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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Culpado

Por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus num mundo bom, os seres humanos sentem-se naturalmente culpados por não conseguirem viver conforme a vontade de Deus. É um sentimento de culpa que está lá, mesmo que não haja culpa real. Sentimo-nos deslocados dentro da realidade criada por Deus. Estamos como que desalinhados com relação ao Universo. Sabemos, muitas vezes, que algo está errado, mas, não encontramos palavras que expliquem este sentimento. É como se almejássemos mais, quiséssemos contribuir com algo digno, edificar algo que fizesse algum sentido... O ser humano é capaz das aspirações mais nobres e, também, das atitudes mais vis. Por isso, testemunhamos ao longo da história, a capacidade criativa do ser humano de dar existência às invenções mais fantásticas, a descobrimentos incríveis e a obras de artes arrebatadoras! Por mais culpados que sejamos ou nos sintamos, não perdemos totalmente a imagem e semelhança de Deus em nós.

Quando eu era criança morava próximo a uma represa. Meus pais sempre diziam que eu e meus irmãos não deveríamos entrar lá. Primeiro porque a água não era própria para banho e, segundo, por causa do risco de afogamento. Éramos crianças e não sabíamos nadar. Lembro-me que, certa tarde, depois de meu pai sair, eu e meus irmãos fomos escondidos da mãe e entramos na água. O fato de termos esperado o pai sair e o fazermos escondido já era suficiente para sabermos que estávamos desobedecendo. O friozinho na barriga e a tensão pelo fato de podermos ser descobertos a qualquer momento era, ao mesmo tempo, estimulante e denunciador. O clima era diferente do que quando brincávamos na sala à vista de todos. Ali, na represa, tínhamos a noção do risco, sim. Mas, outro sentimento estava presente: o medo de ser descoberto. Este segundo, talvez, fosse mais forte do que o medo das profundezas da água ou de suas impurezas.

O detalhe desse tipo de traquinagem é que sempre que as crianças são proibidas pelos pais de alguma coisa, elas têm uma resposta. A explicação geralmente tenta dizer que os pais é que estão errados: que nada, nem é tão fundo lá; mas, a água está limpa; eu vou ficar só no raso; é só uma vez; não é tão perigoso assim; já sei nadar; etc. Desde pequenos desenvolvemos a capacidade de racionalizar e argumentar de modo a provar que estamos certos e que sabemos melhor das coisas. Independente disso, sabemos que erramos. Nosso senso moral nos mantém conscientes da diferença entre o certo e o errado. Se a criança se afogar, as pessoas não vão criticar a existência de águas profundas, mas, onde estavam os pais. Não queremos ser cerceados em nossa liberdade a tal ponto de não podermos tomar as nossas próprias decisões. Não deveríamos, então, nos esquecer que o Criador de todas as coisas sempre está certo, mais do que as suas criaturas podem imaginar! A liberdade de escolha, porém, continua sendo nossa!

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