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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Poder Que fascina

"Ninguém que tenha conhecido de fato o amor e a graça de Deus consegue viver tanto tempo na hipocrisia e nos arroubos de triunfalismo surtado"


Quando ocorrem as mudanças de governo, os noticiários especulam sobre os ministérios. Todos os partidos aliados querem uma ‘boquinha’ no poder. Se não dá para ficar bem á direita ou à esquerda do presidente, mas pelo menos o mais próximo possível. O poder seduz. Está entre as três tentações que talvez exerçam o maior fascínio sobre a humanidade: sexo, dinheiro e poder. No Evangelho de Marcos 10. 35 – 45 encontramos dois dos discípulos de Jesus fazendo um pedido ao Mestre: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”. A glória a que Tiago e João se referiam estava relacionado à expectativa de que Jesus assumiria o poder político da região. Eles desejavam ser os primeiros-ministros.

Um dos elementos mais presentes em nossa oração é sem dúvida a petição (pedidos). Tiago e João apresentaram o seu pedido a Jesus. Eles já tinham aprendido do Mestre que se pedissem lhes seria concedido (Mateus 7. 7). Mas, eles não prestaram atenção na lição completa, pois Jesus ensinou a orar pedindo de acordo com a vontade do Pai (Mateus 6. 10). Eles queriam ser importantes, queriam reconhecimento e grandeza. Mas, estavam equivocados quanto à perspectiva. Eles pediram segundo os padrões humanos e não de acordo com o jeito de Deus fazer as coisas.

Hoje a situação não mudou. Encontramos pessoas sedentas por poder em todas as instituições. Inclusive na igreja. O discurso de muitos líderes religiosos ignora totalmente aquilo que Jesus ensinou sobre a oração. Vemos homens e mulheres exigindo, determinando, reivindicando como se Deus é quem fosse o servo. A natureza humana tolamente se coloca no centro do universo achando que a glória está no ter e no fazer. Falam de Deus, discursam a respeito de Cristo, mas, jamais conheceram realmente o Deus a quem pregam. Ninguém que tenha conhecido de fato o amor e a graça de Deus consegue viver tanto tempo na hipocrisia e nos arroubos de triunfalismo surtado. Se os nossos pedidos refletem as nossas expectativas, muitos hoje estão novamente enganados a respeito do cristo que esperam. Desde cedo desenvolvemos maneiras de utilizar o poder mais tenebroso para atingir os objetivos mais sórdidos. Toda criança aprende desde berço a arte da manipulação.

Quais são as coisas que exercem maior fascínio sobre nós? Quais são as reais motivações por detrás dos meus pedidos a Deus? Temos conseguido submeter a nossa vontade a vontade do Deus soberano? Oremos com o Salmista: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139. 23 e 24). Amém.

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