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terça-feira, 25 de novembro de 2008

É Assim Mesmo?


Você também se sente um estrangeiro apenas de passagem neste mundo as vezes? Como viver num mundo hostil e que não reflete os valores e princípios nos quais você acredita? Por que as pessoas hoje parecem não se importar com nada? É impressão minha ou reina o comodismo, o ‘é assim mesmo’, o ‘não adianta fazer nada’...!? E, Por que é assim? Precisa mesmo ser assim?
Às vezes caímos na ilusão de que podemos viver numa espécie de gueto, seguros, isolados e impenetráveis a tudo aquilo que gostaríamos de manter longe. E quando finalmente tudo muda e nos vemos numa realidade hostil que exige a nossa devoção e lealdade? O que fazer? Como agir? Deveríamos simplesmente agir como uma esponja que absorve tudo acriticamente? Ou a melhor alternativa seria nos entrincheirarmos para começar o combate, uma vez que tudo parece contra?
A Bíblia nos fala de um povo que teve seu país invadido e saqueado por um poderoso império. Vários jovens saudáveis, espertos, inteligentes e bonitos foram capturados para servirem no palácio do novo império. Lá, tiveram que estudar ainda mais e passaram três anos na Universidade da Babilônia aprendendo literatura e a língua da realeza. Somente depois de formados é que iriam servir na corte. Durante o tempo de preparação o rei disponibilizou o melhor da sua mesa aos jovens estrangeiros. Mas, eles negaram-se a comprometer suas consciências aceitando bajulação e influência que traísse seus princípios originais. Com sua fidelidade e simpatia, não tardou para que os jovens fizessem amigos, mas, também inimigos no palácio. Recusaram as benesses da realeza e mantiveram seus costumes alimentares saudável, estudaram com dedicação, mantiveram-se fiéis ao seu Deus. Ganhavam destaque e quatro deles foram apresentados ao rei a quem passaram a servir. No dia da banca, o monarca ficou espantado com a inteligência e conhecimentos por eles demonstrado. Foram capazes de responder perguntas sobre todo tipo de assunto. Passaram no teste com louvor. O rei observou que aqueles rapazes estrangeiros eram mais sábios que todos os seus mais antigos conselheiros (Daniel 1).
Você já imaginou como se comportariam Daniel, Hananias, Mizael e Azarias numa faculdade da sua cidade? Qual seria o impacto desses jovens nessa cidade? Será que eles também se acomodariam com o clima de pessimismo, cinismo e desesperança reinantes? É difícil imaginar esse grupo de amigos sentados a lamentar a má sorte de terem que viver justamente naquele lugar e ainda com um governo omisso, incompetente e até mesmo tirano! Como cidadão do reino de Deus você também é desafiado a viver em fidelidade ao verdadeiro e único rei, mesmo que vivendo estrangeiro e cativo às forças estranhas de um mundo hostil. O que aqueles quatro amigos tinham de especial que lhes permitia enxergar uma realidade diferente?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Como Deveria Ser?

Hoje, ao falar de ética ou moral, o máximo que é permitido dizer é como as coisas são. Quem ousasse, a partir de uma análise de como é, sugerir como deveria ser, estaria assumindo o risco de ser taxado de cabeça fechada e politicamente incorreto. No entanto, se ética está relacionado com o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, como contentar-se apenas em descrever o jeito como as coisas são e não propor mudanças que se acredita serem boas para o indivíduo e a sociedade? É claro que ninguém tem o direito de impor nada a ninguém. Para isso existe o debate, o confronto de idéias, o diálogo... Vemos, no entanto, a ideologia do politicamente correto como norma a que todos devem se conformar. O mesmo acontece com outros termos da moda como tolerância, discriminação e preconceito. Aqueles que apelam aos discursos fáceis defendendo suas posições taxando quem pensa diferente são os primeiros a entrar em contradição, por exemplo, demonstrando intolerância contra quem ousa questioná-los.
O ser humano não nasce bom ou virtuoso e vai se corrompendo com o tempo. A necessidade que a sociedade tem de leis é uma prova disso. O potencial para o mal é inerente às pessoas. As leis servem para regular e orientar o ser humano que naturalmente tende a desobedecê-la. A lei serve para proteger um ser humano de outro ser humano. Geralmente as pessoas buscam simplesmente o prazer, ou o poder, ou o proveito pessoal, ou as vantagens econômico-financeiras em todas as ocasiões. Ou seria esta uma conclusão por demais pessimista? Uma auto-análise sincera não nos permitirá fugir à realidade.
Moral é uma palavra derivativa do latim moralis. Significa modos e costumes. Diz respeito à prática, maneiras ou condutas dos seres humanos como seres sociais em relacionamento uns com os outros. Refere-se ao que é certo ou errado, bom ou mal. Em nossos tempos pós-modernos, no entanto, a moral pode apenas descrever os modos e costumes da sociedade. Não seria tolerado aquele que ainda ousasse apelar ao sentido clássico da palavra que descreve o que é eterno, transcendente, universal, prescrevendo o que deve ser.
A palavra ética origina-se do grego éthos e, significa modos ou caráter. O Dicionário Aurélio diz que ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". Etmologicamente ética e moral são palavras sinônimas. Aqueles que crêem que Deus criou todas as coisas originalmente boas admitem que o universo possua um fundamento moral. Logo, existe uma ética ou uma moral de como as coisas deveriam ser. Temos muita gente diagnosticando e analisando. Onde estão as propostas?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Parar, silenciar, ouvir...


Na hora, eu nem percebi que a Débora havia tirado essa fotografia. Eu vi só depois quando as fotos já estavam descarregadas no computador. Foi na Igreja Matriz São Pedro em Gramado/RS. O templo é construído em pedra basáltica, sua torre mede 46 metros e exibe artes nos vitrais com imagens sacras. Era uma manhã tranquila de domingo. Não havia programação. Mas, o templo estava de portas abertas como a maioria das catedrais católicas. As poucas pessoas que circulavam pelo local demonstravam um espírito de reverência. A música em canto gregoriano ecoava suavemente convidando para a meditação.
Já faz um tempo eu venho refletindo sobre o papel das igrejas cristãs diante da correria, estresse e agitação das cidades. Faltam lugares onde possamos aquietar, ficar em silêncio, deixar a pressa, respirar fundo, encontrar a suavidade, a leveza, a possibilidade de simplesmente parar. Num mundo de agitação, pressão, exigência, barulho e toda correria desenfreada do nosso tempo, faltam oásis de quietude, lugares onde podemos nos dar conta novamente de que o suspiro nos lembra de que estamos vivos.
Não estariam nossas igrejas oferecendo apenas mais uma opção de entretenimento, alienação, estresse e mais barulho àqueles que cansados e sobrecarregados anseiam por alívio e descanso? O quanto as igrejas evangélicas no Brasil ajudam as pessoas a meditar, silenciar, orar, ouvir de fato a Palavra e a voz de Deus? Não estaria na hora de refletirmos sobre maiores espaços de reverência, quietude e devoção? Talvez, poderíamos começar deixando nossas portas abertas por mais tempo...!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Cuidado de Deus

Estou procurando escrever sobre sinais e experiências de transcendência de antes de eu ter uma clareza maior da graça e do amor de Deus em minha vida. Na semana passada escrevi sobre um desses momentos durante o trabalho na lavoura. O episódio que passo a narrar a seguir aconteceu mais ou menos na mesma época e em situação semelhante.
Pelo ano de 1992 eu estava no ensino médio. O colégio ficava 9 Km da minha casa. Havia uma caminhonete que levava o pessoal do interior para estudar a noite. Livros era coisa rara em casa. Minha infância e juventude não foram de muita leitura, embora o interesse existisse. A dura vida no campo aumentava o desejo por estudar. Um dia apareceu no colégio um pessoal vendendo livros. A ‘promoção especial’ do momento era uma gramática de português, um dicionário e um atlas mundial. Fiquei encantado. Como eu quis aqueles livros! No fundo sabia que seria impossível. Nossa família era muito humilde e meu pai nunca soltou dinheiro nas mãos da minha mãe ou dos filhos. Meus irmãos e eu sentíamos dor de barriga só de pensar em pedir algum dinheiro pra ele, mesmo que fosse por motivos relevantes (jamais ousaríamos pedir dinheiro se não fosse situação de emergência). Meu pai era capaz de fazer verdadeiro escândalo diante de um pedido de dinheiro para qualquer coisa.
Os livros, apesar da promoção, ainda representariam 10% do nosso orçamento, dependendo do ano e da colheita. Impossível! Mesmo assim, não sabia como e nem a razão, era como se eu acreditasse que poderia tê-los. A idéia não me saía da cabeça. Lembro só de relacionar tudo a um tipo de expressão cognitiva que poderia ser traduzido como oração. Era como se eu soubesse que se havia uma chance ela estaria na intervenção divina. Dormi pensando nisso e acordei pensando nos livros. A manhã foi de capina com meu pai e meu irmão. Estava só com meus pensamentos e orava. Como falar sobre isso com meu pai? Qual seria o melhor momento? E se ele estivesse em mais um daqueles maus dias? Foi numa parada para descansar à sombra entre o almoço e o café do meio dia. Tentei parecer despretensioso. Como se apenas quisesse compartilhar sobre a noite anterior no colégio, falei. Logo eu já estava encarnando o típico vendedor a mostrar as vantagens do produto e a oportunidade única de fazer um bom negócio. Não cheguei a pedir nada. Eu não teria coragem. A rigidez e o espírito nervoso, bravo do meu pai, me traumatizaram a ponto de até hoje eu não conseguir pedir nada a ninguém. Ficou assim.
Voltamos ao trabalho. Minha esperança aumentou devido ao interesse que meu pai demonstrou pelo assunto. Até cogitou possibilidades de como proceder para conseguir dinheiro. Eu experimentava um misto de incredulidade e esperança. E, não é que de tarde, ele disse que iria junto ao colégio! Disse que passaria num amigo, emprestaria um cheque e iria pessoalmente falar com os vendedores. Eu não estava acreditando, aquele não parecia meu pai. No entanto, foi o que aconteceu. O Dicionário e o Atlas eu tenho comigo até hoje. Nunca fui tão grato a Deus. E, acho que nunca soube ser grato ao meu pai. Foi uma experiência realmente marcante, pois vi como até mesmo o impossível pode se tornar possível.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Saudades no Silêncio

Quando criança, eu acompanhava meus pais a igreja (IECLB). Fui batizado com três anos de idade. Na fase adolescente a minha mãe foi a maior influência cristã. Freqüentei os dois anos do Ensino Confirmatório na Igreja Luterana. Minha adolescência e juventude foram marcados por uma vida de oração diária e pelo envolvimento maior com as atividades eclesiásticas: edificação de uma nova comunidade, liderança de grupos de juventude, participação em presbitério de comunidade, etc.
Entre 1986 e 1996 morei com minha família no interior e vivíamos do trabalho na lavoura, principalmente café. Foi o tempo mais longo que morei num mesmo lugar até hoje. Lá no estado do Espírito Santo eu devo ter morado em mais ou menos dez casas diferentes. Nossa família se mudava muito. Lembro-me bem que no serviço braçal a mente ficava mais livre para deixar voar a imaginação, fluir a criatividade e filosofar sobre a vida. A insatisfação com a realidade difícil gerava tristeza e sentimentos de profunda depressão. No entanto, mesmo capinando debaixo de sol forte, o que eu definitivamente não gostava, experimentava flashes de profunda alegria inexplicável. Algumas dessas experiências estão diretamente relacionadas à oração e certeza da presença de Deus.
Uma dessas experiências, eu não me lembro bem quando e nem o que desencadeou o processo, aconteceu na lida da roça. Não sei se nos dias anteriores eu havia participado de alguma programação da igreja ou coisa parecida, mas, enquanto capinava minha mente livre estava a mil... Entre os pensamentos e sentimentos envolvidos, de repente experimentei uma profunda alegria e certeza do amor de Deus na minha vida. Algo inexplicável. Se alguém olhasse poderia ver que eu ria sozinho. A vontade era de gritar até, coisa que minha timidez e preocupação com a opinião alheia não permitiram. Normalmente trabalhávamos juntos em família. Apesar de já terem se passado cerca de quinze anos, nunca esqueci aquele momento.
A vida no campo suscita lembranças de momentos onde a mente era livre para refletir, os olhos podiam alcançar mais longe do alto dos morros capixabas, a natureza era uma realidade envolvente, o silêncio permitia ouvir a ausência do coração. Alguns daqueles momentos lembravam o sentimento da saudade. Saudades de algo que eu ainda não tinha vivido. Saudades de voltar para onde eu nem sabia que tinha partido. Hoje, o silêncio é mais difícil. Falta contemplação. Sei que Deus não se prende a um lugar. Sou eu quem precisa deixar-se encontrar!

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