Quando ocorrem as mudanças de governo, os noticiários especulam sobre os ministérios. Todos os partidos aliados querem uma ‘boquinha’ no poder. Se não dá para ficar bem á direita ou à esquerda do presidente, mas pelo menos o mais próximo possível. O poder seduz. Está entre as três tentações que talvez exerçam o maior fascínio sobre a humanidade: sexo, dinheiro e poder. No Evangelho de Marcos 10. 35 – 45 encontramos dois dos discípulos de Jesus fazendo um pedido ao Mestre: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”. A glória a que Tiago e João se referiam estava relacionado à expectativa de que Jesus assumiria o poder político da região. Eles desejavam ser os primeiros-ministros.
Um dos elementos mais presentes em nossa oração é sem dúvida a petição (pedidos). Tiago e João apresentaram o seu pedido a Jesus. Eles já tinham aprendido do Mestre que se pedissem lhes seria concedido (Mateus 7. 7). Mas, eles não prestaram atenção na lição completa, pois Jesus ensinou a orar pedindo de acordo com a vontade do Pai (Mateus 6. 10). Eles queriam ser importantes, queriam reconhecimento e grandeza. Mas, estavam equivocados quanto à perspectiva. Eles pediram segundo os padrões humanos e não de acordo com o jeito de Deus fazer as coisas.
Hoje a situação não mudou. Encontramos pessoas sedentas por poder em todas as instituições. Inclusive na igreja. O discurso de muitos líderes religiosos ignora totalmente aquilo que Jesus ensinou sobre a oração. Vemos homens e mulheres exigindo, determinando, reivindicando como se Deus é quem fosse o servo. A natureza humana tolamente se coloca no centro do universo achando que a glória está no ter e no fazer. Falam de Deus, discursam a respeito de Cristo, mas, jamais conheceram realmente o Deus a quem pregam. Ninguém que tenha conhecido de fato o amor e a graça de Deus consegue viver tanto tempo na hipocrisia e nos arroubos de triunfalismo surtado. Se os nossos pedidos refletem as nossas expectativas, muitos hoje estão novamente enganados a respeito do cristo que esperam. Desde cedo desenvolvemos maneiras de utilizar o poder mais tenebroso para atingir os objetivos mais sórdidos. Toda criança aprende desde berço a arte da manipulação.
Quais são as coisas que exercem maior fascínio sobre nós? Quais são as reais motivações por detrás dos meus pedidos a Deus? Temos conseguido submeter a nossa vontade a vontade do Deus soberano? Oremos com o Salmista: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139. 23 e 24). Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário