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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O Cristão Retém o Que é Bom

Somente Deus é Totalmente Bom
Um cristão jamais deveria se deixar enquadrar ou rotular como alguém que aderiu cegamente a uma determinada ideologia, filosofia ou sistema. Ele deveria buscar sempre uma certa lucidez, sabedoria e capacidade de discernimento frente às coisas. A Bíblia não pertence a nenhum sistema ou tradição humana. Como revelação de Deus, ela deve ser encarada como referência para a vida. O cristão deveria buscar em Deus a sabedoria para, na liberdade do Espírito, investigar todas as coisas e reter o que é bom. Logo, não há argumento para posicionamentos partidários. O cristão sabe que o conflito entre bem e mal é algo que não acontece somente entre estruturas impessoais ou sistemas e idéias isolados. Também não se trata de uma disputa entre carne e sangue se digladiando. O conflito começa no coração do próprio ser humano. Assim, o cristão sabe e pode admitir que ele mesmo é agente na criação de sistemas e ideologias que geram injustiça, opressão e morte.
O cristão, portanto, ao ter contato com diferentes culturas e a produção científica, já deveria estar ciente da tendência maniqueísta que divide o mundo entre bem e mal. Sem esse discernimento, a tendência é adotar a postura ingênua de assumir o lado daqueles considerados do bem. Não percebendo, assim, que ao fazê-lo, a sua simples presença entre "os bons", já seria suficiente para que o "lado bom" não seja mais tão bom. Não se pode chegar a essa conclusão sem admitir que o pecado é algo inerente ao ser humano. Sabendo disso, o cristão é alguém livre para investigar todas as coisas, aprofundar-se na ciência, desenvolver pesquisas, questionar a realidade na busca por respostas às suas dúvidas e às angústias da humanidade. Pois ele vai fazê-lo na certeza de que encontrará sinais de trevas e morte bem como de luz e vida em praticamente todas as ideologias e sistemas. A cultura é consequência da produção e reprodução humanas.
O Ser Humano é um ser caído e sujeito ao egocentrismo. Logo, o produto do seu empreendimento sempre estará marcado por essa mesma tendência. As marcas da queda são injustiça, opressão, morte. Por outro lado, o cristão não ignora a imagem e semelhança de Deus com o qual o ser humano foi criado. Consequentemente, toda a produção humana, potencialmente, carrega também a marca, ou, a imagem do divino: justiça, solidariedade, vida abundante. Ora, se a produção cultural é fruto do empreendimento humano, pode-se concluir que a arte, a ciência e toda produção cultural reflete o que o ser humano é: alguém criado à imagem e semelhança de Deus, porém, caído, rebelde, egocêntrico. Capaz, portanto, às coisas mais belas e também às mais horrendas. O ser e o fazer no mundo, deveria manifestar em maior ou menor grau os sinais do reino de Deus, dependendo do quanto se reconhece ou ignora o Criador.

Examinar Todas As Coisas
Sabendo que somente Deus é totalmente bom, o cristão pode resguardar-se de abraçar irrefletidamente sistemas e ideologias fechados, rechaçando completamente outras por considerá-los diferentes ou contrários. Exemplificando, o cristão é livre para ler e estudar autores que defendem e inspiram o comunismo e o socialismo e, ao mesmo tempo, conhecer o pensamento e as idéias dos autores liberais e defensores do capitalismo. Um sistema não é divino ou diabólico em si mesmo. Assim como nenhum deles é completo em tudo o que representa e propõe. Estamos sempre diante de um conjunto de idéias, elaborações, abstrações e até mesmo ações de seres humanos caídos, mas que, não deixaram de ser criaturas feitas à imagem e semelhança do seu criador. Outro exemplo pode ser encontrado nas artes. Será que existe uma produção artística ou mesmo um estilo mais sagrado do que outro? O simples fato de se rotular um estilo como religioso e outro como secular é suficiente para definir que um é bom e o que o outro é ruim? Estamos novamente diante do perigo de nos deixarmos guiar meramente pelos rótulos. Descarta-se imediatamente aquilo que é considerado mal e consome-se acriticamente aquilo que de antemão já se definiu como bom.
O cristão que reflete nessas coisas, dificilmente se deixará levar por partidarismos. Ele será, na verdade, alguém muitas vezes incompreendido, parecendo aos olhos do observador, estar pendendo ora para a direita, ora para a esquerda. É, portando, alguém passível de critica vinda de ambos os lados. O que os críticos ignoram é que esse cristão está refletindo a sua capacidade de analisar todas as coisas para reter o que é bom. Ele estuda, toma conhecimento e apreende aquilo que é bom, independentemente de vir da direita ou da esquerda. Mas, também é crítico e condena o que existe de ruim nas diferentes propostas. Diferentes estruturas ou esquemas de pensamento vão gerar diferentes práticas e inserções na realidade. Assim, tudo pode e deve ser examinado, apenas o que for bom, retido.
Por tudo isso, o cristão deveria ser aquele que é reconhecido pela mente aberta, alguém que manifesta um espírito livre, aprendiz, empolgado com as novas descobertas. É alguém que está disposto e consegue dialogar respeitosamente e, sem medo, sobre todas as coisas. Menos chato, portanto, para os críticos e aqueles que ainda não confessam a fé cristã. É alguém empenhado pelas melhores alternativas práticas e engajado em projetos de justiça no mundo.











Quem Influencia Quem?
De todas as coisas, somente Deus é plenamente bom. O cristão é livre para examinar e discernir todas as coisas e reter o que for bom. Resta ainda um alerta. O ser humano tanto influencia como pode ser influenciado. Como então manter o discernimento diante de tantos argumentos tão convincentes? Como manter a lucidez ao ser confrontado com a sedução estética? Como não ser arrebatado pela retórica envolvente dos líderes carismáticos? Onde ou em que apoiar-se para fugir da massificação? Em quem buscar socorro contra os padrões e valores que moldam tão imperceptivelmente? Qual é a referência na busca por discernimento?
Diante dessa realidade, uma postura comum dos cristãos tem sido a crítica inconsistente ou o retraimento covarde. A consequencia natural dessa postura é a irrelevância e a alienação. O cristão parece ignorar que é exatamente ele que está em maior vantagem. Pois, diferente daqueles que ainda não se renderam a Cristo, ele possui uma referencia. O cristão não cogita das coisas próprias, seu mundo não gira mais em torno do seu próprio umbigo. Ele não precisa desesperar-se por ter somente a si mesmo como critério de avaliação para as coisas. Também não precisa iludir-se afirmando suas próprias verdades. Além de uma comunidade de fé, ele possui os recursos da oração, da leitura e meditação nas Sagradas Escrituras para adquirir discernimento e sabedoria necessários diante dos desafios da vida. Na comunidade de fé ele sabe que não está só. A oração, estudo e meditação na Palavra lhe conferem relacionamento e intimidade com o pai de toda a ciência. Do encontro pessoal com Deus o cristão retorna à comunidade de fé numa dinâmica de aprendizado, aconselhamento mútuo e encorajamento. Poderá ser confrontado naquilo que está aprendendo. Logo, a sua postura e discernimento não se baseiam mais no próprio entendimento, mas numa relação transcendente com Deus e imanente com a comunidade de fé. É na vida orgânica da igreja que o partidarismo desaparece, restando somente a causa do reino de Deus. O bom a ser retido, perdurará pela eternidade. Aquilo que deve ser abandonado, queimará na depuração final.
Preguiça intelectual, alienação e fanatismo não combinam com a mente cristã. Como acumular tesouros no céu, se nem mesmo soubermos discerni-lo?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Conversando é Que a Gente Se Entende

Quando o assunto é de interesse não há quem não goste de uma boa conversa. O diálogo é a maneira mais direta e eficaz de conhecer e se dar a conhecer. Um rosto estranho logo se revela diferente depois que os olhos deixam de ter prioridade na análise. Quando o outro fala, vai se mostrando alguém que de fato ainda não conhecíamos tanto assim. E, por mais que achávamos conhecer, nos aventuramos a novas descobertas a cada novo bate papo. Conversar é terapêutico. Pode, inclusive, prevenir violência, vícios, depressão, preconceito, inveja e muito mais. Quantas coisas podem ser esclarecidas numa boa conversa! Quem não experimentou alívio após dialogar com alguém e perceber que a raiva, o ressentimento e a culpa que geravam opressão, não passavam de um mal entendido?
Vivemos tempos em que o diálogo é dificultado. Investe-se muito em todo tipo de entretenimento que exige atenção individualizada. É uma contradição: equipamentos pessoais que facilitam a comunicação, mas que nos isolam cada vez mais dos outros seres humanos. Por causa das mensagens instantâneas, não se visita e nem se abraça mais ao vivo para desejar feliz aniversário. O resultado parece ser que quando as pessoas ainda falam, elas não sabem bem o que dizer. Muitos se comunicam bem por intermédio de aparelhos eletrônicos, possuem vários amigos virtuais, mas, não tem um amigo de verdade com quem falar olho no olho. Nesse processo, o abraço se transformou somente numa palavra, um código: então tchau, um abraço!
É claro que as novas tecnologias ajudam facilitando bastante a vida. No entanto, por mais que se desenvolvam novas tecnologias de comunicação, nada consegue substituir o recurso mais primitivo de interação. Pelo menos não sem perdas, sem o risco da superficialidade. A voz e os olhos cada vez mais são substituídos pelos dedos e pela tela de um monitor. O tipo de sociedade que isso vai gerar ainda é desconhecido. Quem sabe aconteça uma reação, um basta, chegaremos a um limite! Ou, o processo de adaptação será tão sutil que tudo seguirá o curso da 'normalidade'. A superficialidade, o anonimato e o individualismo cada vez mais serão encarados como necessários na era virtual de consumo. E, quando falarmos, será para trocar formalidades ou criticar alguém. Não é estranho então, que cada vez mais, as opiniões sejam levadas 'para o lado pessoal'. E, já que é assim, melhor é não falar nada! Mas, melhor pra quem??? Bom, isso só importa se ainda existir alguém!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bíblia: Só Mais Um Manual de Auto-Ajuda?

A auto-ajuda geralmente defende que o ser humano deve seguir seus instintos. Buscar dentro de si as soluções para a vida e planejar, ou, programar o futuro através das respostas encontradas no seu coração. As pessoas são orientadas na direção do “ter”, e não mais do “ser” ou “viver”. Consumimos livros buscando respostas fáceis, tentando resolver sozinhos os problemas. Focando somente o desenvolvimento pessoal, deixamos de unir-nos a outros seres humanos ou movimentos sociais para resolver os problemas em conjunto e solidariedade. Ignoramos que os problemas não são apenas pessoais e isolados. A humanidade é interdependente.
Os tempos atuais são caracterizados também por uma cultura terapêutica. O narcisismo, a consciência internalizada e a busca pela identidade levam as pessoas a perseguir o bem-estar pessoal. Nunca as pessoas procuraram tanto psicólogos, terapeutas e as chamadas terapias alternativas. Até mesmo as igrejas são influenciadas por essa tendência. As mensagens enfocam mais a cura dos males, a prosperidade e as emoções enquanto que tópicos importantes são relativizados. As mensagens e sermões servem meramente de entretenimento, com o objetivo de fazer as pessoas sentirem-se bem. O importante é 'casa cheia'. Conhecer as Escrituras em profundidade e ser relevante na sociedade pouco importam.
E a Bíblia? É também só um livro que mostra às pessoas como viver melhor? Martinho Lutero disse que sua consciência era cativa da Palavra de Deus. A Bíblia estava acima dos seus sentimentos e razões próprias. Existe uma diferença entre o princípio bíblico e a tese da auto-ajuda: “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jeremias 17. 9). Se a maioria dos livros enfatiza o ser humano como todo poderoso e capaz de sozinho ajudar a si mesmo, a Bíblia é realista. Focando sinceramente a nós mesmos, a conclusão a que chegaremos não será muito diferente da descoberta do Apóstolo Paulo: “Miserável homem que eu sou!” (Romanos 7. 24). Leia esse texto adiante e verá que o Apóstolo encontrou reposta para seu dilema.
Sim, as pessoas podem e devem buscar na Bíblia palavras de ânimo, conforto, sabedoria, consolo e encorajamento. Pois, certamente encontrarão. Mas, isso acontece porque as Escrituras nos leva para além de nós mesmos. Revela-nos um Deus de amor, graça e misericórdia. Um Deus que nunca nos deixará sozinhos pelos vales da sombra da morte. Desafio você a ler e refletir ainda em João 8. 12 e 2 Timóteo 3. 16, 17.

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