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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A Vontade de Deus

Um dilema na vida de todo cristão piedoso é a busca sincera por viver segundo a vontade de Deus. Como já dissemos, não porque Deus estabelece leis arbitrárias para punir depois quem não as segue. Mas, por uma questão de temor, reverencia e sabedoria. Se Deus existe e é o criador de todas as coisas, nada mais sensato do que buscar proceder segundo os seus desígnios. O dilema do cristão já foi expresso muito bem pelo Apóstolo Paulo: “decido fazer o bem, mas de fato não o faço. Decido não fazer o mal, mas acabo fazendo, de um modo ou de outro” (Romanos 7. 18-19). Portanto, simplesmente saber o que é certo ainda não é garantia de que conseguiremos agir de acordo. Antes, porém, de entramos nessa questão e qual seria a saída, vamos nos deter um pouco mais no ponto anterior: como saber o que é certo e o que é errado.

Esta é uma resposta que obviamente só encontraremos também naquele que criou todas as coisas. Sem Deus não teremos nenhum padrão de moralidade para discernir o certo e o errado. As Leis naturais são parte da vontade de Deus e estabelecidas para o bom funcionamento do Universo. Se você estiver no alto de um prédio muito alto e de repente decidir descer de lá, terá algumas opções para fazer isso: 1) Utilizar as escadas; 2) Utilizar o elevador; 3) Ir até a janela e saltar lá de cima. Qual destas opções estaria mais de acordo com a vontade de Deus? Por tratar-se de uma questão radical que envolve vida ou morte, estupidez ou bom senso, parece muito simples para qualquer pessoa agir de acordo com a vontade de Deus aqui. E, como sabemos que a vontade de Deus consiste em utilizar o elevador ou as escadas e não simplesmente se lançar pela janela? Poderíamos dizer simplesmente que Deus é o criador da Lei da Gravidade e obedecê-la é no mínimo um ato de prudência. Mas, poderíamos acrescentar ainda que é contrário à vontade de Deus que tiremos a própria vida. De onde deduzimos essa última lei?

Assim como existem as leis chamadas naturais, temos também leis morais. Estas foram reveladas por Deus nos Dez mandamentos (Êxodo 20). É por isso que sabemos que existe o certo e o errado. Os mandamentos nos apresentam leis que são igualmente universais. “Não Matarás” não é uma lei específica dada para um determinado indivíduo numa certa época e lugar. Mas, é uma norma para todas as pessoas em todas as épocas e em todos os lugares. É esta lei de Deus que nos ajuda a discernir entre o bem e o mal. Ela nos é revelada pelas Escrituras, mas, também pode ser discernida no mundo e nas culturas em geral. Como seres criados à imagem e semelhança de Deus nós possuímos uma consciência moral que já demonstramos desde muito jovens. Lá no íntimo todos temos alguma consciência do certo e do errado. Estamos cientes do fato de que aqui entramos num terreno delicado e controverso. Acreditamos, no entanto, que não podemos fugir a esta reflexão.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Discernimento

Aqueles que têm nos acompanhado nos últimos textos publicados aqui perceberam a nossa argumentação sobre o Deus criador e a sua vontade. Talvez até mesmo os mais céticos não encontrem maiores problemas com relação a compreensão de que as Leis Naturais ou Universais estejam aí para serem observadas e respeitadas. Mas, e se houver também leis semelhantes para a cultura e a sociedade em geral? Se Deus é criador sobre todas as coisas, então Ele é soberano sobre o reino animal, sobre a sociedade humana, sobre nossas organizações, inclusive o Estado. Nenhum assunto está fora do domínio de Deus. A diferença é a responsabilidade. O vento sopra, os pássaros migram, a maça simplesmente cai. Não se atribui nenhuma responsabilidade para estas coisas. Porém, os seres humanos têm responsabilidades.

Eu posso subir um prédio de dez andares. Lá de cima eu sei que existe a Lei da Gravidade. Se eu saltar do alto do prédio eu posso ter a certeza de uma consequência inevitável: eu vou morrer. No entanto, eu tenho escolha, posso saltar ou não. Se eu saltar e morrer, as pessoas não perguntarão pela razão de Deus ter criado uma lei tão arbitrária quanto a gravidade, mas, o que me levou a cometer uma loucura dessas. Lemos no Evangelho que o diabo levou Jesus “à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: ‘Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra’. Jesus lhe respondeu: ‘Também está escrito: Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’” (Mateus 4.5-7).

Em nosso sonho de grandeza e autonomia acabamos fazendo muitas coisas insensatas. Os primeiros humanos escolheram desobedecer e pagar para ver. A nossa rebelião nos afasta de Deus. Por um lado, o pecado nos cega e perdemos a capacidade de discernir a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. E, mesmo que esta esteja clara para nós, muitas vezes preferimos o nosso próprio caminho. Por outro lado, o ser humano permanece como alguém criado à imagem e semelhança de Deus. Ele mantém, assim, o seu potencial criativo, a sua liberdade de escolha, a capacidade de amar e criar coisas belas. Este é o dilema humano: vivemos entre a dependência de Deus e a rebelião. Não enxergamos mais com clareza. Vemos a realidade como por uma vidraça embaçada. É como se tudo estivesse turvado pela mancha do pecado. Voltar-se para Deus significa começar a abrir a janela em vez de esfrega-la. E, então, experimentaremos algo como escamas caindo de nossos olhos. E, assim viveremos até que finalmente chegue o dia em que veremos novamente face a face (1 Coríntios 13.12).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Leis Universais

As leis segundo as quais o Universo funciona são chamadas de Leis da Natureza ou Leis Universais. Temos as três conhecidas leis de Newton: o princípio da inércia, princípio fundamental da dinâmica e o princípio da ação e reação. E, muitas outras leis como da termodinâmica, hereditariedade e fotossíntese, por exemplo. Todas elas, se não são precisas, ao menos nos ajudam a compreender melhor o universo e como as coisas funcionam. Logo, o desenvolvimento, as invenções e a maneira de lidar com esta realidade não consistem numa tentativa maluca de revogar tais leis, mas, de se adequar a elas. São leis que estão aí e, através das quais, Deus rege o Universo criado. Elas podem ser descobertas na física, na química, na biologia e outras ciências naturais.

Se estas são leis num Universo criado, elas representam nada mais nada menos do que a vontade de Deus. “Ele envia sua ordem à terra, e sua palavra corre veloz. Faz cair a neve como lã, e espalha a geada como cinza. Faz cair o gelo como se fosse pedra. Quem pode suportar o seu frio? Ele envia a sua palavra, e o gelo derrete; envia o seu sopro, e as águas tornam a correr” (Salmos 147. 14-18). Neste contexto, o que significa viver segundo a vontade de Deus?

Eu posso fazer um pedido ou mesmo dar uma ordem ao meu filho dizendo que ele deve plantar bananeira três vezes ao dia, caso contrário ele será punido com cinco chibatadas. Esta, porém, seria para meu filho uma lei arbitrária, sem qualquer sentido. Por isso, nenhum pai sensato faria algo assim. No entanto, quando digo à minha filha de quatro anos para não colocar a mão no fogo, pois, se ela fizer isso, irá se queimar e sentir muita dor, não se trata de nenhum pedido arbitrário. O fogo queima. Foi criado para isso. É uma lei irrevogável. Respeitar o fogo, portanto, significa sabedoria e não apenas zelo por algum capricho de um pai insano.

Portanto, sempre que os seres humanos trabalham para descobrir as leis do universo, eles estão fazendo aquilo para o qual foram criados. E, quando utilizam seu conhecimento para a promoção da vida, estão refletindo a boa imagem de Deus que herdaram. O Apóstolo Paulo referia-se à vontade de Deus como sendo boa, perfeita e agradável (Romanos 12. 2). Foi esta vontade que criou todas as coisas e avaliou tudo como “muito bom” (Gênesis 1. 31). Viver segundo a vontade de Deus, portanto, não é uma questão de fanatismo religioso, mas, uma demonstração de sabedoria. As Leis Naturais correspondem à ordem de Deus na Criação. A pergunta, então, é: haveria também normas para a cultura e a sociedade?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Direção Que Damos Para As Coisas

O ser humano é livre para fazer escolhas. Isto fica claro desde o princípio quando Deus diz que havia uma árvore no jardim da qual não se deveria comer. Somente um ser humano capaz de discernir as coisas poderia receber tal orientação. É o mesmo ser humano que hoje constrói pontes e projeta aviões porque sabe que, diferente dos pássaros, não é capaz de voar. É este ser humano criativo e cultural que é capaz de discernir as coisas e descobrir as leis de Deus na Criação. Ele pode interagir com a realidade de modo a promover a vida ou a morte: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá" (Gênesis 2.16-17). Ter um Deus como fundamento de todas as coisas é admitir que existe um modo como as coisas realmente são. Que uma maça cairá até atingir o chão assim que se desprende da macieira pode ser observado em todas as épocas e em todos os lugares do planeta.

Dizer que Deus criou todas as coisas significa que a gravidade existe por sua vontade. Deus quis que as coisas fossem assim. Quando Sir Isaac Newton observava o mundo natural à sua volta é que de repente perguntou a si mesmo: ”Por que essa maçã sempre desce perpendicularmente até o solo?” E assim Newton elaborou a fórmula que representa a lei da gravitação universal. Ele não criou a lei da gravidade, mas, percebeu que ela está aí. A partir dos estudos de pessoas como Johannes Kepler e Isaac Newton a humanidade foi enriquecida com um conhecimento que antes não possuía. Saber como os planetas giram ao redor do sol e como os corpos se atraem mutuamente não estava entre as maiores preocupações dos autores dos relatos bíblicos originais. Mas, estava no ser humano criado à imagem e semelhança de Deus o potencial de explorar e descobrir essas coisas. E, geralmente, ao descobrir como as coisas funcionam na criação, o ser humano pode subjugar esta realidade de modo a tirar proveito, seja para bem, seja para mal.

Uma pessoa que procurou enfrentar o desafio de não poder voar e a lei da gravidade foi o brasileiro Santos-Dumont. Para voar ele precisou conhecer bem como funciona outra lei. A aerodinâmica está relacionada à dinâmica dos corpos que se movem dentro de fluidos como o ar. Assim, a construção do primeiro avião foi possível mediante o conhecimento e estudo dos princípios da aerodinâmica. Se hoje podemos voar é graças à engenhosidade humana que continua a fazer uso do seu potencial criativo herdado de Deus. Permanece também a liberdade sobre como queremos utilizar nosso arbítrio. Os mesmos aviões que levam pessoas pelo mundo encurtando distâncias e salvando vidas são utilizados em guerras para atirar bombas. Conta-se que santos-Dumont ficou muito mal e depressivo ao ver sua criação sendo utilizada para fins bélicos. Foi pouco depois de ver aviões atacando o Campo de Marte em São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932 que o aviador cometeu suicídio.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Liberdade e Responsabilidade

Os cristãos creem num Deus criador na origem de todas as coisas. Quais são as implicações desse fundamento para as nossas vidas? Em Gênesis lemos que Deus criou tudo com ordem e de modo maravilhoso. Todas as coisas cooperando para favorecer a vida. Os seres humanos receberam responsabilidades especiais. É como se Deus nos tivesse feito co-criadores. Temos a possibilidade de desenvolver todo o potencial da boa criação de Deus. Podemos pegar o barro e fazer panelas para cozer os alimentos. Podemos utilizar a madeira para construir casas que nos abrigam contra o frio. Descobrimos a pólvora, o fogo, a lei gravitacional, o DNA e etc... Tudo já estava lá, desde o início. Não fomos nós os criadores, apenas descobrimos. Imaginamos algo novo e, a partir das coisas criadas, trazemos à existência novas realidades. E, foi assim que Deus planejou. Ele nos colocou no mundo para que pudéssemos desfrutar dele de modo zeloso e responsável.

 Existem alguns equívocos na interpretação bíblica e que precisamos corrigir. Assim como se criou o mito de que o fruto proibido era uma maça, outras questões se popularizaram como se estivessem na Bíblia sem nunca constar no Livro Sagrado. Uma delas é que o trabalho é uma consequência do pecado de Adão e Eva. Esta interpretação equivocada está relacionada geralmente a outro erro que associa o pecado original com relação sexual. Estes dois equívocos acabam gerando uma ideia errada sobre trabalho e sexualidade que se perpetua até hoje. Muitos cristãos têm dificuldades com o tema da sexualidade e encaram o trabalho como castigo ou mal necessário.

No mundo existem apenas duas categorias existentes: o Criador e o criado. Os seres humanos estão na categoria de criaturas. Logo, a nossa relação com o Criador é de adoração. Quando nos recusamos a reconhecer a soberania do Deus criador, inevitavelmente elegemos outra coisa para adorar. E, consequentemente, esta outra coisa será algo da categoria das criaturas (da criação). E, a isto a Bíblia chama de idolatria. Adorar qualquer coisa que não o Criador é adorar algo menor do que ele e, menor também do que o próprio ser humano, uma vez que o ídolo será apenas uma projeção do ímpeto religioso da pessoa. Aqui nós chegamos ao ponto crucial. Só existe um Deus criador e mantenedor de tudo. Ele é soberano, sábio e regente. Abrir mão disso é declarar independência e abraçar a pretensão de que se pode recriar a realidade de acordo com os próprios interesses.

As coisas que nós consideramos maldade, injustiça, sofrimento, dor e etc. no mundo, nada mais são do que as consequências dessa busca por autonomia. Sem Deus acabamos errando o alvo. Jogamos fora aquele que projetou todas as coisas e que conhece melhor do que nós como as coisas realmente são. Por isso, os frutos da desobediência, mais do que um castigo caprichoso de Deus, nada mais é do que a consequência do uso equivocado da liberdade que recebemos.

Nem Deuses, Nem Animais

Uma questão básica do cristianismo é que Deus existe e Ele é o criador de todas as coisas. Uma confusão frequente quanto a isso ocorre quando tanto cristãos quanto incrédulos sobre este ponto argumentam como se a Bíblia fosse um livro científico. Não podemos nos esquecer que a Bíblia foi escrita muitos séculos antes da nossa ciência moderna. Portanto, ela não registra questões científicas, mas, revela a ação de Deus na história. Os autores bíblicos não estavam muito preocupados em como as coisas acontecem. Eles apenas registravam os acontecimentos de acordo com o que testemunhavam.

 Todo o potencial criativo do ser humano, sua inteligência e capacidade de interagir com a criação já faziam parte dos propósitos de Deus. Os seres humanos foram criados segundo a imagem de Deus de modo que refletimos a sua natureza. O relato de Gênesis deixa claro que nós somos responsáveis pela criação de Deus (Gênesis 1.26-30). É nossa a responsabilidade de cuidar dos animais e das plantas. Fomos criados também de modo que cultivemos o solo e mantenhamos todas as coisas em ordem (Gênesis 2. 15).

Recebemos, assim, a capacidade de desenvolver a cultura em geral e de nos multiplicarmos sobre a terra. Ainda, fomos criados com a capacidade de escolha, de discernir o certo do errado, com a liberdade de viver segundo a ordem estabelecida por Deus para a criação. Liberdade que permite até nos rebelarmos contra o criador (Gênesis 2. 16-17). Um verso significativo no relato da criação nós encontramos no final do primeiro capítulo de Gênesis: “Deus olhou para todas as coisas que havia feito; tudo era tão bom; tudo era ótimo!” Isso porque Deus criou todas as coisas de modo perfeito para o desenvolvimento da vida em sua plenitude. Deus não criou um sistema arbitrário de coisas. Existem leis regendo o universo de modo que tudo coopera para que possamos existir. Basta uma releitura dos primeiros capítulos de Gênesis para perceber o cuidado de Deus com cada detalhe. Também o livro dos Salmos revela a soberania e o domínio de Deus sobre todas as coisas criadas. O sábio autor de Provérbios reconhecia que “por sua sabedoria o Senhor lançou os alicerces da terra, por seu entendimento fixou no lugar os céus; por seu conhecimento as fontes profundas se rompem, e as nuvens gotejam o orvalho” (Provérbios 3.19-20).

O que significa tudo isso para o ser humano inteligente, criativo e instigador? Temos diante de nós uma bela criação onde viver e desenvolver cultura para preencher a nossa vida de sentido e prazer. Não somos máquinas impessoais pré-programadas. Somos seres humanos criados para nos relacionarmos com Deus, com outros seres humanos e com a criação. O que esquecemos muitas vezes, no entanto, é que não somos deuses, mas humanos. E, por isso, sofremos e geramos sofrimento a outros. Se admitimos um Deus criador na origem de todas as coisas, quais são as implicações desse fundamento para as nossas vidas?

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