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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Equipe ou Carrossel?

Existe um brinquedo para divertimento tradicional nas feiras, festas e parques de diversões conhecido como carrossel. Costuma ser montado numa plataforma circular giratória, em que são instalados cavalos de madeira pintados e outros animais. É um brinquedo que reproduz movimento sem, no entanto, sair do lugar. Ao montar num cavalinho de brinquedo a criança gira, gira e se diverte. Está em movimento, mas, ao fim das contas, não saiu do lugar. Como o brinquedo é de girar e são vários cavalinhos de brinquedo, o movimento circular permite dizer que um cavalinho vai ocupar o espaço deixado pelo que está à frente e, assim, a brincadeira acontece.

A partir da observação de como funciona este brinquedo, criou-se a expressão "efeito carrossel". De forma semelhante, por se tratar de uma espécie de dança de roda, se utiliza a expressão "ciranda" para dizer que existem pessoas trocando de lugar sem que no todo se observe muitas alterações. Finalmente, há também a famosa brincadeira da "dança das cadeiras". Creio, no entanto, que não é necessário que eu estique mais esta conversa para fazer um adulto compreender o sentido em que desejo ser interpretado no uso das expressões "carrossel", "ciranda" ou "dança das cadeiras". Muito provavelmente a brincadeira de criança já não é mais o significado primeiro e direto que vem à mente.

Você trabalha com outras pessoas? Muito bem, seu departamento de trabalho, seu ministério, este grupo onde você está inserido, funciona como uma equipe ou como um carrossel? Explico. Numa equipe as pessoas ocupam funções específicas sem, necessariamente, terem que se ocupar com todas as atividades de um processo. Cada um pode se dedicar naquilo que faz melhor sem perder a perspectiva do todo. Numa equipe a pessoa sabe que aquilo que ela está realizando contribui para algo mais amplo que é complementado pela atividade de outra pessoa.

Vemos que muitas paróquias da IECLB, por exemplo, onde até se consegue ter mais de um ministro trabalhando, não há trabalho em equipe de fato. Ou se divide a paróquia por regiões geográficas e cada um fica na sua, fazendo tudo (Obviamente é preciso levar em conta que determinados contextos, especialmente onde as distâncias são longas, requerem tratamento próprio) . Ou, todos fazem tudo num verdadeiro carrossel, passando de uma atividade pra outra enquanto os demais fazem o mesmo. Com isso, todos gastam a mesma energia preparando-se para as mesmas atividades sem que haja otimização de tempo e recursos. E, sem que cada um possa, de fato, dedicar-se àquilo que faz de melhor. Um excelente pregador precisa, portanto, fazer um esforço enorme para também organizar o encontro de jovens, enquanto o outro, que é excelente na condução do trabalho com jovens, precisa também dedicar-se à pregação, o que lhe toma o dobro do tempo sem que atinja a mesma qualidade e eficácia do outro que é ótimo nisso.

O responsável por esta incapacidade de trabalhar em equipe nem sempre é só dos ministros. Na maioria das vezes os membros e, especialmente o presbitério da comunidade ou o conselho paroquial, fazem questão de "ver" todos os seus ministros girando pelo carrossel da agenda paroquial, afinal, são pagos para isso. Impera ainda na cabeça de muitos a ideia de que o trabalho de pastoreio se dá do púlpito. Ledo engano! O dia a dia de um trabalho pastoral passa por relacionamentos, contato pessoal, visita, preparo em oração e leitura da Bíblia, descanso e tempo para a própria família. São muitas coisas que geralmente são ignorados, pois não são atividades que acontecem diante dos olhos de uma grande plateia. Basta ver como os relatórios são montados com dados estatísticos na ânsia de mostrar serviço.

A maneira como muitas paróquias tem definido a vaga a ser ocupada pelo próximo ministro já é revelador. Pede-se alguém que, simplesmente, não existe. Afinal de contas, quem é que pode assoviar e chupar cana ao mesmo tempo, como muitos esperam de seu pastor? O tema "trabalho em equipe" é necessidade urgente a ser trabalhado em nossa igreja. Não existe nenhuma receita pronta. Mas, isso não é desculpa para fugirmos do fato de que há muito o que progredir nessa área!

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