
Desde sempre o ser humano procura explicar o mundo de forma que este faça sentido para ele. Os mitos, a religião e a ciência são os instrumentos que servem a este propósito. Porém, a partir da Modernidade passou-se a acreditar que apenas a ciência possuía a autoridade para dar essa explicação. Testemunhou-se uma grande evolução na ciência e tudo aquilo que cheirasse à religião deveria, no máximo, ser relegado à vida privada. Logo a religião passou a ser vista como obscurantismo, fanatismo e até mesmo ingenuidade. Assim, o religioso nada tem a dizer sobre as coisas da ciência. Religião é coisa privada. Ciência é coisa pública. Argumentar sobre qualquer assunto utilizando-se de algo que ao menos cheire a religião já é motivo para ser desacreditado. Mas, será que existe mesmo alguém que não seja religioso?
Vejamos um exemplo prático. Se alguém disser que Deus criou o mundo, essa pessoa poderá facilmente ser acusada de fazer uma afirmação religiosa. Se Deus não é a origem, o fundamento, a realidade primeira, então quem ou o que será? As outras respostas para essa questão não seriam igualmente religiosas? Respostas como: tudo o que há sempre existiu ou; não há Deus algum ou; tudo é matéria; etc... O que torna essas respostas mais ou menos religiosas do que aquela que admite um Deus na origem de todas as coisas? Portanto, será que religião e ciência estão mesmo assim tão distantes. Ou, somos todos seres religiosos e, a diferença é que alguns procuram aprender por meio da ciência e outros preferem permanecer com as explicações mais simplistas da realidade!?
Um comentário:
O futebol, por exemplo, é um tipo de religião, em nosso país. Os torcedores crêem que o que acontece nos gramados seja a verdade, por isso louvam seu time e idolatram jogadores. Os cultos ao esporte acontecem todas as quartas e domingos (como manda a rede globo). Os religiosos deixam o seu dízimo na porta dos estádios (ou o dízimo do seu tempo semanal em frente a TV). Há que se ter uma boa dose de fé para acreditar que os resultados não sejam combinados por cartolas que enriquecem subtamente.
niño
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