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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pode! Não Pode!



Quando criança e adolescente lá no interior do Estado do Espírito Santo, uma das coisas que eu e meus irmãos sempre fazíamos era subir nas árvores. Fosse por brincadeira ou para apanhar alguma fruta sempre estávamos lá nos arriscando nos galhos mais altos. Os pés de ingás e goiabeiras tinham os galhos mais flexíveis. As mangueiras eram as mais altas. Já os pés de laranja, apesar dos galhos mais resistentes, ofereciam o risco dos espinhos. Essas lembranças me ocorrem agora lendo mais uma vez o livro bíblico de Genesis. Não posso deixar de imaginar que o Éden era não apenas um jardim, mas também um imenso pomar. As árvores frutíferas estavam lá para alimento dos seres humanos e animais. Além da liberdade, as pessoas receberam também uma advertência: “Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (Genesis 2. 16, 17).
Eu não sei bem que árvore proibida era essa lá no Éden, mas, lembro que meus pais tinham também suas advertências e proibições: ‘não subam tão alto, ‘cuidado, não se arrisquem nas pontas dos galhos tão finos’, ‘vocês podem cair daí e quebrar uma perna ou um braço’, ‘não comam fruta quente do sol que pode dar dor de barriga’, entre outras coisas. Felizmente, nunca chegamos a nos acidentar gravemente. No entanto, eu sei que se um dia eu tivesse caído e realmente me quebrado todo, isso não teria acontecido porque minha mãe disse que aconteceria. Ela apenas me alertou sobre uma conseqüência óbvia e possível de acontecer quando se desafia a lei da gravidade. A mesma lógica se aplica ao aviso sobre os riscos de se brincar com fogo, de entrar em águas profundas, provocar animais ferozes, etc. Deus criou todas as coisas com ordem. Existem leis que ajudam a manter a harmonia da criação. E, sempre que essas leis são quebradas as consequências são inevitáveis.
Muitas vezes nós resmungamos insatisfeitos ao ouvir coisas que parecem somente proibições autoritárias ou recomendações chatas. Chegamos a reagir como se algumas coisas existissem apenas para limitar, cercear, restringir. Deixamos de perceber a beleza, a ordem, a harmonia possibilitada pelo amor gerador da vida. Quando me queimo não lembro de que é o mesmo fogo que ajuda a preparar aquela comida saborosa. A mesma gravidade que se torna um risco para quem sobe é a que me mantém seguro ao chão. A mesma abelha que ferroa é a que produz o mais doce mel. O mesmo Deus que disse para não comer de UMA das árvores do Jardim, disse que TODAS as demais estavam à disposição...

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