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segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Jeito de Deus

De certa maneira, o assunto de nossos textos abordando a lei ou a vontade de Deus significa dizer que existe uma ordem para todas as coisas. Essa lei é a maneira como Deus exerce a sua soberania sobre o mundo criado. Logo, agir de acordo com a vontade de Deus é agir conforme o jeito certo. Consequentemente, quem age conforme o jeito de Deus tem maiores chances de ver o fruto de seu empreendimento alcançar êxito. Existe uma maneira correta de agir para cada esfera da realidade: na economia, na estética, na ética, na comunicação, na pedagogia, na lógica, na psicologia, na biologia, na fé e etc. Portanto, sempre que alguém agir conforme a vontade de Deus numa destas áreas, o resultado inevitável será um “produto” de qualidade. O salmista já sabia bem disso: “Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite. É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!” (Salmo 1. 1-3).

No entanto, sabemos que para que pudéssemos ser de fato livres, Deus nos criou assim, com a possibilidade de tomarmos decisões. Logo, facilmente o ser humano caiu no erro de colocar a si mesmo no centro do universo. O que temos a seguir é resultado da desobediência e da pretensão humana de querer colocar-se como referencia para o mundo. E, assim, a direção que passamos a dar às coisas foi se distanciando da ordem divina na criação. Embotados pelo pecado, perdemos a sabedoria e a capacidade de discernir corretamente as coisas. Tudo consequência de nossa rebelião contra Deus. O mundo à nossa volta tem revelado como estas consequências podem ser catastróficas.

Quando nos rendemos novamente a Deus, a pergunta natural que deveríamos fazer se dirige a Ele: qual é a tua vontade Senhor? E, assim, com oração, meditação, leitura e estudo nas Sagradas Escrituras, nos entregarmos a um relacionamento onde humildemente nos deixamos ensinar por Deus. Obviamente continuaremos cometendo erros. No entanto, com humildade e perseverança, manteremos o foco naquele que sabe todas as coisas! O fato de não podermos alcançar uma perfeição não anula a possibilidade de que podemos melhorar. Eu posso compor uma música e tentar interpretá-la para você com a ajuda de um piano. Mas, garanto que todos concordarão que me sairei muito melhor se antes tiver aulas de canto, teoria musical, iniciação em piano e praticar bastante! Existe um jeito para executar boa música. Quem o descobre, rende-se a ele e pratica, inevitavelmente será um artista que nesta área, estará se submetendo à ordem da criação de Deus.

sábado, 11 de maio de 2013

Além Do Que Os Olhos Podem Ver

O leitor mais atento deve ter notado que temos refletido um mesmo tema numa série que iniciou junto com o ano de 2013. Chegamos ao décimo nono texto tratando a respeito de um tema central na vida das pessoas: a vontade de Deus. Não que todas as pessoas fazem desta uma preocupação central em suas vidas. O que queremos dizer é que este é um tema central, quer saibamos disso ou não. A existência de uma Lei Moral pode ser notada mesmo antes de se reivindicar que por trás dela esteja o Deus da tradição judaico-cristã. No entanto, com muito mais propriedade que eu jamais conseguiria fazer, prefiro indicar ao leitor que busque a companhia de um dos maiores autores cristãos do século XX.

Nos últimos dias comecei a reler Cristianismo Puro e Simples de C. S. Lewis. Além desta que é uma obra magnifica, este pensador irlandês deixou um legado que vale a pena conhecer. Textos como Cartas de Um Diabo a Seu Aprendiz, A Abolição do Homem, O Grande Abismo e muitos outros marcaram uma geração de cristãos pelo mundo. Professor de literatura medieval e renascentista, C. S. Lewis ficou mais conhecido no Brasil graças a uma de suas obras que também vem sendo adaptada para o cinema: As Crônicas de Nárnia. Ateu durante boa parte de sua vida, Lewis rendeu-se à fé cristã numa busca séria e racional que durou algum tempo. No livro Surpreendido Pela Alegria ele relata em uma biografia espiritual essa jornada de volta ao pleno cristianismo.

Voltando ao nosso tema, tomo a liberdade de indicar a leitura de Cristianismo Puro e Simples para todos que desejam buscar maior aprofundamento. Na primeira parte da obra, Lewis aborda o certo e o errado como chaves para a compreensão do sentido do universo. Para ele, “os seres humanos, em todas as regiões da Terra, possuem a singular noção de que devem comportar-se de certa maneira, e, por mais que tentem, não conseguem se livrar dessa noção”. As pessoas sabem “que na prática não se comportam dessa maneira. Os homens conhecem a Lei natural e transgridem-na. Esses dois fatos são o fundamento de todo pensamento claro a respeito de nós mesmos e do universo em que vivemos” (Cristianismo Puro e Simples, versão em português pela Martins Fontes, 2009. p. 12). Lewis vai abordar ainda algumas objeções que questionam se tal moralidade não seria apenas um instinto gregário ou fruto de uma convenção social. Trata-se, portanto de uma leitura bastante útil na companhia deste sábio pensador que nos desafia a enxergar a realidade para além dos fatos. Afinal, além de tudo o que nós - seres humanos - fazemos, sabemos que muitas vezes o nosso comportamento deveria ser diferente.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Saber

Já argumentamos que seguir as leis de Deus é antes uma questão de bom senso do que mera religiosidade sem sentido. Mas, isso não seria destituir o nosso comportamento de qualquer senso de moralidade para um mero pragmatismo? Eu prefiro utilizar a escada ou o elevador para descer um prédio. Será que ao agir assim em vez de simplesmente saltar lá de cima eu estaria mesmo buscando seguir a vontade de Deus? Ou, opto por isso simplesmente porque é melhor para a minha saúde e segurança? Quando eu me importo com as árvores porque ao derrubá-las sei que as cidades ficarão mais poluídas eu não estaria alegando apenas um motivo egoísta? É claro que geramos sofrimento para nós mesmos e para os outros quando violamos a verdade de Deus. Mas, o cristão não age somente por razões pragmáticas. A base de nossa ação é que Deus existe e fez todas as coisas. Amar o próximo, respeitar a natureza, zelar por nossa cidade não é algo em si mesmo. Tudo o que existe tem o direito de ser conforme a ordem criada por Deus. Muito mais do que bom senso, pragmatismo ou medo, é uma questão de confiança irrestrita!

Talvez você argumente que agora estamos entrando em contradição. Afirmamos que viver segundo a vontade de Deus não se trata apenas de motivo religioso. E, agora, dizemos que devemos viver segundo a vontade de Deus simplesmente porque Deus existe. O fato é que há uma maneira como Deus fez todas as coisas e é esta a realidade que temos diante de nós. Exatamente isso. É uma questão de fé. Mas, não uma fé na fé. Mas uma fé em algo objetivo, que pode ser observado, analisado, estudado, testado. Não estou falando de fantasmas ou coisas de algum outro mundo fictício. O que temos é o mundo em que vivemos e que Deus criou para que vivêssemos nele. Qualquer outra explicação para o mundo e a realidade terá seu próprio fundamento que é tão ou mais religioso. A honestidade intelectual exige, no entanto, que consideremos e comparemos todas as visões para ver qual é a mais coerente. Não se trata, portanto, de uma religiosidade arbitrária.

A fé cristã não teme a dúvida, as perguntas e nem mesmo a ciência. Aliás, a ciência moderna é fruto do empreendimento de muitos pensadores cristãos. Os cristãos creem na existência do mundo real. Um mundo que está aí e que pode ser investigado, estudado, pesquisado. Crenças que consideram tudo irreal ou ilusório, ou que acreditam que tudo está possuído de espíritos, não aceitam interferir. Ou porque é perda de tempo ocupar-se com o irreal ou porque não devem profanar os espíritos. Os cristãos, no entanto, creem que a criação é confiada aos seres humanos para que cuidemos e cultivemos. Podemos e devemos interferir. E, assim, desenvolvemos cultura e fazemos ciência. Não significa que temos a capacidade de saber tudo. Mas, também não significa que sejamos incapazes de saber algo.

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