
Existem alguns equívocos na interpretação bíblica e que precisamos corrigir. Assim como se criou o mito de que o fruto proibido era uma maça, outras questões se popularizaram como se estivessem na Bíblia sem nunca constar no Livro Sagrado. Uma delas é que o trabalho é uma consequência do pecado de Adão e Eva. Esta interpretação equivocada está relacionada geralmente a outro erro que associa o pecado original com relação sexual. Estes dois equívocos acabam gerando uma ideia errada sobre trabalho e sexualidade que se perpetua até hoje. Muitos cristãos têm dificuldades com o tema da sexualidade e encaram o trabalho como castigo ou mal necessário.
No mundo existem apenas duas categorias existentes: o Criador e o criado. Os seres humanos estão na categoria de criaturas. Logo, a nossa relação com o Criador é de adoração. Quando nos recusamos a reconhecer a soberania do Deus criador, inevitavelmente elegemos outra coisa para adorar. E, consequentemente, esta outra coisa será algo da categoria das criaturas (da criação). E, a isto a Bíblia chama de idolatria. Adorar qualquer coisa que não o Criador é adorar algo menor do que ele e, menor também do que o próprio ser humano, uma vez que o ídolo será apenas uma projeção do ímpeto religioso da pessoa. Aqui nós chegamos ao ponto crucial. Só existe um Deus criador e mantenedor de tudo. Ele é soberano, sábio e regente. Abrir mão disso é declarar independência e abraçar a pretensão de que se pode recriar a realidade de acordo com os próprios interesses.
As coisas que nós consideramos maldade, injustiça, sofrimento, dor e etc. no mundo, nada mais são do que as consequências dessa busca por autonomia. Sem Deus acabamos errando o alvo. Jogamos fora aquele que projetou todas as coisas e que conhece melhor do que nós como as coisas realmente são. Por isso, os frutos da desobediência, mais do que um castigo caprichoso de Deus, nada mais é do que a consequência do uso equivocado da liberdade que recebemos.
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