É comum ouvirmos pessoas reconhecendo a fidelidade de Deus após alguma coisa ter dado certo. Alguém é curado de uma doença e logo ouvimos um ‘Deus é fiel’ emoldurando a boa notícia. Outro escapa de um perigo eminente e o testemunho geralmente é finalizado num suspiro: ‘Deus é fiel!’ Os testemunhos que reconhecem a fidelidade e presença de Deus geralmente estão num contexto de vitórias, bênçãos, sucesso e prosperidade! Assim, a fé, para muitos, está diretamente relacionada com o ‘se dar bem’. Deus é não mais do que um resolvedor de problemas. Quando as coisas não estão bem, Ele é culpado. Se as coisas vão bem e consigo reconhecer Deus no processo, então Ele é fiel. Logo, a fidelidade de Deus passa a depender das circunstâncias da vida humana. Pelo menos é assim que muitos têm construído sua vida de fé e relacionamento com Deus.
Esse Deus idealizado e circunstancial não é o Deus da tradição judaico-cristã. José é um personagem bíblico que passou por inúmeras circunstâncias difíceis: foi invejado e por isso vendido como escravo pelos irmãos; longe de casa sofreu outras injustiças que o levaram a prisão... No entanto, anos depois de ter sido separado da família ele é capaz de reconhecer a fidelidade de Deus em todo processo da sua vida. Ao estar novamente diante dos irmãos pode perdoá-los e enxergar quem verdadeiramente está no controle da história: “não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus” (Gênesis 45. 8). Outro belo exemplo nós encontramos na vida de Jó, um homem temente a Deus que perde família, riquezas e saúde e mesmo assim é capaz de palavras como estas: “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O SENHOR o deu, o SENHOR o levou; louvado seja o nome do SENHOR” (Jó 1. 21). O Novo Testamento apresenta relatos da vida de Estevão. Incriminado injustamente, ele foi apedrejado até a morte por religiosos fanáticos e irados. Durante o tempo de martírio ele orava e suas últimas palavras foram: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado” (Atos 7. 60). Uma rápida olhada na vida de Jesus nos permitirá conclusões semelhantes: Não são as circunstâncias da nossa vida que fazem Deus ser Deus.
Apesar do dia feio, Deus é fiel; apesar das minhas frustrações, Deus é fiel; apesar do desemprego, Deus é fiel; apesar dos meus sonhos frustrados, Deus é fiel; apesar das minhas orações não atendidas, Deus é fiel; apesar da fome no mundo, Deus é fiel; apesar de eu não ter sido aprovado, Deus é fiel; apesar da doença, Deus é fiel; apesar da morte, Deus é fiel. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 13. 8). Deus é fiel, é fiel, acima das circunstâncias, eu sei, eu sei que o meu Deus é fiel... Assim como o sol continua a brilhar apesar das nuvens que me impedem de vê-lo, eu sei que o Senhor é fiel!
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