A parábola da semente em Marcos 4. 26-29 me faz pensar em três coisas: mistério, confiança e paciência. Fui levado para uma realidade onde o tempo passa lento. A pressa não faz sentido. Um lugar onde eu posso contemplar mais e fazer menos. Nada sai do controle, mas, não do meu controle, pois eu não preciso me preocupar com as rédeas. O reino de Deus é essa realidade onde existe alguém muito mais competente do que eu para cuidar de tudo. E, apesar de a minha participação no processo ser mínima, sou convidado para a festa da colheita. Sou bem vindo para saborear os frutos na sua imensa variedade de cores, sabores e aromas.
A parábola da semente me transporta para a realidade de uma vida simples. ‘Embora eu não saiba como...’ As coisas simplesmente acontecem e tudo faz sentido: “a semente germina e cresce”, “a terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga”, “Logo que o grão fica maduro, vem a colheita”. Tudo no seu tempo. Essa imagem me faz compreender melhor a oração do Pai Nosso e querer orar ‘Venha o Teu Reino, Senhor’.
Jesus é quem inaugura o Reino. Ele vem para espalhar a semente. Os corações humanos representam a terra. Se o solo for fértil, os frutos aparecerão no tempo certo. A vinda do Reino é inevitável. O potencial contido na semente desencadeia um processo que não pode ser mais impedido. Mesmo que aparentemente nada esteja acontecendo, mesmo que ainda não visualizemos muita coisa, o reino está em curso. A semente foi lançada, a planta esta crescendo, os frutos e os grãos amadurecem, o dia da colheita chegará.
Os sinais do reino estão por toda parte. Podem ser identificados por pessoas espiritualmente sensíveis. “Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita” (João 4. 35). A mensagem dos Evangelhos é a mensagem do reino de Deus. Um reino onde a vontade de Deus prevalece. Onde se alegram os humildes; aqueles que choram encontram consolo; os humildes são exaltados; os puros de coração vêem Deus; os pacificadores, os perseguidos, os famintos por justiça, os misericordiosos e aqueles que compreendem os valores do novo reino são bem-aventurados.
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