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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Doze Vagas Para Apóstolo

Quem é que nunca participou de algum tipo de exame de seleção? No mercado de trabalho vemos repetidamente questões sobre currículo e entrevistas de emprego. Afinal, se todos querem trabalhar nas melhores empresas, as empresas, por sua vez, querem ter os melhores profissionais. Uma vez empregados vem a concorrência pelas promoções, o melhor do mês, o melhor do ano... Concorremos para entrar para a universidade, depois pelas melhores notas, e, para conseguirmos estágio, bolsas de estudo... Aprendemos muito cedo a competir. Descobrimos que precisamos ser melhores do que alguém em alguma coisa. É como se estivéssemos o tempo todo numa corrida. Existem aqueles que levam isso ao extremo. Tudo passa a ser competição. Aprendemos a classificar as pessoas pela aparência, classe social, cor, competências, etc... E, neste mesmo mundo, ouvimos sobre direitos iguais, respeito às diferenças, amor ao próximo, tolerância, solidariedade, sinergia...
O maior líder que já pisou nesta terra foi, sem dúvida, Jesus Cristo. Não demorou para que Jesus começasse a ter os seus seguidores. Multidões eram atraídas pelo ensino, milagres e amor demonstrados por aquele Galileu andarilho. Dentre aqueles que começavam a segui-lo mais de perto, como discípulos, alguns receberam um convite direto, outros foram se juntando espontaneamente. No Evangelho de Lucas, o capítulo 10, vemos Jesus enviando 72 deles para anunciarem o reino de Deus. Antes, em Lucas 8, encontramos Jesus percorrendo "cidades e povoados proclamando as boas novas do Reino de Deus". Estavam com ele também mulheres como Maria Madalena, Joana e Susana. Um grande líder como Jesus certamente despertaria o interesse daqueles que visam alavancar seus negócios, divulgar sua marca, treinar colaboradores, desenvolver uma organização forte e estável. Basta olhar o número de livros, seminários, conferências, workshops e cursos sobre o assunto.
Chegou o momento que Jesus precisava confiar a sua missão a um grupo menor de pessoas. No Evangelho de Marcos vemos Jesus chamando 12 homens pelo nome. Quem são eles? Que tipo de critério Jesus utilizou para escolhê-los? Que tipo de currículo eles tinham a apresentar? Quais eram suas experiências? Qual a sua formação? Jesus não pede o currículo de ninguém. Jesus não busca referencias ou a indicação de ninguém. Jesus não marca uma entrevista e sequer exige exame psicológico. Não encontramos Jesus estabelecendo nenhum critério que dissesse 'Você pode, você não pode'. Dentre os diversos seguidores, em alguns casos, parece ficar claro que Jesus jamais havia visto a pessoa antes: "Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e seu irmão André lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens" (Marcos 1. 16, 17). Foi semelhante com Tiago, João, Mateus... Logo, a religião que estabelece critérios de seleção não pode ser a religião de Jesus.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Limites

Nenhuma pessoa de bom senso será favorável à violência, seja ela contra quem for. Quando o assunto é educação, esclarecimento, ensino ou mesmo disciplina, vamos concordar também que o diálogo é sempre a melhor alternativa. A violência doméstica é uma realidade no Brasil e não pode ser tolerada. Uma proposta que altera o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e prevê punição a pais, professores e profissionais que exagerarem na repressão às crianças foi encaminhada pelo presidente Lula ao Congresso no dia 14 de julho. Por envolver a vida familiar e a maneira como os pais educam seus filhos o projeto se torna polêmico.
Criar leis de repressão é especialização do Estado Brasileiro. Pede-se por mais presídios, mais policiais nas ruas, maior rigor da lei, diminuição da maioridade penal... No entanto, pouco se fala em projetos de educação, conscientização e formação que se caracterizam pela prevenção. Agimos sempre reativamente. Existem sim crianças e adolescentes que são desordeiros, dependentes de drogas, indisciplinados e violentas. O que fazer com elas? Não estou sugerindo que surrá-las vai resolver o problema. Dizer apenas que "a iniciativa brasileira de proibir a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes segue uma tendência mundial" e que países como Suécia, Áustria, Dinamarca, Noruega e Alemanha já possuem leis contra o uso de castigos corporais em crianças e adolescentes parece bonito. No entanto, se for para copiar as "belas iniciativas" daqueles países então deveríamos começar com muitas outras coisas que ainda nos faltam.
Dificilmente uma lei somente irá resolver o problema da violência. Se fosse assim, o próprio presidente não teria tantas multas para pagar e respeitaria a lei eleitoral que proíbe a propaganda antecipada. Lula já acumula várias punições na Justiça Eleitoral e parece não estar nem aí para a lei. Como dizem, no Brasil tem lei que 'pega' e lei que 'não pega'. Ou, tem lei que vale para alguns e não vale para outros. De acordo com Lula, "se chicotada resolvesse, o país não teria tanta corrupção". Há quem acredite que o contrário seja verdade (Faltou chicote!). Pelo menos no meu caso, entendo que as palmadas que recebi, e pelas quais sou grato, me ajudaram. Cada vez mais agimos com as nossas crianças como se fossem elas animais que devem ser criadas e preservadas, não educadas. Parece que nossos políticos estão olhando para nossas crianças como se fossem elas mesmas crianças levadas tentando perpetuar sua impunidade! Fica a questão: Será que se as leis já existentes fossem aplicadas não seria o suficiente?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Religioso Demais para Amar

Ele é alguém que sequer é identificado com a religião predominante. Não participa do culto todos os domingos. Ele nem é dizimista. Ele também não é amigo do pastor e nem se importa se ele usa trajes litúrgicos ou roupa informal. É uma pessoa que nunca participou de um presbitério. Ele também não ajudou a construir templos e nem tem o seu nome num livro de atas. Trata-se de alguém que está longe das discussões e picuinhas que costumam ocupar horas em reuniões demoradas na vida dos crentes. Ele nem era batizado! O samaritano não tem uma agenda superlotada de compromissos religiosos. Ele não tem a religiosidade como desculpa para fugir da realidade a sua volta. Ele não pára diante do moribundo à beira do caminho para orar por ele. Também não propõe campanhas e vigílias para que o poder das trevas caia e os anjos libertem o assaltado das forças do mal. O samaritano não se preocupa em pensar se a sua religião permite ou não colocar a mão em alguém ferido a beira da estrada. Ele nem pára pra pensar se aquele era um bom dia para ajudar alguém. Aquele peregrino de Samaria não se importa em sujar seu meio de transporte com sangue e suor. Seu animal leva outro enquanto ele mesmo acompanha a pé. O samaritano é alguém disposto a gastar seu kit de primeiros socorros com outra pessoa. Ele usa do seu dinheiro para pagar o tratamento de um desconhecido.
Na parábola do Bom Samaritano Jesus denuncia a hipocrisia dos religiosos e destaca o amor ao próximo demonstrado na prática por alguém discriminado pela religião predominante. Na figura do sacerdote e do levita estão representados os religiosos que pensam estar agradando a Deus com seus rituais, participação nos cultos, ofertas generosas, amizade com o clero, conhecimento das leis e vestes sagradas.
O bom Samaritano é simplesmente bom. Por isso, ele pára. Por não ser religioso ele tem tempo para amar. Por não se achar bom demais e auto-suficiente ele pode se doar pelo outro. Ele não fez para receber elogios ou reconhecimento de alguém. Ele não estava preocupado em agradar a Deus. Sequer estava preocupado com uma vida melhor no além. O samaritano está entre aqueles que serão surpreendidos quando todas as nações estiverem reunidas diante de Cristo: “Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’” (Mateus 25. 37-40). Ao final da parábola do Bom Samaritano Jesus deixa uma mensagem muito simples aos religiosos: “Vá e faça o mesmo”.


Leia também:
O Ferido que Cura
Vá e Faça
Você Não Precisa Agradar a Deus

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Que é Cosmovisão?

Um dos temas com o qual tenho me ocupado em minhas leituras ultimamente é Cosmovisão. O que é Cosmovisão? No livro O Universo ao Lado, James Sire trás a seguinte definição: "Uma cosmovisão é um comprometimento, uma orientação fundamental do coração, que pode ser expressa como uma história ou um conjunto de pressuposições (hipóteses que podem ser total ou parcialmente verdadeiras ou totalmente falsas), que detemos (consciente ou subinconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a constituição básica da realidade e que fornece o alicerce sobre o qual vivemos, movemos e possuímos nosso ser" (p. 16).

No livro, que eu recomendo, o autor discorre sobre as principais visões de mundo: o teísmo cristão, o deísmo, o naturalismo, o niilismo, o existencialismo e outros. Cada visão de mundo implica numa maneira própria de encarar a realidade, interpretar a vida e apresentar a solução aos desafios colocados. A grande questão é: Todas as cosmovisões, mesmo sendo diferentes, oferecem respostas válidas às grandes questões da vida?

Uma dessas grandes questões, por exemplo, é sobre o ser humano. O que é o ser humano? Seria uma máquina altamente complexa? Ou, um deus adormecido? Seria uma pessoa feita à imagem e semelhança de Deus ou apenas um símio nu?


Discorrendo sobre o teísmo cristão, Sire diz que "a personalidade é a principal característica no tocante aos seres humanos, assim como, acho justo dizer, é a característica principal sobre Deus, que é infinito tanto na sua personalidade como em seu ser. Nossa personalidade está fundamentada na personalidade de Deus. Isto é, encontramos nossa verdadeira morada em Deus e por meio de um íntimo relacionamento com ele. "No coração de todo homem há um vazio com o formato de Deus", escreveu Pascal. - "Nossos corações não descansam até encontrarem repouso em Ti", escreveu Agostinho.
Como Deus satisfaz nosso desejo supremo? Ele o faz de diversas maneiras: sendo o encaixe perfeito para a nossa própria natureza ao satisfazer nossos anseios por um relacionamento interpessoal, ao ser, em sua onisciência, o fim de nossa busca por conhecimento, ao ser, em seu infinito ser, o refúgio para todos os nossos medos, ao ser, em sua santidade, o alicerce justo de nossa busca por justiça, ao ser, em seu infinito amor, a causa da esperança da nossa salvação, ao ser, em sua infinita criatividade, tanto a fonte de nossa criativa imaginação quanto a suprema beleza que buscamos refletir quando criamos algo" (p. 35 e 36).

terça-feira, 6 de julho de 2010

Máscaras da Ignorância

Quando o assunto é fé muitas pessoas concordam que melhor mesmo é não discutir. Talvez isso ocorra devido a intolerância crescente somado à ignorância sobre um assunto. Se eu não conheço, não poderei argumentar a favor daquilo que creio. A arte de refletir envolve uma certa lógica no raciocínio. Quando falamos deixamos transparecer aquilo em que acreditamos. E, isso pode revelar muito de nossas incoerências. Estas, uma vez confrontadas, podem não se sustentar. Assim, com medo de perdermos a nossa fé, preferimos o silêncio, o recolhimento, os chavões. Privatizamos a fé. Além da religião, futebol e política também não se discutem!
No Brasil ainda desfrutamos de relativa liberdade religiosa. Algo importante e que precisa ser cultivado. Nenhum tipo de intolerância contra seres humanos é justificável. Quando argumentamos e nos expomos com nossas idéias, é exatamente isso o que fazemos: debatemos idéias. Nossas inseguranças e imaturidade facilmente nos fazem levar as coisas para o lado pessoal. Não demora até que um debate que começou com uma divergência de idéias e formas de pensar se perca em ofensas pessoais. Na falta de argumentos adotamos a estratégia de desqualificar o outro. Procuramos na sua fé, na sua história, na sua aparência, na sua formação, enfim, na pessoa algo que a desqualifique. Quem nunca ouviu frases do tipo: 'tinha que ser português mesmo!'; 'você é crente, né!?'; 'homem é tudo igual!'; 'olha só quem está falando!'; 'mas como você é burro!' São frases típicas que visam colocar um ponto final. Identifiquei algo no outro que não o faz digno de consideração. Um absurdo!
Talvez essa fuga das discussões e dos debates tenha os seus dois lados. Revela a falta de profundidade e coerência das idéias e, também, contribui pra que não haja mais confronto, aprofundamento, discernimento e crescimento mútuo. Afinal, nosso tempo é marcado também pela competição. Logo, tendo a ver quem pensa diferente como um oponente, um adversário a ser vencido e nunca alguém com quem eu posso aprender. Talvez isso ajude a explicar o sucesso dos blogs, twitter, facebook e tantos sites de relacionamento. São monólogos, canais de escape, maneiras de dizer algo sem olhar nos olhos de ninguém. Posso dizer tudo sem ser interrompido. Se alguém discordar não vai se manifestar. Se houver manifestação eu posso moderar. Se não der para moderar eu posso reagir com indiferença. A tela não sua, não ruboriza, não gagueja, não ouve, não vê, não chora, não ri... E quem discordar é por que é bobo!

Leia também:
Política se discute?
E Eu Com Isso!?
Como Deveria Ser?

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