O texto bíblico do Evangelho de Marcos (10. 35-45) nos apresenta o episódio onde dois dos discípulos de Jesus lhe fazem um pedido. Tiago e João queriam um lugar especial com Jesus. Os demais discípulos logo se indignaram com a petulância da dupla. Mas, e Jesus, como reagiu diante da situação? O verso 42 começa dizendo que Jesus chamou os discípulos “para junto de si”. Imagino que Jesus, com todo amor e carinho, tivesse fazendo como um pai que deseja que os filhos compreendam uma coisa importante: ‘Cheguem mais perto, me deixa explicar uma coisa para vocês...’
Não é emocionante esse jeito amoroso de Jesus mostrar as coisas por uma perspectiva diferente!? Jesus começa apontando para a maneira como os líderes costumam governar as instituições humanas: ‘Vocês sabem como é por aí... Agora, entre vocês não será assim, muito pelo contrário’. No discipulado cristão o caminho para ser importante segue numa direção oposta. A marca da igreja de Jesus Cristo deveria ser o serviço. Mas, infelizmente, não é isso o que temos testemunhado no mundo evangélico brasileiro. Está cada vez mais difícil ver a diferença entre ‘os governantes das nações’ e os líderes das mega-igrejas. Como disse um pastor nordestino: "Não se sabe se os sacerdotes dos nossos tempos são atraídos por vocação ou tentação" (Carlos Queiróz).
Como um Pai paciente e amoroso, Jesus mostra o problema e as conseqüências de um comportamento arbitrário e tirânico: “Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas”. Depois, o mestre explica, a partir do seu próprio exemplo, como as coisas deveriam ser: “Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. A marca que distingue o cristão no mundo é o amor (João 13. 35). Somente o amor pode impulsionar alguém para o serviço. O mesmo amor de Jesus que lhe permitiu mostrar a vontade divina aos discípulos é que vai impulsioná-los a irem para fazer o mesmo.
No seu livro Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, o autor John Stott lembra bem que “O mundo mede a grandeza pelo sucesso; Jesus a mede pelo serviço”. Que o Senhor me ajuda a compreender e aceitar que a Tua graça é suficiente para mim. Quero crer que o Teu poder se aperfeiçoa na minha fraqueza. Amém.
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