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domingo, 28 de abril de 2013

Os Três Tipos de Lei na Bíblia

Existem três tipos de leis mencionados na Bíblia. Trata-se, na realidade, de uma distinção entre os aspectos moral, cerimonial e judicial da lei. Este desdobramento da lei foi matéria da teologia durante toda a história do cristianismo. Na tradição protestante vemos que os reformadores já falavam sobre as três funções da lei. Este é um discernimento importante para evitar confusão hoje. A lei cerimonial foi cumprida com a vinda de Cristo. Trata-se da lei que tinha como objetivo educar e preparar o povo para vinda de Jesus. Todos os sacrifícios que o povo realizava como cumprimento à lei mantinha-os conscientes de seu pecado. A função da lei era, assim, mostrar ao povo a sua fraqueza e sua natureza pecaminosa. Além disso, deixava as pessoas conscientes quanto à sua incapacidade para satisfazer as exigências da lei. Entra aqui, por exemplo, o sacrifício de animais para purificação do pecador. Por isso que Jesus é também chamado na Bíblia como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Jesus foi o sacrifício definitivo. Assim, toda lei cerimonial que encontramos no Antigo Testamento são hoje desnecessárias.

Um segundo uso da lei é aquele que é necessário para a ordem social. Nem todos são tementes a Deus e estarão dispostos a viver segundo a sua vontade. Por isso, a sociedade precisa de leis para que a convivência seja possível. Não fossem estas leis a sociedade, por causa do pecado, se degeneraria totalmente. Afinal, muitos irão obedecer apenas por temor a lei. Se não houvesse um limite de velocidade com penalidades imagine o quão pior o trânsito seria? Se não houvesse nenhuma penalidade para crimes como assassinato, roubo e estupro imagine como seria o convívio social? Portanto, já entre o antigo povo de Israel havia também esse tipo de leis. É a lei de uso político ou civil necessária em todas as civilizações para que estas se organizem de acordo com o seu contexto e realidade. Aquelas leis do povo de Israel caducaram, afinal, não vivemos mais naquela cultura e nem nas mesmas circunstâncias históricas. Portanto, cada nação deve ter a liberdade de criar as leis que lhe sejam convenientes, sem querer conformá-las aos costumes dos tempos bíblicos.

Há ainda o terceiro uso da lei que seria uma aplicação através da qual se encoraja os cristãos a se submeterem mais plenamente à vontade de Deus. É a lei que nos ajuda a discernir o bem e o mal. É aplicável em todas as épocas e ocasiões. A fé, portanto, não nos isenta das boas obras. Não estamos mais sob a maldição ou o castigo da lei quando a descumprimos. O que não significa estar livre das consequências de nossos atos. É, no entanto, somente a partir deste terceiro uso da lei que se pode deduzir uma ética cristã. Como já dissemos em outra oportunidade, quem duvidaria que se nós todos observássemos ao menos os Dez mandamentos teríamos uma sociedade muito melhor?

Muita atenção, portanto, na leitura que fazemos das Escrituras. Pois na Bíblia encontraremos estes três tipos de leis. Sem discernimento correremos o risco de misturar as coisas e transformar a Palavra de Deus em mera repetição de leis sem nenhum aplicação para os dias de hoje!

terça-feira, 23 de abril de 2013

As Escrituras

Existe muita confusão no que se refere à lei de Deus e a Bíblia. E, isso acontece especialmente porque para muitas pessoas a Bíblia não passa de um livro de regras. Infelizmente, devemos admitir, é assim também que muitos cristãos a tratam. Por isso, quando, por exemplo, escutam alguém argumentando contra o aborto, contra a eutanásia ou contra a homossexualidade, se defendem dizendo que deveríamos, então, seguir todas as leis da Bíblia. Com isso elas querem dizer que não é coerente seguir apenas algumas “regras” da Bíblia, mas, todas, como aquelas que falam em pena de morte por apedrejamento e etc. É um tipo de resposta que revela pouco conhecimento bíblico e teológico. Como já dissemos, muitas pessoas encaram a Bíblia como um livro religioso de normas que deveria ficar restrito aos adeptos desse tipo de leitura fundamentalista.

Uma leitura mais atenta, porém, revelará algo mais. Já entre os grandes reformadores como Martim Lutero e João Calvino, percebe-se uma distinção entre os aspectos moral, cerimonial e judicial da lei. Na literatura cristã e nos estudos teológico encontramos uma vasta gama de autores e pesquisadores que nos ajudam a compreender este aspecto. Portanto, não estamos sós diante das Escrituras. Além da comunidade de fé, temos também o testemunho e o trabalho sério de muitos outros cristãos na história para nos auxiliar. O estudo, a reflexão, o aprendizado, como temos dito, fazem parte da nossa natureza. Vamos nos empenhar e fazer bom uso desse talento!

O que estamos dizendo, então, é que existem, sim, aspectos da lei que encontramos na Bíblia e que estão obsoletos. Por quê? A resposta é que haviam leis que eram condicionados àquele tempo, povo e lugar a que o relato bíblico se refere. Lembremos novamente que a revelação de Deus não se dá num vácuo. Deus se revela a um povo, dentro da história e numa cultura específica. Logo, é necessário atenção a isto para não confundirmos a vontade de Deus com aspectos culturais, como costumes, ritos e até mesmo leis civis e judiciais daquele povo em questão. É aí que as ciências podem ajudar. A exegese e a hermenêutica bem como estudos históricos, geográficos, antropológicos e sociológicos dos tempos bíblicos tornam-se recursos indispensáveis para uma melhor compreensão da mensagem. Não nos esqueçamos, porém, que os estudiosos também são seres humanos pecadores. Como tais, podem buscar apenas reforçar seus pressupostos por meio de seu empreendimento científico. É por isso que a Bíblia não é um livro para ser interpretado e lido apenas individualmente. Deus revela a sua vontade para a comunidade. E, esta vontade é confirmada ou refutada pela realidade.

terça-feira, 9 de abril de 2013

A Família

O fato de Deus ter-nos feito com inteligência, criatividade e capacidade de discernimento, permite que sejamos aprendizes. Estamos sempre aprendendo algo novo, somos curiosos e investigamos as coisas. É assim que o ser humano vem desvendando os mistérios do Universo e pode perceber a estrutura da boa Criação de Deus. Deus criou todas as coisas com ordem, em seus devidos lugares, de modo que há uma harmonia que permite a vida e o bom funcionamento das coisas no mundo. As leis naturais e as leis morais não são arbitrárias servindo apenas para oprimir a humanidade. Elas são boas e essenciais para que haja vida. Os seres humanos criados à imagem e semelhança do seu criador podem descobrir e discernir essas leis. Além da nossa consciência e da revelação escrita, temos também a revelação especial de Deus em Jesus Cristo e em toda a Escritura. Cabe a nós assumirmos todo o nosso potencial criativo e discernir neste Universo criado a ordem ou, estrutura da criação, para vivermos segundo a vontade de Deus.

Uma destas vontades de Deus é a família. A melhor maneira de se educar uma criança é permitir a ela crescer num lar com pai e mãe. O melhor relacionamento entre duas pessoas, além da amizade, é o do casamento heterossexual. É nesse tipo de relacionamento que experimentamos a plenitude da boa vontade de Deus para a família. E, como deduzimos isto? Voltando à narrativa da criação encontramos Deus criando os seres humanos, “à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.27). Portanto, ser homem e ser mulher é uma questão biológica, estrutural, criacional. Foi assim que Deus planejou e fez. Isto pode ser descoberto e observado assim como a lei gravitacional. A família é mencionada ainda nos Dez Mandamentos das tábuas da lei: "Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êxodo 20.12).

A revelação bíblica e especial de Deus permite que confirmemos a questão da família como a célula base e essencial da sociedade. Jesus, quando mais uma vez instigado pelos fariseus, confirmou o que já estava instituído por Deus: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne” (Mateus 19.5). Se há problemas nas famílias – e, alguns bem graves como a violência doméstica, abusos e divórcio - isso acontece porque somos seres caídos, pecadores. O pecado, porém, não revoga a lei de Deus. A boa vontade de Deus permanece. Assim como permanece também a benção para aqueles que se esforçam para viver o casamento e a família segundo os padrões de Deus. O nosso fracasso não pode ser desculpa para fingirmos que Deus e suas leis não existem!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Jesus e a Lei

A dificuldade de muitas pessoas para se curvarem à vontade de Deus leva a desculpas das mais esdrúxulas. Por desconhecerem as Escrituras, não conseguem vê-la num todo harmônico. Logo, também não conseguem compreender como alguém já justificado, portanto, salvo diante de Deus, precisaria ainda buscar conforma-se a vontade deste Deus. A questão é que mesmo após a vinda de Jesus as boas leis de Deus permanecem. Vejamos essa questão nas palavras do próprio Jesus em seu famoso Sermão da Montanha: "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra. Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus” (Mateus 5.17-19).

Não há aqui nenhuma confusão. O nosso destino, a nossa salvação, o nosso futuro não dependem do quanto seguimos a lei ou não. É fato que não conseguimos cumpri-la. Somos culpados. Por isso, Jesus é a nossa salvação. Entregues à própria sorte estaríamos perdidos eternamente. Logo, não seguimos mais a lei para garantir pontos com Deus. Mas, para que vivamos mais plenamente. Assim como, mesmo após a vinda de Cristo, a maça continua a cair do pé por causa da lei da gravidade, também a norma de Deus para a cultura, a sociedade e os relacionamentos humanos permanece. A lei moral continua nos mostrando o quanto somos limitados, inconsequentes, rebeldes – pecadores. A diferença é que não precisamos mais nos desesperar. O ideal seria não pecar, mas, se pecarmos, e pecamos, “temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2.1). É por isso também que Paulo não se desespera ao deparar-se com seu dilema de não conseguir viver a altura dos padrões de Deus. Ele reconhece o problema, mas, imediatamente identifica a solução: “Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Romanos 7.24-25).

Qual é, então, a função da lei para nós, hoje? Além de permanecer como a revelação da boa vontade de Deus e nos revelar a nossa pecaminosidade, ela nos orienta para uma vida plena. Alinhar-nos segundo a ordem das coisas criadas e, com toda a boa vontade de Deus, é sinal de sabedoria e bom senso. Ao quebrarmos uma lei ela continua sendo a boa lei de Deus. A boa notícia é que não somos mais condenados por não cumprir a lei. Temos alguém que a cumpriu por nós. A fé consiste em crer naquele que observou plenamente a vontade de Deus: Jesus. Logo, querer viver segundo a vontade do Deus em quem se crê e, que nos amou de tal maneira, será algo natural para o cristão.

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