Recentemente uma revista de circulação nacional trouxe em sua matéria de capa o título: "Os Novos Evangélicos: um movimento de fiéis critica o consumismo, a corrupção e os dogmas das igrejas - e propõe uma nova reforma protestante". De acordo com a reportagem a igreja evangélica brasileira estaria passando por um período de transição: "Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV". O número de evangélicos no Brasil continua crescendo. A pergunta que muitos levantam é: e daí? Qual a diferença que isso está fazendo na sociedade? Quais os impactos desse crescimento para o Brasil? São perguntas válidas se lembrarmos que Jesus definiu os discípulos como sendo sal e luz. São elementos que fazem a diferença. A igreja que cresce no Brasil estaria sendo influenciada pela Bíblia ou simplesmente pela sociedade de Consumo?
Ultimamente não tem sido difícil criticar os chamados evangélicos, os tele-pastores, e toda a onda gospel no Brasil. São escândalos, projetos megalomaníacos, apelo desenfreado por dinheiro, falta de integridade e muito pouco daquilo que a Bíblia apresenta como o Evangelho. Há aqueles que torcem o nariz para qualquer crítica. Dizem que o importante é que a Palavra está sendo semeada. Ou, que não devemos tocar nos "ungidos do Senhor". Outra objeção levantada é de que não se deve julgar. Bem, desculpem, mas considero tudo isso papo furado de quem está se beneficiando com a sujeira que está cada vez mais difícil de manter escondida debaixo do tapete. Faz parte do ministério profético sério denunciar as mazelas, sejam elas políticas, econômicas, sociais ou religiosas. Por outro lado, devemos cuidar para não sermos meros reprodutores de "fofoca gospel". Também os crentes facilmente se veem fascinados diante dos escândalos envolvendo celebridades evangélicas, aberrações e falcatruas do gueto que dispõe de seus próprios blogs, comunidades virtuais, sites, jornais e programas (ou redes) de rádio e TV.
É natural que surgissem vozes discordantes. O cuidado ao se fazer a crítica é não esquecer que também somos passíveis dela. A onda anti-institucional deve lembrar que logo ela mesma tende também a se institucionalizar. Se perguntado sobre qual é o problema da igreja brasileira, preciso de humildade e sinceridade suficientes para responder: 'eu!' Toda e qualquer instituição, movimento ou onda continuará sujeita ao erro enquanto composta de pessoas. Reconhecer-se pecador e dependente de Deus é legitimamente Evangélico. O que não podemos é ser condescendentes com o erro. Mas, isso também não significa promover uma cruzada contra indivíduos. Precisamos de maturidade para debater idéias e combater o "orgulho humano que não deixa que as pessoas conheçam a Deus". E, assim, "levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo" (2 Coríntios 10. 5).
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2 comentários:
Esse seu texto traz uma reflexão muito lúcida e oportuna.
Realço aqui a questão do "julgar".
Saulo quando decidiu abraçar o cristianismo e passou a manifestar, em posições é reflexões marcantes, essa nova percepção estava com isso "julgando" suas antigas posturas e atitudes como fariseu judeu?
Ter uma opinião baseada no coração e numa profunda reflexão é uma obrigação existencial fundamental do ser humano.Todo os que tiverem posturas e posições diferentes às nossas devem ser profundamente respeitados, o que não significa que eventualmente não nos posicionemos, inclusive publicamente, com nossas idéias e convicções muitas vezes contrarias às deles.
Parabéns pelo trabalho no blog. Já estou seguindo.
Aproveito para lhe convidar a conhecer o meu blog, e se desejar segui-lo, será uma honra.
Seus comentários também serão muito bem-vindos.
www.adonainews.com.br
Vicente Natividade
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