Agradeço a todas as visitas e comentários! Seja bem vindo!!! Que Deus abençoe a tua vida!

sábado, 17 de novembro de 2007

Eu Também Sou Corrupto

Se nós não estivermos dispostos a viver radicalmente a verdade, a honestidade e a integridade ética nas pequenas coisas, de nada adianta exigir honestidade e justiça de quem está no escalão mais alto do governo ou da empresa


Na minha família somos quatro irmãos. É impressionante como aflorava o sentimento de injustiça quando o pai ou a mãe dispensavam tratamento diferente a um dos filhos. Busca por poder e lugar de destaque logo desperta inveja e ciúme. A conseqüência disso são facções, partidos e divisões tão comuns inclusive na igreja. Quando Tiago e João pediram a Jesus: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda” (Marcos 10. 37), logo vemos a reação dos demais discípulos: “Quando os outros dez ouviram essas coisas, ficaram indignados com Tiago e João”. O verso mostra aquilo que é natural a nós. O restante do grupo sentiu-se passados para trás.

Uma coisa a que tenho procurado estar atento ultimamente é discernir meus sentimentos. Por que estou indignado diante desta situação? Por que tal fato desperta isso em mim? Raiva, inveja, ciúme, ressentimentos são sentimentos comuns ao ser humano. Gostamos de denunciar a injustiça, protestar diante de alguém que supostamente leva vantagem. É nessa hora que discernir os sentimentos é importante. Será que eu estou protestando por causa da injustiça ou por inveja? Eu não estaria enfurecido só porque a outra pessoa se beneficia de algo que eu não posso ter? Muitas vezes reprimimos certos desejos e cobiças, mas, quando outras pessoas extravasam esses mesmos sentimentos logo nos vemos irados e injustiçados.

Que Deus nos ajude a discernir as motivações do nosso coração. Que Ele nos ajude a permanecer sensíveis e indignados às injustiças sem desejar o lugar dos injustos e opressores. No Brasil, é muito fácil criticar os governantes e chamar os políticos de corruptos. Porém, não consideramos corrupção nossos pequenos gestos do dia-a-dia: Buscar favorecimento com a amizade e conhecidos que ocupam posição estratégica, colar no colégio, mentir para se livrar de uma multa ou conseguir alguma vantagem, furar a fila, ficar com o troco que, por engano,recebemos a mais, etc. Cada um acaba sendo corrupto e agindo com jeitinho conforme o alcance da sua influência. Se nós não estivermos dispostos a viver radicalmente a verdade, a honestidade e a integridade ética nas pequenas coisas, de nada adianta exigir honestidade e justiça de quem está no escalão mais alto do governo ou da empresa. Conseguiremos no máximo passar por “bons” hipócritas.

Mais uma vez, oremos com o Salmista: “Coloca, SENHOR, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios. Não permitas que o meu coração se volte para o mal, nem que eu me envolva em práticas perversas com os malfeitores. Que eu nunca participe dos seus banquetes! Fira-me o justo com amor leal e me repreenda, mas não perfume a minha cabeça o óleo do ímpio” (Salmo 141. 3 – 5). Amém.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Você sabe o que está pedindo?

O propósito da oração é maior do que apenas ser um meio para recebermos aquilo que desejamos

Alguma vez alguém já lhe pediu algo difícil? Com Jesus aprendemos que mesmo diante de pedidos e exigências absurdos podemos responder com amor e atenção. No texto bíblico de Marcos 10. 35-45 encontramos os discípulos Tiago e João fazendo um pedido ao Mestre: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”. Veja como Jesus começa respondendo a eles: “Vocês não sabem o que estão pedindo”. Agora, reflita: O que nós temos pedido a Deus em nossas orações? Quais são os pedidos que temos apresentado a Ele? A resposta de Jesus aos apóstolos pode ser também a resposta para muitos dos nossos pedidos. Uma das lições do discipulado cristão consiste em pedir bem. Hoje é comum vermos pessoas exigindo e determinando que Deus lhes atenda naquilo que ambicionam. Mas, será que as pessoas estão ouvindo a resposta de Deus?

Deus nos fala principalmente pela sua Palavra. A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus através da qual Ele nos revela a Sua vontade. Na minha vida de fé tenho aprendido que Deus responde de três maneiras: sim, não ou espere. Deus nunca nos deixa sem respostas. O propósito da oração é maior do que apenas ser um meio para recebermos aquilo que desejamos. Com a oração estabelecemos um diálogo com Deus onde Ele quer nos ensinar. Na oração aprendemos a depender de Deus. A oração é uma conversa onde deixamos Deus sondar nossas motivações e expectativas. Ao orarmos ‘seja feito a Tua vontade’ reconhecemos que o Senhor sabe melhor do que nós o que é bom e necessário.

Na resposta de Jesus os discípulos aprenderam que existe uma diferença entre os que governam este mundo e aquele que governa o Reino dos Céus. No mundo vemos pessoas buscando poder para explorar e tirar vantagem, mas “o Filho do homem veio para servir”. Oração levada a sério produz uma espiritualidade capaz de revolucionar o mundo à nossa volta. Gera em nós humildade e submissão, serviço e amor abnegado... É por meio da oração que o caráter de Cristo se aperfeiçoa na vida do cristão.

Mais do que uma fórmula mágica ou uma lista de supermercado, a oração é um diálogo com um Pai amoroso. Como a própria palavra já insinua, diálogo acontece entre mais de uma pessoa. Diálogo acontece quando duas ou mais pessoas falam e estão dispostas a ouvir. É uma conversa que estreita laços, produz relacionamentos, gera intimidade, quebra preconceitos, aproxima corações... A oração é um diálogo que permite conhecermos a vontade do pai. Essa sintonia é que vai me ajudar a pedir certo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Poder Que fascina

"Ninguém que tenha conhecido de fato o amor e a graça de Deus consegue viver tanto tempo na hipocrisia e nos arroubos de triunfalismo surtado"


Quando ocorrem as mudanças de governo, os noticiários especulam sobre os ministérios. Todos os partidos aliados querem uma ‘boquinha’ no poder. Se não dá para ficar bem á direita ou à esquerda do presidente, mas pelo menos o mais próximo possível. O poder seduz. Está entre as três tentações que talvez exerçam o maior fascínio sobre a humanidade: sexo, dinheiro e poder. No Evangelho de Marcos 10. 35 – 45 encontramos dois dos discípulos de Jesus fazendo um pedido ao Mestre: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”. A glória a que Tiago e João se referiam estava relacionado à expectativa de que Jesus assumiria o poder político da região. Eles desejavam ser os primeiros-ministros.

Um dos elementos mais presentes em nossa oração é sem dúvida a petição (pedidos). Tiago e João apresentaram o seu pedido a Jesus. Eles já tinham aprendido do Mestre que se pedissem lhes seria concedido (Mateus 7. 7). Mas, eles não prestaram atenção na lição completa, pois Jesus ensinou a orar pedindo de acordo com a vontade do Pai (Mateus 6. 10). Eles queriam ser importantes, queriam reconhecimento e grandeza. Mas, estavam equivocados quanto à perspectiva. Eles pediram segundo os padrões humanos e não de acordo com o jeito de Deus fazer as coisas.

Hoje a situação não mudou. Encontramos pessoas sedentas por poder em todas as instituições. Inclusive na igreja. O discurso de muitos líderes religiosos ignora totalmente aquilo que Jesus ensinou sobre a oração. Vemos homens e mulheres exigindo, determinando, reivindicando como se Deus é quem fosse o servo. A natureza humana tolamente se coloca no centro do universo achando que a glória está no ter e no fazer. Falam de Deus, discursam a respeito de Cristo, mas, jamais conheceram realmente o Deus a quem pregam. Ninguém que tenha conhecido de fato o amor e a graça de Deus consegue viver tanto tempo na hipocrisia e nos arroubos de triunfalismo surtado. Se os nossos pedidos refletem as nossas expectativas, muitos hoje estão novamente enganados a respeito do cristo que esperam. Desde cedo desenvolvemos maneiras de utilizar o poder mais tenebroso para atingir os objetivos mais sórdidos. Toda criança aprende desde berço a arte da manipulação.

Quais são as coisas que exercem maior fascínio sobre nós? Quais são as reais motivações por detrás dos meus pedidos a Deus? Temos conseguido submeter a nossa vontade a vontade do Deus soberano? Oremos com o Salmista: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139. 23 e 24). Amém.

Veja Também:

Related Posts with Thumbnails