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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Vislumbres

Especialmente quando eu ainda era adolescente, costumava viajar na imaginação quando pensava sobre o Universo. Uma coisa que me intrigava era como tudo começou. Sem a sistematização que posso fazer hoje, apenas ficava observando o céu e imaginando até onde tudo aquilo poderia ir. Afinal, tudo o que eu conhecia tinha uma causa. Como ir regredindo no tempo até chegar à causa do Universo? Onde e como tudo finalmente teria começado? Morando no interior, era especialmente magnífico poder observar o céu à noite. O silêncio e a imensidão. Também não era difícil compreender o que as pessoas queriam dizer quando se referiam às estrelas como algo impossível de se contar.

O tempo vai passando e vamos aceitando algumas explicações que nos são ensinadas. Para outras questões simplesmente nos contentamos em acreditar que não existem respostas. Quando nos tornamos adultos essa capacidade de admiração diante do mistério não desaparece. Mas, aprendemos a não dar a elas tanta importância e investimos em coisas mais concretas e imediatas. Consequentemente, acabamos também não compartilhando sobre esse nosso ‘encantamento’ com os nossos amigos. Afinal, podem achar que sou apenas um sonhador que vive no mundo da lua. Era coisa da minha cabeça, coisa ‘boba’ de criança.

No entanto, a cada dia mais descubro que estas não foram questões que ocuparam apenas a minha mente. Parece ser muito mais comum do que se imagina. A mente instigadora, toda a inquietação, o espírito questionador é algo natural do ser humano. Infelizmente, muitos, em vez de alimentar essa chama, acabam tentando domesticá-la e, até, apagá-la. Porém, basta começar a conversar sobre isso com as pessoas para ver que são muitos aqueles que se lembram desta fase de deslumbramento e questionamento diante da grandiosidade da vida e do Universo.

Sabemos que estamos aqui e que conseguimos vislumbrar apenas uma parte do todo. Permanece o anseio, porém, de poder enxergar, apreender, discernir o todo. Aprendemos então, como diz o teólogo Alister McGrath, que tudo o que podemos perceber são pistas ali e aqui espalhadas pelo mundo e que nos permitem conjecturar sobre o quadro geral. Talvez, entre tantas outras coisas, é também a isso que a Bíblia se refere ao declarar que “agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido” (1 Coríntios 13. 12). A nossa alma inquieta é resquício de algo que perdemos e pelo que novamente ansiamos. Que Deus nos permita continuar percebendo que “desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas” (Romanos 1. 20).

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Qual é o Sentido da Vida? *

Você já se perguntou se a vida tem realmente algum significado? Não é assim que às vezes tudo parece sem sentido?

 As pessoas geralmente tentam dar respostas para todos os problemas. Mas, e quando um astro famoso de repente comete suicídio? E diante do fato de pessoas que aparentemente tem tudo, fama, sucesso, dinheiro, e mesmo assim terminam perdendo o controle de suas vidas e se acabam nas drogas?

É, para algumas coisas, não bastam mais verbas, mais leis e mais investimento do governo. Será que fugir, simplesmente, das grandes perguntas da vida, ajuda a resolover o problema? Afinal, a pergunta continua lá. O ser humano é alguém que vive interrogando, questionando, buscando. No fundo, nós sabemos que não é possível contentar-se com respostas baratas do tipo "amanhã poderá ser melhor". Não basta apenas o 'se sentir melhor'. Afinal, é o que todos buscam, inclusive aqueles que usam drogas e cometem suicídio. Querem sentir-se melhor. Mas, e daí???

O fato é que ninguém pode viver sem algum senso de propósito. E, é isso que nós buscamos o tempo todo. Muitos podem, inclusive, por não enxergarem um propósito na vida, inventam um. Chuck Colson nos lembra a história de Larry Walters, de 33 anos. Larry era um motorista de caminhão em um pequeno bairro numa cidade dos Estados Unidos. Todos os sábados á tarde sentava-se em sua cadeira de jardim no quintal. Ficava ali tomando sol e bebendo a sua cerveja sozinho. Entediado e, talvez pela falta de propósito, um dia Larry quis tentar algo inusitado. Sua brilhante idéia consistia em amarrar alguns balões em sua cadeira e flutuar cerca de uns trinta metros de altura. Se Larry tinha passado da conta em suas cervejinhas naquele dia não sabemos. Mas, ele queria voar sobre os quintais dos vizinhos e acenar para eles. Comprou, então, quarenta e cinco balões metereológicos de ar quente e inflou-os com hélio.

Os vizinhos até vieram ajudá-lo segurando a cadeira enquanto ele amarrava os balões. Larry pegou uma espingarda para que quando voasse muito alto pudesse estourar alguns balões de forma que não subisse mais do que os trinta metros. Larry ainda se equipou com amendoim, sanduíche de geléia e umas seis cervejas.

Quando finalmente achou que estava pronto gritou para os seus vizinhos: "Soltem!"

Eles soltaram, mas, Larry não subiu trinta metros; subiu aproximadamente três mil e seiscentos metros! E, ele não estourou nenhum balão porque estava ocupado demais agarrando-se à cadeira! Ele foi avistado primeiramente por um comandante da empresa de aviação Continental Airlines que informou imediatamente que alguém em uma cadeira de jardim havia acabado de passar pelo seu avião. Por mais de quarenta horas o aeroporto de Los Angeles desviou os voos que chegavam porque Larry Walters estava pendurado em sua cadeira de jardim a três mil e seiscentos metros de altitude.

Helicópteros foram enviados junto com todo tipo de aeronaves de resgate. Fato é que finalmente conseguiram trazer Larry de volta ao chão. Ao anoitecer, quando finalmente pousou, havia sirenes, carros de polícia com suas luzes girando, inúmeras câmeras apontadas para aquele homem enquanto ele pousava com a sua cadeira de jardim.

Em meio aos microfones empurrados em sua direção, uma pergunta:
- Você teve medo?
Os olhos de Larry estavam estatelados, do tamanho de um pires.
- Sim.
- Você faria isso novamente?
- Não.
- Por que você resolveu fazer isso?
Larry Wolters respondeu:
- Não queria apenas ficar sentado ali.

Esta é uma história real e que nos lembra um fato semelhante que terminou de forma mais trágica aqui no Brasil. O Padre Adelir de Carli, que teria se inspirado em Wolters, quis fazer algo parecido e com mais de mil balões saiu pelo ares de Paranaguá no estado do Paraná. Seu corpo só foi encontrado meses depois na costa do Rio de Janeiro.

Existe algo dentro de nós que nos diz que a vida deve ser mais. Deve haver mais do que apenas um relaxamento irracional. Algo que em nosso interior nos leva a buscar o significado da vida.

Ninguém pode viver sem um senso de propósito. De acordo com as Escrituras nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus (Genesis 1. 26, 27). E, nós sentimos essa verdade sobre nós mesmos até quando não sabemos muito bem como explicar. Este é um sentimento tão forte que quando as pessoas se desviam de Deus, elas se voltam para alguma outra coisa a fim de que a sua vida tenha sentido, pois sentem que precisam definir algum propósito para a sua existência.

A Bíblia e, especialmente os primeiros capítuos de Genesis, apresentam este propósito e estendem este significado ao nosso trabalho e atividades diárias. Orientações como cultivar a terra, dar nomes aos animais, exercer domínio, sermos cooperadores de Deus no cuidado com o planeta. Tudo o que fizermos, o nosso trabalho, expande o grande e criativo propósito de Deus. Quando você faz bem aquilo que tem para fazer, isso reflete a glória de Deus. E, o propósito de Deus pode nos sustentar nas vitórias ou nas derrotas, no desespero e na decepção, e em momentos de grande alegria. A nossa vida e o nosso trabalho realmente têm um propósito: glorificar a Deus.

A vida tem significado, afinal? SIM. E, este consiste em conhecer a Deus, glorificá-lo e retribuir todo o seu amor. Nossas desilusões, planos frustrados, namoros interrompidos, nada é capaz de abalar o propósito que Deus tem para as nossas vidas. Diante de algo que não deu certo, não é preciso desesperar, pois, é uma oportunidade de crescer e aprender mais de Deus. Somente quando compreendemos o significado mais amplo, aquele que Deus tem para toda a humanidade, saberemos lidar melhor e compreender o propósito para cada pequeno evento do nosso dia-a-dia. Quando não compreendemos o propósito maior da humanidade, o significado de nossos propósitos menores sempre se tornará distorcido e assumirá uma importância exagerada, ou estará muito aquém do que deveria.

"Tu nos fizeste para ti mesmo, e os nossos corações não encontrarão a paz 
até que repousem em ti"  
(Agostinho de Hipona)


* Este texto é uma adaptação de um trecho do livro Respostas Às Dúvidas de Seus Adolescentes de Charles Colson. Editora CPAD.



segunda-feira, 9 de abril de 2012

Transformação da Mente

Lendo J. P. Moreland e William Lane Craig em Filosofia e Cosmovisão Cristã deparei-me com uma frase que me fez pensar: “O estudo em si mesmo é uma disciplina espiritual, e o simples ato de estudar pode mudar o eu”. No dia anterior eu conversava com alguém sobre o crescimento dos evangélicos, a intolerância religiosa, o crescimento do Islã e a maneira como os cristãos, apesar do crescimento no Brasil, muito pouco influenciarem a sociedade e, o que é pior, acabam envolvidos em escândalos que denigrem a fé cristã. E, a minha explicação ou, solução, se é que existe uma, para essa irrelevância e mau testemunho dos cristãos é falta de ‘ensino’. A maioria dos cristãos lê pouco, ou lê mal. Acabamos entrando na mesma onda da preguiça para os estudos, o que nos deixa rasos e sem capacidade de discernimento. Se por um lado as pessoas naturalmente resistem ao estudo, por outro as igrejas e suas lideranças também não se preocupam muito em incentivar e oferecer oportunidades para tal. E, assim, acabamos não refletindo sobre as questões mais profundas e não somos capazes de responder de maneira consistente aos dilemas da sociedade. Logo, a nossa insegurança nos isola em guetos onde todos falam a mesma linguagem. Tornamo-nos corporativistas. Na ânsia de nos preservarmos do mal, acabamos por nos retirar do mundo (João 17.15). A nossa ética e o nosso caráter, no entanto, escancaram que não só estamos no mundo como sequer nos livramos do mal.

Embora a minha leitura não se deparasse com nenhuma novidade, o que me chamou a atenção é que é muito raro ver nos círculos cristãos alguém, em nossos dias, apontando o estudo como uma disciplina espiritual. A obra contemporânea mais conhecida sobre as disciplinas espirituais talvez seja Celebração da Disciplina de Richard Foster. Felizmente Foster dedica um capítulo ao estudo e também o considera uma disciplina espiritual. Referindo-se a Romanos 12. 2 e Filipenses 4. 8 ele diz que “a mente é renovada quando se dedica às coisas que a transformam”. Porém, a ênfase e toda a consideração parecem recair sempre em algumas poucas disciplinas como a oração, a meditação (ou mera leitura superficial da Bíblia), o jejum ou mesmo a participação em programas religiosos. Seria isso fruto da compreensão de que algumas atividades seriam mais espirituais enquanto outras mais “mundanas”? Talvez. O dualismo espírito x matéria proveniente da filosofia grega exerce grande influência sobre a teologia cristã desde os primeiros séculos e parece longe de ser superada.

Eu poderia deduzir de tudo isso, então, que uma realidade ou um mundo transformado dependerá sempre de mentes transformadas. Porém, se a mente é um departamento separado, que não diz respeito à espiritualidade, então, ela será moldada não por Deus, mas, por aqueles que mantêm o monopólio do pensamento na cultura vigente. Não podemos ignorar, no entanto, que ideias têm consequências. A pergunta então é: as consequências que vemos à nossa volta são fruto de quais ideias? (Mateus 7. 17 e 20). Sem transformação de mentes, como seremos capazes de experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus? (Romanos 12. 2). E, sem estudo, como uma mente poderá ser transformada? Por falta de espaço para mais, finalizo sugerindo a leitura de um pequeno livro: A Mente Cristã Num Mundo Sem Deus, de James Emery White.

domingo, 1 de abril de 2012

De Fato, Feliz Páscoa!

A páscoa é um dos feriados mais marcantes do calendário. O mais impressionante é saber que esta data é celebrada por causa de um evento espetacular ocorrido na história da humanidade. Aliás, por ser um evento magnificamente espetacular não é de surpreender que este seja um feriado tão popular e consolidado na sociedade. O que seria estranho é se o evento que marca a páscoa não tivesse ocorrido e, mesmo assim, o mundo celebrasse este dia. Embora não se saiba precisamente o dia em que Jesus ressuscitou, fato é que ele ressuscitou. O mesmo é verdade quanto ao seu nascimento. Existem muitas datas de eventos importantes ocorridos na história que não correspondem exatamente ao dia em que é lembrado, registrado ou celebrado. Mas, nem por isso deixa-se de acreditar que o evento tenha ocorrido de fato. Até mesmo as festas e celebrações de aniversário em nossos dias costumam acontecer em dias diferentes daquele que marca o nascimento.

Mas, o que nos permite acreditar que Jesus de fato ressuscitou? A maior evidência de que Jesus Cristo ressuscitou é o túmulo vazio. De acordo com o texto bíblico: “No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus” (Lucas 24:1-3). Este é um fato que abalou a história. E, tanto é verdadeiro que jamais se encontrou qualquer resto mortal de Jesus. Na história religiosa os sepulcros dos mártires geralmente são transformados em santuário. Não foi o que aconteceu com o sepulcro de Cristo. A mudança na ênfase do sábado para o domingo na igreja primitiva também só se explica se algo extraordinário tivesse ocorrido naquele dia. E, será que os discípulos de Jesus estariam mesmo dispostos a sofrer e até mesmo morrer por uma mentira? Pois foi isto o que aconteceu com a maioria dos primeiros seguidores de Jesus. Eles estavam plenamente convencidos de que Jesus estava vivo e viveram segundo as suas convicções assumindo o risco e pagando o preço por isso.

Outro aspecto importante e que comprova a ressurreição de Jesus Cristo é o grande número de testemunhas que viram, ouviram e, até tocaram o mestre depois de ele sair do túmulo. De acordo com o testemunho do Apóstolo Paulo, Jesus “apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez (...). Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim...” (1 Coríntios 15:6-8). Vejam, Jesus apareceu aos doze discípulos, também para mais de quinhentas outras pessoas, foi tocado, as pessoas falaram com ele e Jesus também compartilhou a mesa fazendo as refeições como qualquer pessoa viva (Lucas 24. 42,43 e João 20.27).

Tantas pessoas não podiam estar simplesmente loucas ou deslumbradas com uma aparição fantasmagórica qualquer! Tampouco a igreja poderia ter surgido sobre uma mentira ou delírio de homens e mulheres que apenas tinham a perder com isso! Jesus ressuscitou. Podemos celebrar. A morte não tem a última palavra! Portanto, feliz Páscoa!

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