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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Como o Mestre...

Finalizei meu relato anterior, do episódio com as crianças, com a pergunta: "Que tipo de Deus as pessoas descobririam se resolvessem me seguir?"

Gostaria de levar essa reflexão um pouco mais adiante. Talvez o pequeno Henrique, na sua imaginação infantil, estivesse pensando que aqueles dois missionários andarilhos chegariam em alguma casa, em algum templo e lá se encontrariam com o seu Deus, um Deus que poderíamos identificar, ver, tocar, enfim...

No entanto, o Henrique sabia também que, embora os pais dele sempre lhe falassem de Deus, contassem histórias bíblicas, os levassem a igreja, não havia um Deus tão facilmente visível e palpável para ser identificado. Ou será que essa é uma interpretação da cabeça de um adulto condicionado e limitado, incapaz de perceber o quão à frente poderia estar aquela cabecinha de três anos de idade?

Talvez, a criança estivesse me ensinando algo que eu já não conseguia perceber, acostumado que estava, com um Deus conceitual e distante!? Inevitavelmente, episódios assim nos levam à reflexão. Um seguidor de Jesus é um discípulo de Jesus. Você crê em Deus? Você crê que Jesus Cristo é o filho de Deus, o salvador do mundo, o Deus encarnado que deu a sua vida para que você pudesse ser redimido, perdoado, salvo? Você tem convicção de que Jesus Cristo é seu Salvador e seu Senhor? Você se dispôs a seguir este Jesus? Então, você é um discípulo de Jesus.

Sendo eu um discípulo de Jesus, a minha vida deveria refletir o Deus no qual confesso crer. Mas, se alguém me seguir, se as pessoas começarem a observar a minha vida, que Deus elas descobrirão? E se de repente uma criança resolver levar a sério essa ideia diante da sua curiosidade pelo Deus no qual eu confesso a minha fé? Se ela me seguisse, qual Deus descobriria?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Qual é a Sua Desculpa?

Os textos anteriores nos conduziram ao tema do discipulado. Sem dúvida um assunto recorrente na igreja. Um texto da Bíblia sobre o qual venho refletindo recentemente é Lucas 9. 57-62.

Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: "Eu te seguirei por onde quer que fores". Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". A outro disse: "Siga-me". Mas o homem respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai". Jesus lhe disse: "Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus". Ainda outro disse: "Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e me despedir da minha família". Jesus respondeu: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". 

Jesus está, como de costume, envolvido pela multidão. Acontece, então, algumas conversas de alguns destes personagens com Jesus. Esta conversa acontece ao longo do caminho. Jesus havia manifestado que seu destino nessa caminhada era Jerusalém (Lc 9.51). Um imbróglio envolvendo os samaritanos fez com que se dirigissem a outro povoado. Ao longo desse caminho é que Jesus é interpelado por três candidatos ao discipulado.

O que chama a atenção nesta passagem é que todos os três homens estavam entre a multidão em torno de Jesus. E, em algum momento, todos se viram face a face com Jesus Cristo. Até aquele momento, talvez, tivessem ouvido falar de Jesus..., quem sabe o tivessem visto de longe...! Pode ser que até já tivessem conversado com alguém outro mais chegado de Jesus! Eles, certamente, já nutriam admiração por aquele jovem galileu! No entanto, chegou o momento de um confronto para valer! Aquele momento de deixar a multidão e tornar-se um discípulo de verdade.

Para o teólogo e mártir luterano Dietrich Bonhoeffer, “cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Jesus Cristo”. Portanto, o discipulado implica num encontro e um confronto com a pessoa de Jesus. As consequências desse encontro são inevitáveis!

E Se Seguissem Você

Por volta de 2014, quando meus filhos tinham 3 e 6 anos de idade, já residindo em Curitiba, eu saía com eles no portão e, chegando à rua, algo chamou a atenção das crianças. Duas pessoas estavam passando. Estas pessoas trajavam roupas idênticas e, até mesmo a mochila que carregavam era semelhante. Ambas também ostentavam um crachá no peito.

Tratava-se de uma dupla de missionários da Igreja dos Santos dos últimos Dias (Mórmons), comum na maioria das cidades brasileiras. Por alguma razão, eles despertaram a curiosidade, especialmente da Sophia. Ela perguntou o que eram aquelas pessoas. Eu, então, tentei explicar para ela. Disse que eram pessoas que saíam por aí falando do Deus no qual eles acreditam.

Ingenuamente imaginei que uma criança, naquela idade, talvez ficaria satisfeita com esse tipo de resposta. Afinal, desde bebês, elas convivem com pais que confessam a Deus, possuem livros e Bíblias em casa, contam histórias sobre Deus, frequentam e as levam a igreja e etc.. Mas, a Sophia não se deu por satisfeita. Perguntou se o Deus daquelas pessoas era o mesmo Deus que a gente acredita. Eu comecei a perceber que estava numa enrascada.

Procurei responder com algo do tipo: bem, eles não acreditam exatamente como a gente, há algumas diferenças... E, antes mesmo que eu pudesse continuar ela interrompe: o deus deles é uma estátua?

Lá estava eu, me contorcendo para tentar explicar: não exatamente, Sophia... Foi então que o Henrique, até aquele momento calado, mas não desligado da conversa, percebendo meu malabarismo e toda a dificuldades para oferecer uma resposta satisfatória, interrompeu abruptamente com uma sugestão brilhante: Pai, por que a gente não segue eles, daí a gente vai ver o deus deles!?

Eu já contei esse episódio algumas vezes e quase sempre fica como mais uma dessas curiosidades engraçadas da relação pais e filhos, especialmente filhos pequenos que vivem a aventura de descobrir o mundo. Como cristão, no entanto, eu jamais pude evitar de lembrar repetidas vezes da palavra de Jesus a respeito das crianças. Uma interpretação possível é que Jesus lembra aos adultos de que, além de ensinarmos, devemos prestar atenção a elas, as crianças, pois também tem muito a nos ensinar, aos adultos.

Hoje, já passados 4 anos daquele episódio, eu costumo me lembrar especialmente da sugestão do Henrique, então uma criança com pouco mais de 3 anos de idade: “Pai, por que a gente não segue eles, daí a gente vai ver o deus deles!?”

Eu não explorei com o Henrique, na época, o que exatamente ele tinha em mente ao propor aquilo. Talvez tenhamos dado algumas risadas e seguimos nosso caminho. Os dois estavam mais interessados no parquinho para onde nos dirigíamos. A imaginação de uma criança é algo realmente incrível! Mas, hoje, quando me pego refletindo sobre algumas coisas das Escrituras, especialmente sobre o discipulado, uma pergunta me assalta: Que tipo de Deus as pessoas descobririam se resolvessem me seguir?

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