como está em ti a nossa esperança”.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Deus é Fiel

Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre

É comum ouvirmos pessoas reconhecendo a fidelidade de Deus após alguma coisa ter dado certo. Alguém é curado de uma doença e logo ouvimos um ‘Deus é fiel’ emoldurando a boa notícia. Outro escapa de um perigo eminente e o testemunho geralmente é finalizado num suspiro: ‘Deus é fiel!’ Os testemunhos que reconhecem a fidelidade e presença de Deus geralmente estão num contexto de vitórias, bênçãos, sucesso e prosperidade! Assim, a fé, para muitos, está diretamente relacionada com o ‘se dar bem’. Deus é não mais do que um resolvedor de problemas. Quando as coisas não estão bem, Ele é culpado. Se as coisas vão bem e consigo reconhecer Deus no processo, então Ele é fiel. Logo, a fidelidade de Deus passa a depender das circunstâncias da vida humana. Pelo menos é assim que muitos têm construído sua vida de fé e relacionamento com Deus.

Esse Deus idealizado e circunstancial não é o Deus da tradição judaico-cristã. José é um personagem bíblico que passou por inúmeras circunstâncias difíceis: foi invejado e por isso vendido como escravo pelos irmãos; longe de casa sofreu outras injustiças que o levaram a prisão... No entanto, anos depois de ter sido separado da família ele é capaz de reconhecer a fidelidade de Deus em todo processo da sua vida. Ao estar novamente diante dos irmãos pode perdoá-los e enxergar quem verdadeiramente está no controle da história: “não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus” (Gênesis 45. 8). Outro belo exemplo nós encontramos na vida de Jó, um homem temente a Deus que perde família, riquezas e saúde e mesmo assim é capaz de palavras como estas: “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O SENHOR o deu, o SENHOR o levou; louvado seja o nome do SENHOR” (Jó 1. 21). O Novo Testamento apresenta relatos da vida de Estevão. Incriminado injustamente, ele foi apedrejado até a morte por religiosos fanáticos e irados. Durante o tempo de martírio ele orava e suas últimas palavras foram: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado” (Atos 7. 60). Uma rápida olhada na vida de Jesus nos permitirá conclusões semelhantes: Não são as circunstâncias da nossa vida que fazem Deus ser Deus.

Apesar do dia feio, Deus é fiel; apesar das minhas frustrações, Deus é fiel; apesar do desemprego, Deus é fiel; apesar dos meus sonhos frustrados, Deus é fiel; apesar das minhas orações não atendidas, Deus é fiel; apesar da fome no mundo, Deus é fiel; apesar de eu não ter sido aprovado, Deus é fiel; apesar da doença, Deus é fiel; apesar da morte, Deus é fiel. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 13. 8). Deus é fiel, é fiel, acima das circunstâncias, eu sei, eu sei que o meu Deus é fiel... Assim como o sol continua a brilhar apesar das nuvens que me impedem de vê-lo, eu sei que o Senhor é fiel!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A Ordem da Criação

A desobediência e rebeldia humana contra Deus é que degenera todas as coisas

O livro bíblico de Gênesis revela o início de todas as coisas. Deus, um ser pessoal e livre decide dar início à Criação. O texto descreve o surgimento da luz, dos astros, da terra, dos mares, dos animais de todos os tipos e espécies, das plantas e, finalmente do ser humano. Um dos fatores que chama a atenção no relato é como Deus vai fazendo cada coisa a seu tempo. Deus vai criando e avaliando aquilo que Ele produz. No primeiro capítulo do livro de Gênesis aparece seis vezes a palavra bom: “E Deus viu que ficou bom”. Ao final de cada etapa da criação Deus observa, contempla, aprecia as coisas criadas. E, ao final do sexto dia, após ter criado o ser humano Deus mais uma vez observa e conclui: “tudo havia ficado muito bom”. Quem de nós também não fica orgulhoso após concluir um trabalho bem feito!?

Além de todas as coisas visíveis e palpáveis que Deus criou, Ele estabeleceu também ordens para que tudo pudesse continuar muito bom. Existem leis como, por exemplo, a gravidade que nos ajudam a viver com segurança, bem fixos ao chão. Ninguém ousa desafiar essas ordens ou princípios de maneira irresponsável. Seria estupidez fazê-lo. Existem, assim, vários princípios e ordens que servem para o bem da humanidade. E, sempre que essas leis são ignoradas ou quebradas irresponsavelmente, as conseqüências não tardam. A desobediência e rebeldia humana contra Deus é que degenera todas as coisas. Assim, não conseguimos olhar para a criação de Deus hoje e constatar que está tudo muito bom. O impulso humano de querer ser Deus acaba transformando-o num tirano. A nossa incapacidade de administrar bem os recursos que o Senhor nos confiou acabam gerando problemas para nós mesmos.

Exemplificando o que estamos dizendo vemos que após a Criação Deus descansou. Estaria mesmo o Deus Todo-Poderoso cansado? Deus descansou no sétimo dia, não por estar cansado, mas porque não sobrara mais nada sem forma ou vazio. Sua obra criadora já estava concluída — sendo de todo eficaz, absolutamente perfeita, muito boa. Não tinha de ser repetida, consertada ou revista, e o Criador descansou para comemorá-la. Deus estava muito contente com todas as coisas. O sétimo dia significou: Basta, está tudo muito bom, agora é hora de parar um pouco e curtir toda essa maravilha. No Evangelho de Marcos encontramos Jesus dizendo que “o dia de descanso foi feito por causa do homem”. Ou seja, somos nós que precisamos descansar. Nós também recebemos o direito de ter um dia para curtir, descansar, contemplar o fruto do nosso trabalho, estar com a família e os amigos, ter um tempo maior de devoção a Deus. E, ao não considerarmos esse princípio, nós sofremos com o aumento de estresse, agitação, correria, ataques cardíacos, depressão e infelicidade. O ‘tudo muito bom’ que era para ser agradável passa a se algo ruim a ser suportado.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Homem Não Se Redime

A religião é invenção humana

Negar a morte redentora de Cristo é sintoma do pecado. Mostra o quanto temos dificuldades para admitir a corrupção do nosso próprio coração. Se o pecado não existe, então, o sacrifício de Jesus também não pode ter nada de remidor, foi em vão... Por outro lado, vemos a necessidade de tribunais, prisões, polícia, governos, tantas instituições que provam a incapacidade humana de viver pacificamente. O ser humano não nasce bom e depois vai se corrompendo. Todos nós já nascemos corruptos. E, isso não se resolve por nós mesmos. É preciso a intervenção daquele que no início criou tudo muito bom. Se aconteceu alguma coisa no passado que desviou o projeto inicial, então é preciso que alguma coisa interfira novamente para restabelecer a ordem. E, foi o que aconteceu, “porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele” (Evangelho de João 3. 16, 17).

O mais triste é que nem mesmo as igrejas e o povo que se declara cristão em nosso país parecem acreditar nisso. Vivem como se tudo estivesse perdido, alienam-se em seus mega templos com suas músicas razas e discursos vazios. Posicionam-se sempre na defensiva como se o ‘mundo’ fosse apenas um grande território das trevas pronto a despedaçar o povo de Deus. Travam batalhas espirituais quixotescas e declaram profecias que nunca se cumprem. Conhecem um deus mesquinho e limitado que se interessa somente em ser agradado e temido. Transformaram a fé numa relação de troca ignorando o sacrifício definitivo de Cristo. Poucos da multidão neoevangélica sabem o que significa redenção, vocação e espiritualidade. Vivem como se Deus se preocupasse apenas com as almas e ignorasse as aflições cotidianas vividas pelo corpo.

A religião é invenção humana. Na busca por recuperar aquilo que se perdeu, o ser humano busca explicar para si o que acontece a sua volta. Desintegrados, separados, alienados, seguimos vagando em busca daquilo que possa dar sentido às nossas vidas. Nesse processo, não faltam aqueles que aproveitam para obter vantagens. Se existe a procura, apressam-se em produzir ofertas. Descrentes da realidade ou intervenção divina e real, vão depositar suas esperanças no materialismo puro. Utilizam-se da necessidade religiosa de uma massa ignorante para encontrarem sentido na sua própria religião ignorada. Pedem provas da existência de Deus, mas são incapazes de provar a sua inexistência. Debochando da ingenuidade e boa fé do povo, desprezam a sua própria necessidade de sentido que os leva a elaborar a sua própria religião.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ele Morreu Por Mim

ninguém é refém das circunstâncias da vida

Vivemos um tempo em que poucas pessoas admitem o pecado. Encontraremos aqueles que argumentam tratar-se de uma coisa criada pela igreja. Como se o sentimento de culpa fosse uma instituição possível de ser criada por algum ser humano. Seria o egocentrismo também algo que resultou da criatividade humana? Até mesmo criancinhas angelicais já demonstram egoísmo e violência quando contrariadas. A dificuldade em compartilhar as coisas, a natureza voltada para si, o desejo de levar vantagem... Não são características que vemos apenas em alguns adultos desequilibrados. Ninguém é apenas fruto do meio social onde cresceu. Sim, todos nós sofremos influências que marcam nosso caráter e personalidade. No entanto, ninguém é refém das circunstâncias da vida. Muito embora, a maioria das pessoas precise de ajuda e orientação para se libertarem.

A Bíblia Sagrada trata o ser humano de maneira bem realista. As diversas histórias e aspectos biográficos dos personagens não são mascarados. A Bíblia é diferente dos nossos livros de história romanceados. Os heróis não são perfeitos. Os maiores personagens têm suas mazelas e deslizes expostos. Diante de Deus a questão não é o quanto podemos nos mostrar perfeitos. E, sim, o quanto estamos dispostos a admitir nossas limitações e necessidade que temos da redenção. Apesar de conseguirmos corromper toda a bela Criação, Deus nunca desistiu de nós. Seu amor jamais permitiria que ficássemos entregues a nossa própria sorte. Por isso, podemos ter sempre a certeza de que jamais estaremos sozinhos em nosso planeta azul.

Muita gente no mundo conhece ou já ouviu falar de Jesus Cristo. Desses, muitos ainda acham que ‘Cristo’ é apenas o sobrenome de Jesus. Outros vêem apenas um mito, um personagem, um Jesus que não existiu de verdade. Encontraremos também aqueles que admiram o Cristo por suas idéias e belos exemplos. Tantos ainda equiparam Jesus a um Che Guevara, Gandhi, Maomé ou Kardec. Pessoas que idolatram um Jesus idealizado, fabricado segundo suas próprias expectativas e necessidades existenciais. Poucos, pouquíssimas pessoas tem se aprofundado na questão maior: a morte de Jesus Cristo na Cruz do calvário. O que isso significou? O que continua significando para a humanidade em pleno século XXI? Jesus demonstrou o tempo todo saber das coisas que o aguardavam. Diante das autoridades da época, deixou claro que estava seguro e consciente quanto ao que ocorria e ainda estava para ocorrer. Podemos ainda admirar os grandes feitos e ensinamentos de Jesus e, ao mesmo tempo, ignorar os aspectos mais relevantes da sua passagem sobre a Terra? Você compreende o grande mistério da morte daquele homem que afirmava com toda convicção ser o filho de Deus?

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