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terça-feira, 30 de março de 2010

Feliz Semana de Consumo!

Eis mais um daqueles finais de semana aguardados com muita expectativa. Feriadão, folga no trabalho, viagem, compras, muitas compras, chocolates, comilança... "Tudo de bom" dizem alguns. Depois do carnaval, o feriado da semana santa é o próximo aguardado com grande expectativa pela maioria das pessoas. A exemplo do Natal, a Páscoa tem algumas diferenças com relação aos outros feriados. Todo comércio se prepara. Os mais altos precisam se abaixar para passar em alguns corredores de supermercado. Está tudo abarrotado de ovos de chocolate.
É uma época em que podemos aprender com as reportagens de televisão e jornais sobre a origem do coelhinho da páscoa, receitas, coisas para fazer e que vão trazer sorte, tudo muito original. Existem também as coisas megalomaníacas que crescem a cada ano, como o maior ovo de chocolate do mundo em Florianópolis. Mais um título para orgulho do povo brasileiro. Talvez a alegria desses dias de feriado se devam às propriedades estimulantes do chocolate. Claro que existem alguns desinformados que ainda preferem se embebedar com outros combustíveis! Deve ser porque tem que limpar a casa como todos os anos nessa época!
A origem de tudo isso remonta um tempo em que um coelho que não sabia ser ele mesmo um mamífero resolveu por ovos. Como, para sua surpresa o ovo era de chocolate, portanto, estéril, resolveu distribuí-los de presente. As pessoas ficaram muito felizes e passaram a aguardar ansiosamente a visita do coelhinho todos os anos. Reza a lenda que Papai Noel não gostou muito de dividir as atenções com o coelhinho. Mas, o 'espírito do natal', seja lá o que isso for, teria propiciado uma aproximação e, hoje, o coelhinho e o bom velhinho estariam juntos no negócio de chocolates. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entendeu que tudo foi por uma boa causa. Milhões de pessoas estão mais felizes agora.
Quem nunca ouviu algo como 'se não tiver chocolate na páscoa não é páscoa'!? Hoje, muitos me acham meio turrão e mal humorado. Talvez seja porque na minha infância o coelhinho nunca tenha encontrado o caminho da minha casa. Apesar de um coelho que não sabia por ovos de chocolate, mas muito solidário colorir ovos de galinha e trazê-los cozidos pra mim, acho que nunca consegui superar o trauma! Mal posso esperar a segunda-feira! (Acho que preciso consumir mais chocolate!) Ah, feliz Páscoa!!!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Deus é Fiel

Oséias foi um homem que exerceu sua atividade como profeta aproximadamente entre os anos 750 e 730 a.C. Pregava para e sobre o reino de Israel. Era um homem terno, sensível e misericordioso. Não tão severo quanto outros profetas. Tinha bastante conhecimento sobre assuntos históricos e religiosos. O seu nome, a palavra 'Oséias', significa 'libertador' ou 'salvação'.
Deus geralmente se vale do ministério dos profetas para anunciar e denunciar. Na época de Oséias o povo de Israel estava experimentando ruína, fracassos e a iminência de serem invadidos em seu reino por potências estrangeiras. O povo estava se afastando cada vez mais de Deus e adorando ídolos e deuses falsos. A vida de Oséias serve como uma espécie de parábola daquilo que estava acontecendo entre o povo e o seu Deus. Assim como o profeta sofria a traição da esposa, o povo vivia na infidelidade adorando deuses estranhos. Assim, o tema do livro de Oséias consiste basicamente em revelar a infidelidade do povo de Israel em contraste ao amor e a fidelidade de Deus.
Ao contrário que nós muitas vezes imaginamos, a relação de um povo com suas divindades influencia decisivamente tudo aquilo que representa a vida. Toda a cultura é permeada e reflete a espiritualidade de um povo. Deus, como criador original de todas as coisas representa toda a verdade, conhecimento e sabedoria. Afastar-e dessa fonte geradora de tudo é ignorar a sabedoria a respeito da vida. Logo, perdemos os referenciais, os caminhos, a orientação necessária para desfrutarmos o melhor da vida. De acordo com Oséias 4. 6 o povo estava se destruindo por falta de conhecimento. Apesar da multiplicação do número de sacerdotes, ou seja, de líderes religiosos, o pecado, a maldade e a desobediência só faziam aumentar. De nada valem as instituições, os gurus e os livros se estes não buscarem sabedoria na fonte mais pura e originaria de toda a sabedoria.
Muitas vezes a nossa desobediência e decisões arbitrárias nos levam a sofrer consequências dolorosas. O povo de Israel começava a experimentar isso e logo logo as coisas iriam piorar bastante. Sabemos que dor também ensina. As dificuldades nos permitem passar por verdadeiros processos de purificação. A mensagem que subsiste no livro de Oséias é de misericórdia, fidelidade e amor de Deus. Tudo isso apesar da infidelidade do povo. Pena que muitas vezes precisamos aprender isso da forma mais dura. Que a consciência a respeito desse insistente amor e fidelidade do Senhor nos permitam, sempre de novo, retornar aos braços do pai!

terça-feira, 16 de março de 2010

Você É Bem-Aventurado

A compreensão de que para obter o amor ou mesmo um favor de Deus depende do quanto consigo agradá-lo, faz com que toda a minha leitura e compreensão das Escrituras seja afetado. São poucas as pessoas que se dedicam à leitura da Bíblia e menos ainda aqueles que tiram tempo para estudá-la seriamente. Esse 'analfabetismo' bíblico permite que muitas pessoas sejam iludidas e sofram com os mercenários da fé. Embora tenhamos fácil acesso às Escrituras hoje, poucos são aqueles que se dão o trabalho de conferir se aquilo que estão ouvindo é assim mesmo. E, se alguém ainda lê, e, estiver predisposto a acreditar que precisa agradar ou oferecer sacrifícios a Deus para ser lembrado, tenderá a interpretar os Evangelhos por essas lentes.
Um texto que geralmente é interpretado de forma equivocada é o sermão da montanha de Jesus. Dos três capítulos do livro de Mateus que registram o Sermão do Monte, as Bem-Aventuranças talvez seja o texto mais conhecido: "Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus" (Mateus 5.3-10). Entre a multidão que escutava Jesus estavam homens, mulheres e crianças do povo. Pessoas simples, trabalhadores, um povo explorado pelo jugo do império romano, gente que dependia da religião instituída para obter algum acesso a Deus e alívio de consciência. Enfim, seres humanos sujeitos a todo tipo de opressão.
A nossa tendência meritocrática, a nossa compreensão de que tudo funciona na base da causa e efeito, tende a escutar as palavras de Jesus como se Ele estivesse enumerando condições. Achamos que para ser bem-aventurado, alguém precisa agora se esforçar para ser pobre em espírito, misericordioso, puro de coração, etc. Quando, na verdade, Jesus está simplesmente dizendo que é assim. Ele não está dizendo que 'se' ou 'quando' vocês alcançarem tais qualidade finalmente serão recompensados. O que Jesus está dizendo é que o Reino chegou. Por isso, os que choram são consolados, os puros de coração veem a Deus, os misericordiosos recebem misericórdia... A mensagem não visa revelar uma lista de regras ou atributos necessários que nos farão merecedores do Reino dos céus. Afinal, se fosse assim, quem seria bem-aventurado?

sábado, 13 de março de 2010

E o Homem Criou Deuses À Sua Imagem

Uma das grandes questões do cristianismo é a fé num Deus pessoal. O Deus da tradição judaico-cristã não se apresenta como uma energia impessoal e distante, nem como mero arquiteto do universo que após concluir sua obra desapareceu sem dar notícia. A Bíblia também não apresenta um Deus que é tudo. Mas, um Deus que criou todas as coisas. Compreender que Deus é alguém com quem posso me relacionar é de fundamental importância. Me liberta de uma fé meramente subjetiva, doutrinária, legalista, baseada em conceitos e regras frias. Saber que Deus é pessoa me ajuda a compreender que fé não é algo em si mesmo. Não basta ter fé na fé. Pois a fé que não tem alguém em quem crer, se torna em nada. Assim, posso conhecer-me melhor graças ao outro e, eu sou o que sou graças a Deus.
O ser humano é um ser comunitário. Porém, mantém a sua individualidade. Formamos a nossa identidade e nos encontramos nos relacionamentos com nosso semelhante. No entanto, não deixamos de ser nós mesmos por mais que nos envolvamos com a humanidade das demais pessoas. "Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou: homem e mulher os criou" (Genesis 1. 27). Sabemos quem somos e o que somos. sabemos a fonte da inspiração que nos criou. Sabemos quem foi o modelo original que refletiu a imagem do que somos hoje. Deus serviu ao mesmo tempo de molde e artesão na criação do ser humano. Como você se relaciona com as pessoas que você ama? Como se elas fossem energias sem personalidade!? Como se fossem uma fonte de recursos a serem explorados!? Como se fossem uma espécie de massa ou energia sem vontade própria!? Como alguém que existe somente na sua imaginação!?
Num relacionamento é preciso, no mínimo, pressupor um outro dotado de sensibilidade, vontades, personalidade, caráter, história e vida, assim como eu. Ninguém se relaciona com uma outra pessoa da mesma maneira que se relaciona com seu computador, com o sofá ou o cachorrinho. Ninguém interage com pessoas do mesmo modo como o faz com a lua, com o vento ou as árvores. Até mesmo as pessoas nós as consideramos em suas particularidades. Por que então achar que Deus pode ser tratado como um moleque de recados? Ou, um mordomo bem mandado? Com que fundamento acreditamos que Deus se ativa graças a algumas palavras corretamente recitadas? De onde as pessoas tiraram que Deus é uma energia impessoal a espera das palavras mágicas para fazer as coisas acontecerem? Quando Deus se transformou num bobão que gosta de ser bajulado e agradado para retribuir com carro zero, mansões e iates? Quem condenou Deus a viver no fundo de um poço dos desejos aguardando as moedas atiradas para conceder sorte aos mais generosos?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Quando Agradar Se Torna Um Bom Negócio

Perpetuar a crença de que existe um deus ou vários, bem como entidades e espíritos que precisam ser agradados, é um bom negócio. Solo fértil para o surgimento de líderes ou gurus que se auto proclamam detentores de um conhecimento mais elevado. E, por isso, podem cobrar pelos serviços religiosos sob pretexto de estarem ajudando os fiéis (clientes). O cliente do deus em questão é orientado a deixar a sua oferenda no 'balcão' do guru que, por sua vez, promete dar os devidos encaminhamentos. Uma prática que alimenta um grande mercado religioso de sacrifícios, ofertas, fabricação e venda de objetos como amuletos, patuás, adesivos, camisetas, livros, discos, animais, flores, etc... A busca por cura, prosperidade, paz e libertação da culpa é explorada inescrupulosamente. Tais deuses narcisistas não existem, na realidade. Apenas na cabeça de pessoas que criam seus ídolos nos quais projetam as suas próprias características. Outros, sabendo disso, aproveitam-se para oferecer seus serviços de intermediários ou enviados especiais.
O livro de Atos dos Apóstolos já revelava a exploração e os lucros que se obtinham com a venda das miniaturas de prata do templo de Diana (Atos 19. 24). E, como pode ser perigoso pregar um Deus que não necessita de bajulações, sacrifícios e que, na verdade, não se agrada que se faça comércio explorando a boa fé do povo. Quando as pessoas são libertas pelo Evangelho, outros que tem nessa atividade "uma boa fonte de lucro" (Atos 19. 25) sentem-se ameaçados. E, isso pode gerar conflito, agressões, tumulto e até morte. Como cristão convicto, o Apóstolo Paulo vai escrever em outro momento que, "ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus” (2 Coríntios 2. 17).
Propagar um tipo de religiosidade que possui deuses e entidades que necessitam ser agradados, portanto, é um bom negócio. No entanto, é uma religião falsa, equivocada e que não liberta o ser humano das suas amarras interiores. Pelo contrário, a pessoa vai sendo cada vez mais envolvida e enganada de modo que precisa oferecer cada vez mais para ser abençoada. Aqueles que se beneficiam desse esquema jamais vão se responsabilizar, afinal, apresentam-se como meros intermediários. Sua desculpa sempre fará recair a responsabilidade em deus ou no fiel: "Se não aconteceu é porque você não teve fé suficiente!" E, como não existe um PROCON mediúnico, resta tentar de novo... e, de novo... de novo...! Alguns se cansam e passam a viver resignados culpando o destino. As palavras de Jesus, no entanto, permanecem convidativas: "Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino" (Lucas 12. 32).

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