Quem é que nunca participou de algum tipo de exame de seleção? No mercado de trabalho vemos repetidamente questões sobre currículo e entrevistas de emprego. Afinal, se todos querem trabalhar nas melhores empresas, as empresas, por sua vez, querem ter os melhores profissionais. Uma vez empregados vem a concorrência pelas promoções, o melhor do mês, o melhor do ano... Concorremos para entrar para a universidade, depois pelas melhores notas, e, para conseguirmos estágio, bolsas de estudo... Aprendemos muito cedo a competir. Descobrimos que precisamos ser melhores do que alguém em alguma coisa. É como se estivéssemos o tempo todo numa corrida. Existem aqueles que levam isso ao extremo. Tudo passa a ser competição. Aprendemos a classificar as pessoas pela aparência, classe social, cor, competências, etc... E, neste mesmo mundo, ouvimos sobre direitos iguais, respeito às diferenças, amor ao próximo, tolerância, solidariedade, sinergia...
O maior líder que já pisou nesta terra foi, sem dúvida, Jesus Cristo. Não demorou para que Jesus começasse a ter os seus seguidores. Multidões eram atraídas pelo ensino, milagres e amor demonstrados por aquele Galileu andarilho. Dentre aqueles que começavam a segui-lo mais de perto, como discípulos, alguns receberam um convite direto, outros foram se juntando espontaneamente. No Evangelho de Lucas, o capítulo 10, vemos Jesus enviando 72 deles para anunciarem o reino de Deus. Antes, em Lucas 8, encontramos Jesus percorrendo "cidades e povoados proclamando as boas novas do Reino de Deus". Estavam com ele também mulheres como Maria Madalena, Joana e Susana. Um grande líder como Jesus certamente despertaria o interesse daqueles que visam alavancar seus negócios, divulgar sua marca, treinar colaboradores, desenvolver uma organização forte e estável. Basta olhar o número de livros, seminários, conferências, workshops e cursos sobre o assunto.
Chegou o momento que Jesus precisava confiar a sua missão a um grupo menor de pessoas. No Evangelho de Marcos vemos Jesus chamando 12 homens pelo nome. Quem são eles? Que tipo de critério Jesus utilizou para escolhê-los? Que tipo de currículo eles tinham a apresentar? Quais eram suas experiências? Qual a sua formação? Jesus não pede o currículo de ninguém. Jesus não busca referencias ou a indicação de ninguém. Jesus não marca uma entrevista e sequer exige exame psicológico. Não encontramos Jesus estabelecendo nenhum critério que dissesse 'Você pode, você não pode'. Dentre os diversos seguidores, em alguns casos, parece ficar claro que Jesus jamais havia visto a pessoa antes: "Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e seu irmão André lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens" (Marcos 1. 16, 17). Foi semelhante com Tiago, João, Mateus... Logo, a religião que estabelece critérios de seleção não pode ser a religião de Jesus.
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