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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Deus Está Morto

Existe uma anedota que já foi bastante popular em púlpitos de igrejas pelo Brasil. Conta que o filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900) escreveu no muro de sua casa: “Deus está morto” e assinou. Alguns anos após sua morte teria aparecido no muro a seguinte frase: “Nietzsche está morto” e, logo abaixo, a “assinatura”: “Deus”. Muitos cristãos ainda hoje acreditam que ler Nietzsche ou outros filósofos pode ser uma ameaça à fé. Esse pensamento parece alicerçar-se numa fé rasa e frágil. Uma compreensão que vê a criatura como mais poderosa e capaz de maior influência do que o Deus em nome de quem contesta as supostas mentiras do mundo. Mal sabem tais pessoas que este deus está, sim, morto.
O deus que vigia seus fiéis para apanhá-los em alguma falta; o deus que precisa ser bajulado e agradado o tempo todo; o deus que recompensa de acordo com o montante de dinheiro que a pessoa dá para a igreja; o deus que ama mais a um do que a outro; o deus pelo qual líderes têm promovido guerras, morte e destruição; o deus em nome de quem tantos são feridos no mundo religioso; o deus com o qual se negocia para se conseguir uma vida mais próspera; o deus que recompensa de acordo com os méritos de cada um; o deus impessoal e distante que é tudo e ao mesmo tempo é nada; o deus que deu corda ao grande relógio da existência e depois se ausentou; o deus que valoriza mais programas e instituições do que pessoas; o deus do poder colocado acima do amor; o deus projetado segundo as nossas experiências com pais autoritários; o deus arquitetado por nosso inconsciente psicologicamente perturbado... O Deus criado segundo a imagem e semelhança daquilo que eu sou não existe. Está morto.
Sim, este deus está morto. E, não porque morreu, mas porque nunca viveu. Jamais existiu um deus assim além da imaginação e expectativas perturbadas de pessoas carentes por algo mais. O deus que eu mesmo projeto no meu coração precisa morrer. Um deus idolatrado, moldado segundo aquilo que eu acho que Deus deveria ser... esse não existe na realidade. Enquanto eu continuar me iludindo com minha própria imagem de Deus jamais poderei iniciar a caminhada espiritual que me permitirá um encontro com o verdadeiro Deus. Não posso conhecê-lo se isso depender apenas de mim mesmo. Quando Friedrich Nietzsche disse que “Deus está morto” muitos se assustaram. Mas o filósofo está rejeitando uma visão tradicional de Deus que não condiz com quem Deus realmente é. Tanto que Deus continua vivo. Posso falar com ele agora mesmo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Presença de Deus

É certo que vivemos a maior parte do nosso tempo ignorando totalmente a Deus. Seguimos pela vida como se Deus estivesse restrito a alguns programas, como se sua presença estivesse apenas em alguns lugares e durante algumas horas. Essa realidade parece gerar a vida dupla que muitos cristãos se esforçam para viver. Nos programas da igreja como cultos, reuniões de juventude, classes bíblicas, pequenos grupos e outros, todos são piedosos, sérios, comprometidos, levam quase que uma auréola de santidade sobre si. E, basta saírem desse gueto religioso para viverem uma ‘vida normal’. Os olhos fechados em oração se abrem bem para cobiçar, as mãos erguidas em aclamação se esgueiram a procura de algo para esconder, os lábios e a língua que deixam sair melodias de louvor não são refreados diante dos impulsos da fofoca e dos palavrões... E assim, até o próximo compromisso com a igreja, quando novamente ‘entro na presença de Deus’.
Essa dicotomia tem gerado verdadeira paranóia, hipocrisia e frustrações para muita gente. A credibilidade das igrejas também acaba cada vez mais arranhada pela falta de relevância dos cristãos no mundo. Um crente de programa é sal que perdeu o sabor, que para nada serve, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens (Mateus 5. 13). Ah, como esse sal está sendo pisado, humilhado e criticado no Brasil! Mais uma Palavra que se confirma. A igreja vem perdendo o sabor. Tem feito pouca diferença na sociedade brasileira. O entrar e sair da presença de Deus vai deixando todos confusos. O deus da igreja do entra e sai, do gospel e do secular, do templo e do mundo, é muito limitado, pequeno, fraco. É um ídolo que está cada vez mais assumindo as características de um povo que ignora as Escrituras em busca dos próprios interesses.
O Deus da tradição judaico-cristã é Senhor Criador de todas as coisas. Ele vê toda a humanidade (Salmos 33. 13) e governa sobre toda a Terra (Salmo 47). Nas palavras do próprio Jesus Cristo antes da ascensão: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28. 20). Nada foge aos olhos e ao cuidado do Senhor. Somos chamados a viver integralmente nossa fé e as implicações dessa fé no dia-a-dia. O cristão é governado pelos valores de um novo reino: o reino de Deus. Esse reino já está em andamento, já começou. Eu não preciso mais entrar na presença de Deus. Antes, da sua presença, eu sequer posso sair (Salmo 139. 7-18). Ajuda-me Senhor, a não viver ignorando o teu reino e a tua presença sempre comigo! Obrigado Senhor, por estar aqui, agora.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Voz do que clama no deserto

Homem simples de hábitos humildes. Escolheu viver solitário no deserto. Cheio do Espírito Santo, pregava a proximidade do reino dos céus. Sua missão: preparar o caminho para o Senhor Jesus. Chegou a batizar Jesus Cristo. Fazia o seu trabalho com coragem e ousadia. Não tinha medo de denunciar o erro e a injustiça. O próprio Jesus chega a elogiá-lo, reconhecendo o seu valor. Com certeza um homem de Deus. Porém, esse homem nunca realizou grandes prodígios com sinais e milagres. Acabou preso e muitos dos seus discípulos o abandonaram para seguir a Cristo. Teve dúvidas. Da prisão, enviou homens para certificarem-se de que realmente esse Jesus era o messias. Foi assassinado brutalmente. Sua cabeça decepada foi oferecida num prato àqueles que ousou desafiar. Mas, como um homem de Deus pode acabar assim?
Você deduziu que é sobre João Batista que estamos falando. Refletindo sobre a sua vida, uma coisa em especial me chamou a atenção. O povo que seguia Jesus, vendo a sabedoria de suas palavras e tudo quanto realizava concluiu: “Embora João nunca tenha realizado um sinal miraculoso, tudo o que ele disse a respeito deste homem (Jesus) era verdade” (João 10. 41). É perfeitamente possível fazer muitos sinais e milagres e, ao mesmo tempo, distorcer a Palavra de Deus, criando fábulas e mentiras para enganar, obter reconhecimento, aplausos, fama, sucesso e dinheiro. Isso lembra uma advertência de Cristo: “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” (Mateus 7. 22, 23).
A maior virtude do Batista foi falar a verdade sobre Jesus. Ele ganhou com isso a prisão e a cabeça cortada. Pregar a verdade de Deus e denunciar a injustiça pode ser perigoso. Podemos escolher ficar com nossos showzinhos gospel, arrepios na espinha, sentimentalismo barato e busca mesquinha por sinais e milagres que alimentam nosso ego e nossa vaidade. Com certeza não incomodaremos muita gente. É provável que tenhamos igreja cheia e ninguém jamais vai pedir a nossa cabeça por isso. No máximo incomodaremos os vizinhos por causa do barulho alto do nosso “louvor”.
Grandes sinais e prodígios ou compromisso ético com a verdade? João Batista não realizou nenhum milagre. Mas, tudo aquilo que falou a respeito de Jesus era verdade.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Ouvidos Que Não Ouvem

O livro de Isaías fica no Antigo Testamento da Bíblia. Isaías viveu cerca de 700 anos antes de Cristo, época em que o livro foi escrito. Saltam aos olhos as palavras ‘ouçam e ‘escutem’. Como esse detalhe tem me chamado a atenção ultimamente! Não que o povo da época estivesse surdo. Não que os governantes e líderes estivessem surdos. Nem mesmo nós estamos surdos. Mas, cada um ouve somente aquilo que quer. Era assim nos tempos do profeta Isaías. Quanto mais hoje, quando tantas vozes clamam por nossa atenção.

Suspeito que, muitas vezes, nós subestimamos o mal que há em nós mesmos. Os seres humanos não têm levado suficientemente a sério sua capacidade de ser rebelde, orgulhoso e egocêntrico. Sequer percebemos como isso nos cega e nos faz filtrar aquilo que ouvimos. Ouvimos apenas o que nos interessa. Aquilo que não nos ameaça; que massageia o ego; que confirma nossos preconceitos e nosso jeito de pensar. Ouvimos apenas aquilo que consideramos agradável aos nossos ouvidos. Nada disso é novidade. O apóstolo Paulo alertou que seria assim. Por isso, ele escreve que “virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos” (II Tm 4. 1-5). Qual é a Palavra que Deus exorta ao povo que deveriam ouvir? Qual é a mensagem que nós deveríamos escutar? Apesar de cada vez menos as pessoas desejarem ouvir, ainda assim Paulo orienta “ouçam a Palavra do Senhor”, “Escutem a instrução de nosso Deus”, “Pregue a Palavra”.

Só a Palavra contém a mensagem de amor de Deus para o seu povo. Só a Palavra de Deus contém toda a sabedoria necessária para vivermos bem. Só essa mensagem contém o Evangelho que liberta... Só ela pode nos ajudar a compreender a essência da graça: o amor. Ao longo da história a Palavra de Deus sempre de novo foi trazida ao centro da vida comunitária da igreja. Apesar dos desvios, da tentativa de distorções e manipulação, a Palavra de Deus ressurgia para ter a autoridade sobre os ensinamentos do cristianismo. Hoje, mais uma vez a igreja vive o seu momento de crise. O relativismo trata a Palavra de Deus como apenas mais uma opção de leitura. É apenas mais um livro religioso entre tantos. O mesmo acontece no que se refere à interpretação. Assim como nos tempos do profeta Isaías Deus deve estar repugnando tanta religiosidade destituída de amor. Aprendo com o profeta que algumas coisas não mudaram tanto assim: ‘Ouçam...’ ‘Escutem...’

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Onde Está Você?

Vivemos um tempo de individualismo e anonimato. Isso se reflete também na espiritualidade das pessoas. Todos buscam uma maneira de melhorar sua condição mental, espiritual e física. A solidão não é boa companheira. O ser humano se completa na comunhão com Deus e com o próximo. Somos relacionais. “Não é bom que o homem esteja só...” (Gênesis 2. 18). Por mais que alguém possa orar, ler e meditar na Bíblia em casa - o que também é importante - nada substitui a necessidade que temos de nos encontrar. Então acontece abraço, aperto de mão, ajuda mútua, desabafo, confissão, amizade, olho no olho, enfim, o amor... É por isso que Paulo diz que “consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros...” (Hebreus 10. 25).
É impossível ser igreja permanecendo isolado dos outros irmãos na fé. A Igreja é um corpo. Aqueles que crêem no Senhor Jesus Cristo são os membros. Igreja é vida em comunidade. Todos os membros são importantes e necessários. Aqueles que recebem e crêem no nome de Cristo se tornam filhos de Deus (João 1. 12) e, assim, compõem a igreja de Jesus Cristo no mundo. Assim que um novo filho é adicionado à família, se ganha um novo irmão ou irmã. Irmãos a gente não escolhe. Cada membro é importante e fundamental para que Deus possa desenvolver a Sua obra através da igreja. Jesus deixa claro que Ele está sempre presente onde dois ou três se reunirem em Seu nome (Mateus 18. 20). Embora esse verso seja freqüentemente usado para desculpar o pequeno número de pessoas que costumam aparecer nas reuniões da igreja, não é esse o sentido que Jesus tinha em mente. O importante é a reunião, a comunhão, o encontro de irmãos na fé. E, sendo assim, quanto mais gente, melhor.
Se você crê em Jesus Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador, e não é membro de nenhuma comunidade cristã, procure uma igreja próxima à sua casa. Converse com o presbitério e os líderes dessa igreja. Tome conhecimento de suas doutrinas e participe de suas programações. Certifique-se de que tenham a Bíblia em sua integralidade como o livro base da fé. Veja se conseguem acolher suas dúvidas e questionamentos. Deus tem um lugar especial para você também! Porque aqueles que estão em Cristo “já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Efésios 2. 19). Como na igreja primitiva, ainda hoje o propósito deve ser que os cristãos mantenham se unidos, tendo tudo em comum, sendo uma a mente e um o coração (Atos 2. 44 e 4. 32). Assim como Deus procurou por Adão após a queda, Ele continua perguntando ainda hoje: “Onde está você?” (Gênesis 3. 9).

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Sofrimento

Se a palavra sofrimento já é algo que poucas pessoas gostam de ouvir quando se trata apenas de falar sobre o assunto, imaginem ter que passar por isso de verdade? Confesso que sou uma pessoa que fica totalmente paralisada, sem palavras, um pateta diante do sofrimento alheio. Não sei direito o que fazer ou dizer. Aprendi que o melhor mesmo é não falar muito. Um dos maiores medos da minha vida com certeza é ter que sofrer. Embora, talvez, eu esteja disposto a ter que ser eu mesmo a sofrer do que ter que acompanhar alguma pessoa querida tendo que passar por isso. Só não sei se isso é altruísmo ou ainda mais egoísmo da minha parte! Penso que por mais que eu compreenda e saiba explanar sobre dor e sofrimento, se um dia eu cair numa cama ou me encontrar na mais desesperadora situação de sofrimento, nenhuma dessas palavras me servirão de consolo.
Depois de uma longa viagem pelos Estados Unidos, o teólogo e pastor alemão Helmut Thielicke foi inquirido sobre o maior defeito que observara entre os cristãos norte-americanos. Ele respondeu: - Eles têm opinião inadequada sobre o sofrimento. Fico imaginando, qual seria a opinião dos cristãos brasileiros sobre sofrimento? O que nós pensamos sobre isso? Não é difícil encontrarmos campanhas com o slogan “Pare de Sofrer” que também já ganhou site na internet e virou título de livro. Não gostamos de sofrer. O sofrimento mostra que algo está errado. Existe algum problema que precisa ser resolvido. No entanto, encontramos também autores que veem o lado positivo da dor e do sofrimento.
A Bíblia é um livro que não foge do assunto. Mas, a Bíblia não é um livro que apresenta o sofrimento como uma conseqüência da falta de fé do ser humano. Ela também não apresenta o sofrimento apenas como conseqüência de pecados secretos ou de maldição na vida das pessoas. A Bíblia e Jesus Cristo, em lugar algum, negaram o sofrimento dizendo que ser cristão é parar de sofrer. Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16. 24). Negar-se a si mesmo e tomar a cruz implica em que? A cruz era um dos piores meios de tortura e morte que existia na época de Jesus. É terrível. E, o próprio Cristo passou por ela. Nem mesmo Jesus foi poupado, evitou ou fugiu do sofrimento. E, esse sofrimento e morte de Cristo constituem um dos maiores mistérios das Sagradas Escrituras. Muitos há que não compreendem as razões da morte e ressurreição de Cristo. Seria porque nós mesmos temos tanta dificuldade com o sofrimento!?

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