a lei se faz necessária
Apesar de muitas pessoas que bebem relutarem em admitir que o álcool altera reflexos e comportamentos, foi sancionada nova lei sobre álcool e trânsito. O projeto proíbe a venda de bebidas alcoólicas ao longo dos trechos das rodovias federais nas áreas rurais. Os motoristas também não poderão apresentar, nos testes de bafômetro, nenhum teor de álcool no sangue. A infração, considerada gravíssima, será punida com multa de R$ 955,00. A lei já veio tarde. A maior parte das mortes em acidentes de trânsito no Brasil está relacionada à ingestão de bebida alcoólica. Como no Brasil as cadeias não dão mais conta de tanto bandido, talvez a multa e a perda da habilitação sejam medidas mais cabíveis.
Já é possível enxergar movimentos de pressão para derrubar a lei. Os argumentos são em sua maioria superficiais e egoístas. Cada vez mais a sociedade revela sintomas de incapacidade para pensar no bem maior. No entanto, os governantes devem sempre zelar pelo bem público. Sua responsabilidade é com a sociedade. Toda medida só é boa se beneficia o conjunto da sociedade. Às vezes, para que haja uma verdadeira evolução, é preciso sacrificar prazeres pessoais para o bem comum. O desafio agora está com os órgãos fiscalizadores. A lei está aí para ser cumprida. A perspectiva não deveria nunca ser pelo lado da restrição, mas, pela promoção da vida. Quando não existe responsabilidade no gozo da liberdade, a lei se faz necessária.
O próximo passo agora deveria ser concentrar esforços para reduzir ou até extinguir a propaganda de álcool na televisão. O poder de influência sobre as pessoas, especialmente crianças, é inegável. É claro que culpar a mídia, as instituições educacionais e o governo não bastam. A responsabilidade de todos começa dentro de casa. O diálogo ainda é a melhor solução para conscientizar, orientar, estreitar laços, demonstrar interesse e preocupação. No Brasil todos são rápidos em achar culpados. Poucos estão dispostos a reconhecer a sua parcela de culpa pelos problemas. Enquanto nos julgarmos apenas vítimas inocentes a se precipitar em encontrar culpados ‘lá fora’, as anomalias sociais se multiplicarão. Seremos cada vez mais encurralados e ameaçados. O crescimento da sensação de insegurança é sintomático.
A nova lei é perfeita? Não. Vai resolver todos os problemas? Não. No entanto, as fragilidades que envolvem o processo de fiscalização não podem servir de desculpa para deixar tudo como está. Quem não bebe não teme. Lembrando ainda que o bom senso deveria guiar àqueles que devem aplicar à lei bem como aos motoristas em geral.
EFEITOS DO ÁLCOOL NO ORGANISMO
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