Dia 31 de outubro. Dia de lembrar a Reforma Protestante. E, também, mais um dia de eleições. Durante a campanha dos candidatos a presidência, no segundo turno, ambas confirmaram o que muita gente pensa a respeito dos evangélicos no Brasil: são um bando de alienados e facilmente manipuláveis! Prova isso o fato de as duas candidaturas terem modificado seus discursos para o segundo turno. Fulano é do bem, discursos favoráveis ao que se acredita ser de interesse dos evangélicos, visitas a templos cristãos, etc. Conclusão: se os evangélicos podem decidir uma eleição, então faça o discurso que eles querem ouvir, pois vão acreditar. Afinal, coerência não é algo que o gueto gospel costuma levar muito a sério! Uma grande oportunidade para alguns caciques da mídia que se auto-intitulam representantes do povo de Deus. Os tele pastores, já acostumados a manobrar a mente da manada, recebem atenção especial, chegando a gravar depoimentos e aparecendo no horário eleitoral gratuito. Na internet, um verdadeiro show de horrores na briga de vaidades. Infelizmente, aí a baixaria não se resume somente ao período das eleições. Troca de farpas e acusações em vídeos e textos significam audiência garantida!
Seja no meio político ou no meio evangélico, o que temos presenciado é lamentável! A facilidade com que o povo brasileiro deixa-se influenciar por ídolos, tele pastores, apresentadores e quem demonstrar alguma habilidade retórica é impressionante. O fenômeno visto no inchaço de algumas seitas neopentecostais se reproduz também na corrida eleitoral. Com o serviço público caótico e sem um atendimento digno, a esperança é que surja alguma solução mágica. O voto, a urna, a seção eleitoral assumem quase os mesmos encantos dos rituais, objetos e espaços religiosos vendidos pela teologia da prosperidade. Assim como os bispos, apóstolos, pastores, pais e mães de santo, os políticos recebem essa aura que os qualifica como mediadores do sagrado. Fé ou aposta? Não custa tentar, ouvimos quando o prêmio da loteria acumula!
De positivo, talvez, possamos concluir que o debate político envolveu, sim, um maior número de pessoas. Despertou interesse, mesmo que muito se resumisse a homossexualismo e aborto (em menor grau, a liberação da maconha). Vimos que algumas questões morais ainda despertam bastante interesse do brasileiro. Porém, se forem estas as grandes ameaças, então, aos evangélicos, não resta escolha, mais coerente seria votar branco ou nulo. Vamos esperar que - nos próximos pleitos - tal mobilização e interesse se expanda também para questões de justiça, miséria, violência, corrupção e projetos para áreas como saúde, segurança, educação, etc.
Um comentário:
Ótimo artigo!
Caro Rodomar, na época da campanha eu recebi dezenas de e-mails cheios de ódio, enviados por evangélicos de minha região, que até agora fico me perguntando: como eles puderam repassar mensagens acusadoras e mesmo, racistas como aquelas? Mensagens que pregavam a injustiça e a desigualdade: muito triste! Agora, diante das respostas das urnas, se calaram.
Porém, a grande imprensa derrotada(Globo e Band) não dá trégua, continua pregando o ódio: manipulaçao pura.
abraço,
niño
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