A noção de reencarnação é fruto da ideia do karma. O conceito de karma diz que toda ação vem acompanhada de uma reação. Tudo aquilo que uma pessoa fizer virá acompanhado de uma recompensa ou pelo devido castigo. E, como uma única vida não é suficiente para a recompensa e o castigo adequado, várias reencarnações serão necessárias. Poderíamos dizer que em várias questões da vida e, na maneira como o Universo foi feito, as coisas são assim mesmo: ação seguida por uma consequência. O Apóstolo Paulo conhecia bem essa lei: “Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6.7).
A redenção e a ressurreição, como apresentados nas Escrituras Sagradas, não podem ser harmonizadas com a doutrina da reencarnação. Pois esta elimina qualquer necessidade de um redentor e despreza totalmente a matéria, não admitindo, assim, o corpo como algo bom que foi criado por Deus. Trata-se de uma diferença de princípios. Ou haverá a ressurreição do corpo ou haverá inúmeras reencarnações em busca de superar o corpo. Na doutrina da reencarnação a salvação não é algo compreendido como a redenção do corpo (e, como ensina a Bíblia, de toda a criação de Deus), mas como a libertação do corpo (e de toda matéria que compõe o mundo físico). Assim, não se trata de apenas travar uma disputa religiosa ou de querer menosprezar uma crença diferente. Queremos apenas esclarecer as diferenças.
É verdade que colhemos muitas consequências pelos nossos atos. O próprio Deus alertou desde o início que a consequência pela desobediência e pecado seria a morte (Genesis 2. 17). Mas, é exatamente neste ponto que o Evangelho faz toda a diferença. Jesus quebra a lei do karma. Nas palavras de Paulo: “Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3. 22-24). Portanto, incapazes de produzir as obras suficientes para colhermos a nossa salvação, foi necessário uma intervenção drástica.
Deus interviu, permitindo que fôssemos “justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3. 24). Assim, a dificuldade de muitos de nós está em aceitar que Jesus quebra a lei do karma. A graça de Deus nos permite receber aquilo que não merecemos: o perdão dos pecados e a salvação eterna. Cremos num Deus que intervém. Essa graça, quando compreendida, não gera pessoas acomodadas ou orgulhosas. Mas, deveria encher-nos de alegria e de profunda gratidão. Afinal, a liberdade para a qual Cristo nos libertou é algo incomparável!
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