“criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1. 27). O que significa para nós humanos sermos criados como Deus, ou seja, parecidos com o nosso criador? O que há em nós que reflete essa imagem e semelhança de Deus? A singularidade humana aparece em dois momentos na criação: 1) De tudo o que Deus criou, o ser humano é o único com o qual Ele se comunica. Somos a única parte da criação de Deus com a qual Ele procura estabelecer um relacionamento. 2) É confiado à humanidade a administração e o cultivo de tudo quanto Deus criou. Se Deus nos criou para a sua glória (Isaías 43. 7) e, apenas um pouco menor do que Ele nos criou (Salmo 8. 5), então isso deveria nos encher de dignidade e amor próprio.
Nós, humanos, somos diferentes, únicos, especiais... Mas, o que nos torna diferentes? O que em nós é parecido com Deus? Por que nós temos condições para dominar esse mundo (Gn 1. 28)? Deus nos deu uma maior força física? Somos maiores que aos outros animais? Uma beleza maior, mais cativante? Maior rapidez, agilidade? Poderes mágicos? Não. É mais e melhor do que tudo isso. O autor John Stott diz é ser agraciado por Deus com a capacidade para pensar, escolher, criar, amar e adorar.
1. Racionalidade autoconsciente. Somos capazes de levantar dúvidas e questionamentos. Podemos olhar para dentro de nós mesmos e nos avaliar, somos autocríticos. Podemos gerar novos pensamentos, propor reflexões sobre a vida e tantas outras questões que julgamos importantes. Somos parecidos com Deus em nossa capacidade de pensar.
2. Capacidade de fazer opções morais. Podemos discernir entre o certo e o errado. Foi por isso que Deus pôde dizer ao primeiro casal humano de quais árvores os frutos eram bons e comestíveis e de qual não se deveria comer. Deus sabia que eles eram perfeitamente capazes de diferenciar e escolher.
3. Criatividade artística. Basta olhar a nossa volta para constatarmos quantas coisas o ser humano já foi capaz de criar. Deus é criador. Ao sermos criados à imagem e semelhança de Deus, ele nos deu o desejo e a capacidade de sermos também criadores.
4. Relacionamentos de amor. Deus é amor. E, a nossa capacidade de amar é um reflexo da nossa semelhança com Ele. É nos relacionamentos que desfrutamos uma vida plena. O ser humano não foi criado para viver só (Gênesis 2. 18). A integridade humana está em viver numa relação com Deus e com o próximo.
5. Todos os seres humanos possuem consciência de que existe algo mais, um ser supremo, uma realidade além de si mesmo. Todos vivemos em busca do ser supremo. Sem Deus estamos perdidos, a vida não faz sentido. Nossa maior nobreza está nessa capacidade de conhecer a Deus, de nos relacionarmos pessoalmente com Ele, de amá-Lo, de adorá-Lo. Seremos verdadeiramente humanos somente quando nos relacionarmos com nosso criador.
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