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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eleições e Cidadania

Domingo de eleições no Brasil. Com todo o lixo que tivemos que aturar pelos canteiros e rótulas da cidade, hoje é dia de despejar o restante pelas ruas. Já é uma tradição. Como o meu critério de votação este ano inclui eliminar da lista os candidatos sujões, estou num dilema. Afinal, sem os cavaletes, cartazes e os terríveis carros de som (poluição sonora e visual) é complicado saber quem é candidato. Claro, temos a propaganda eleitoral na TV. Se não dá para conhecer as propostas reais, pelo menos sabemos quem está colocando seu nome a disposição. Assistimos coisas inacreditáveis, até cômicas e constrangedoras. Apesar da imensidão de informações, uma fonte interessante também é a internet. Foi difícil, mas deu para definir seis nomes necessários para não votar simplesmente em branco.
Infelizmente, muitos ainda votam no candidato que está na frente nas pesquisas. Dizem que não vão votar em quem vai perder. Mal percebem quem é que realmente pode perder com isso. Outras tratam a questão como torcedor de time de futebol. Estão definidos desde o início e não há o que os faça mudar de idéia. Trata-se de uma paixão. Estes vão acompanhar as apurações - que ficaram mais sem graça depois das urnas eletrônicas - como se fosse uma decisão de campeonato. Já que não haverá futebol na TV...! Existem ainda aqueles que venderam o voto, aqueles que votaram 'em qualquer um' e até os que deram o famoso 'voto consciente', seja lá o que isso signifique! Fato é que no Brasil o voto é obrigatório, então...
Na Bíblia não encontramos governos democráticos e nem processos eleitorais. Nem o substituto de Judas Iscariotes no ministério apostólico foi eleito pelo voto (At 1. 26). Sabemos algumas coisas sobre a maneira como Jesus lidava e pensava sobre os governantes: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Lucas 20. 25). E, "bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles" (Mateus 20. 25). Relevante também, principalmente para nós brasileiros que facilmente nos deixamos levar pela ilusão de um messias político, são as palavras em resposta ao interrogatório dos fariseus: "O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós" (Lucas 17. 20, 21). Somos, portanto, desafiados a exercermos a nossa cidadania aqui onde vivemos. Mas, sem nos iludirmos com candidatos a 'salvadores da pátria'. Tampouco a sujeira e corrupção devem ser maiores que a esperança de dias melhores. Que Deus abençoe os brasileiros!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Falta Coragem

Muitas pessoas compreendem como cristãos aqueles que seguem algum padrão moral rigoroso. De fato, muitos evangélicos parecem ter o que dizer apenas quando o assunto envolve sexualidade, bebida alcoolica ou drogas (são contra, claro!). Poucos se arriscam a pensar por conta própria. Facilmente caímos na tentação de apenas repetir os chavões de algum líder mais eloquente. Nos tornamos, assim, um povo legalista e sem proposta. Se tirarmos essa 'meia dúzia' de assuntos polêmicos acabaremos sem nenhum cavalo de batalha para legitimar a nossa existência. Política só entrou no debate cristão esse ano por causa da ameaça envolvendo 'a moral e os bons costumes' (quase tudo relacionado à sexualidade). Quando, na verdade, não precisamos fazer dessas coisas uma discussão religiosa. Promiscuidade, encher a cara, fumar, usar outros tipos de drogas é mais burrice do que uma questão de fé. Não precisa ser cristão para perceber o que prejudica a si mesmo, o que faz mal à saúde, o que é expressão de carência afetiva, basta um mínimo de inteligência (Gálatas 6. 7).
Quem acredita que ser cristão é estar numa eterna luta entre os 'do contra' e os 'a favor' ainda não compreendeu nada. E, quem acha que o Evangelho (boa nova) é sair da casa do pai (Lucas 15. 11...) para se esbaldar à revelia, entendeu menos ainda. Um dos grandes problemas dos cristãos é que ainda não compreendemos bem a centralidade do Evangelho. Ignoramos o que significou a vinda, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Assim, vivemos com uma idéia vaga do que acreditamos ser o reino de Deus. Muitos se cansam de esperar e 'chutam o balde'. Quando na verdade, o que menos deveriam fazer é esperar. O problema é que o que nos falta nem é fé, compromisso, devoção, etc... Falta coragem. Falta ousadia para assumirmos de fato o Evangelho. Assim, seguimos em nossas leituras seletivas da Bíblia. Colhemos aquilo que nos convém. Nos omitimos de um estudo sistemático mais sério e profundo. Na verdade, queremos o light, o consumismo burguês, as benesses da mesa do rei (Daniel 1. 5-8), chafurdar na lavagem dos porcos... Esquecemos aquela ilustração básica da folha seca (que o vento leva para onde quer) ou do peixe morto (que se deixa levar pela correnteza). Sem coragem para assumir o Evangelho ou deixar de vez a religião vinculada, criamos a nossa própria versão self service.
É claro! Sim, o pai deixou partir o filho mais moço (Lucas 15. 12). Nenhuma religião deveria conduzir seus fiéis pelo cabresto (mesmo que muitos fiéis assim o queiram!). O objetivo dos dons e do serviço cristão é, entre outras coisas, "que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro" (Efésios 4. 13, 14).

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Dois Perigos na Religião
Vá e Faça
Eu Também Sou Corrupto

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Meu Herói!

Você já ouviu a expressão ‘bater em bêbado’? Também deve ter ouvido falar de Davi e Golias. Que luta é essa? Um baixinho contra um gigante!? Um leigo contra um especialista em guerra, um pastor de ovelhas contra um guerreiro. Uma desproporcionalidade de forças. Imaginem Golias, um guerreiro, todo armado, bem treinado, experiente em combates, corpo atlético, musculoso... Contra Davi, um ingênuo pastor de ovelhas. Um rapaz baixo, rejeitado pelos irmãos, o caçula da família. Enquanto o gigante desafia com o que existe de mais moderno em tecnologia de guerra Davi vai com algumas pedrinhas e uma espécie de estilingue.
É como uma guerra aonde uma superpotência vai contra um país miserável do 3º mundo. É o Fluminense, líder do brasileirão, enfrentando um time de várzea de nosso bairro. Davi, o colono criador de ovelhas, está diante do maior desafio da sua vida. Como ele enfrentou essa batalha? E, quanto a nós? Como nós olhamos para os grandes desafios da nossa vida? Como nós entramos nessas batalhas? Confiamos em Deus ou em nossas próprias forças e habilidades? Davi confiou em Deus e a luta foi vencida em um único round.
Quem era Golias? O representante, a projeção de um grupo. O herói, o guerreiro, o campeão dos filisteus. O grupo sentia-se realizado nele. Em todo exército existem covardes. Nos times de futebol têm os pipoqueiros, nos sindicatos os acomodados, na igreja os temerosos – que não herdarão o reino (Apocalipse 21. 8). Existem aqueles que esperam que alguém faça alguma coisa. Esperam outros tomarem a iniciativa em seu lugar: 'Alguém tem que fazer alguma coisa!'
Os covardes do exército filisteu esperavam por Golias. Viam nele a projeção de seus desejos, sonhos e realizações. Os brasileiros também possuem seus ídolos. ‘Eu não sou ninguém, eu não me destaco, mas ele conseguiu, ela está lá.’ ‘Alguém igual a mim conseguiu’: Gisele Bündchen, Ronaldinho, Romário, Ayrton Senna, os ‘heróis’ do Bial no BBB... Projetar no outro aquilo que para mim parece inalcançável. O grupo dos filisteus se espelhava em Golias. ‘Não precisamos ir pra batalha, não precisamos guerrear, não precisamos correr os riscos, nós temos um representante: basta mandar Golias, ele guerreia em nosso nome, ele irá lutar por nós’. Golias cumpria as expectativas dos filisteus, era a projeção deles, o ídolo, o herói dos filisteus.
Davi confiava em Deus. Mas, Deus não lutou por Davi. Não existem soluções mágicas. O próprio Davi precisou encarar o problema de frente. Ninguém poderá fazer por você aquilo que só você poderá fazer por si mesmo.

(Texto baseado numa mensagem de Ricardo Gondim)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Jesus e o Templo

Uma das grandes mudanças que ocorre na expressão religiosa do povo de Deus com a vinda de Jesus Cristo é com relação ao templo. No Antigo Testamento o templo simboliza a presença física de Deus. Era, na crença judaica, o local da habitação de Deus. Um local onde se vai para adorar a Deus. É também onde se realizam os sacrifícios para perdão dos pecados cometidos pelo povo. Era local sagrado, edificado para a honra e a glória de Deus. Quando Salomão decidiu edificar um templo em Israel ele não o fez pensando em atrair turistas, rivalizar com outros templos pagãos, despertar ou produzir fé no povo e, nem mesmo, porque os fiéis mereciam. A edificação do templo também não dividiu a história num antes e num depois.
Jesus foi o cumprimento das profecias do Antigo Testamento que anunciavam a vinda do Messias. Mas, como Jesus lidou com a questão do templo? Certa vez, quando caminhava com seus discípulos, estes mostravam e falavam da grandiosidade do templo. O Evangelho de Mateus revela a reação de Jesus: "'Vocês estão vendo tudo isto?', perguntou ele. 'Eu lhes garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas'" (Mateus 24. 2). Jesus também denunciou a hipocrisia religiosa que apregoava a sacralidade do templo enquanto eles mesmos o profanavam. Maior do que qualquer templo é o próprio Cristo (Mateus 12. 5-7). No capítulo 23, Mateus relata como Jesus desmascara os líderes religiosos que invertiam as coisas, sacralizando objetos e adorando-os mais que ao próprio Deus. E, pior, os religiosos o fazem explorando o povo e impedindo que estes tenham acesso ao verdadeiro reino de Deus. E, o que Jesus está dizendo ao responder aos fariseus: "Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias" (João 2. 19)? No momento que Jesus entregou o seu espírito na cruz, "o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo" (Mateus 27. 51). Em três dias Ele ressuscitou.
Como fica a questão do templo para os cristãos então? Veja a resposta de Jesus à mulher samaritana que também quis saber sobre o local de adoração: "está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém (...). Está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura" (João 4. 21 e 23). O Apóstolo Paulo ainda ensinou: "Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? (...) O santuário de Deus, que são vocês, é sagrado" (I Coríntios 3. 16 e 17). E, "acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês..." (I Coríntios 6. 19). Portanto, "o Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor do céu e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas" (Atos 17. 24).

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